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Comportamento

Hoje artesão, seu Manoel largou o Rio São Francisco após 30 anos

Dos 9 aos 40 anos de idade Manoel não só viveu ao lado do rio São Francisco, mas viveu dele, hoje é artesão em Ribas do Rio Pardo

Lucas Mamédio | 23/11/2020 08:14


Manoel no Rio São Francisco em sua juventude (Foto: Arquivo Pessoal)
Manoel no Rio São Francisco em sua juventude (Foto: Arquivo Pessoal)

Imagine viver 30 anos num lugar mágico, aprender um ofício, construir uma família com cinco filhos e mudar radicalmente de vida. Seu Manoel Conceição Ramos da Cruz viveu três décadas às margens do rio São Francisco, um dos mais fabulosos de nosso país.

Natural da pequena cidade Coração de Jesus em Minas Gerais, Manoel mudou-se para Pirapora, ao lado do São Francisco, aos nove anos de idade, com a mãe e o pai de criação, o biológico morreu quando ele tinha apenas um ano de vida.

Manoel com as cestas que produz (Foto: Arquivo Pessoal)
Manoel com as cestas que produz (Foto: Arquivo Pessoal)

Dos nove aos 40 anos de idade Manoel não só viveu ao lado do rio São Francisco, mas viveu dele. Logo na infância aprendeu o ofício de pescador, sua fonte de renda durante todo o período que ficou em Pirapora. Hoje seu Manoel mora em Ribas do Rio Pardo, onde vive de artesanato.

Seu Manoal às margens do Rio São Francisco (Foto: Arquivo Pessoal)
Seu Manoal às margens do Rio São Francisco (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu passei uma vida inteira no rio São Francisco. Cheguei a comprar lancha, motor, tudo no por lá”, conta.

Manoel casou-se aos 22 anos, ficou com a ex-esposa por 17 anos com quem teve cinco filhos. Casou de novo ainda em Minas com a atual esposa, Gilda Dias de Oliveira. Foi Gilda, ou melhor, o pai dela, quem trouxe o casal para Ribas.

“O pai da Gilda veio primeiro, ele abriu uma carvoaria em Ribas e pouco tempo depois nos convenceu a vir também. No começo foi bem sofrido, pois não dava dinheiro, e estava tentando me adaptar com novo ofício porque sempre fui pescador na verdade”, explica Manoel que veio apenas com dinheiro de uma moto que vendeu em Pirapora.

Se trabalhar na carvoaria não rendeu dinheiro, os oito meses em que seu Manoel trabalhou na área lhe ensinaram a fazer cestas, produzidas até hoje e seu único meio de sustento. Ele aprendeu tudo sozinho. “Eu usei minha habilidade de produzir tarrafa (rede pra pesca) para fazer as cestas de carvão. Isso me ajudou demais pois não dependi mais da carvoaria”.

Aposentado, Manoel teve mais dois filhos com Gilda. Sobre a vida no rio São Francisco, ele conta que sente saudade de pescar, mas não se arrepende da mudança.

“Eu não preciso de muito pra viver, tenho uma esposa que amo e filhos maravilhosos, a vida já me deu muita coisa”.

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