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Comportamento

Jovem de Campo Grande faz mochilão dando aulas de português em favelas

Adriano Fernandes | 25/12/2015 07:23
Diego Nunes saiu de Campo Grande em fevereiro, para ser voluntário do projeto Cidadão Global.(Foto: Arquivo Pessoal)
Diego Nunes saiu de Campo Grande em fevereiro, para ser voluntário do projeto Cidadão Global.(Foto: Arquivo Pessoal)

Em fevereiro deste ano, Diego Carvalho Nunes, de 24 anos, decidiu realizar aquilo que é o sonho de muitos jovens: botar a mochila nas costas e sair se aventurando pelo mundo.

Mas maior que o desejo de conhecer outros lugares e culturas, era a vontade de ajudar a quem vivesse em realidades diferentes da que ele levava em Campo Grande.

Como voluntário do projeto Cidadão Global, ele saiu no dia 7 de fevereiro de Campo Grande para ir morar na favela de Puerta de Hierro, em Buenos Aires. No local, Diego passou a dar aulas de português aos jovens da região.

“Fui para trabalhar na Fundação Cadena, uma espécie de ONG que presta serviços sociais e educativos às crianças da favela”, conta. Na comunidade de Buenos Aires, Diego morou quase seis meses e dos muito amigos que o rapaz fez em sua andanças, o que ele recorda com mais carinho é do pequeno Nahuer, de 8 anos.

O menino foi um de seus alunos e entre umalição e outra, Diego conta que Nahuer se tornou também um amigo cheio de coisas a ensinar.

“Uma vez, Nahuer me convidou para jantar na casa dele, num dos pontos mais perigosos de Puerta de Hierro. Na residência de apenas um cômodo, moravam ele, os pais e as duas irmãs. Para comer, havia apenas arroz, mas eu nunca havia sido tão bem recebido em algum lugar, como fui na casa dele. Claro, que quando voltei para minha casa, desmoronei de tanto chorar”, recorda.

O jovem é voluntário dando aulas de português para crianças.(Foto: Arquivo Pessoal)
O jovem é voluntário dando aulas de português para crianças.(Foto: Arquivo Pessoal)
Diego em uma de suas andanças pelo Peru. (Foto: Arquivo Pessoal)
Diego em uma de suas andanças pelo Peru. (Foto: Arquivo Pessoal)

O rapaz já passou por outros projetos sociais no Uruguai, Chile, Bolívia e Paraguai e atualmente dá aulas para crianças de 4 até 18 anos, na Fundação Pachacut, numa vila de aldeias indígenas em Lima, no Peru. Na cidade, ele fica pelos próximos dois meses até embarcar para a Colômbia.

“Vou passar um tempo com duas amigas minhas que estão querendo criar uma ONG de atendimento as crianças carentes, e eu vou ser parceiro delas nesse novo projeto”, comenta.

Diego explica que decidir viajar pelo mundo como voluntário foi consequência de um trabalho social que ele sempre teve em Campo Grande.

“Eu já tinha experiência no trabalhado com dependentes químicos, mas quando descobri a possibilidade de viajar por uma obra social, mesmo sem receber nada em troca, eu não pensei duas vezes”, conta.

Para ele, experiências como a que ele vive servem como uma forma de conscientização de outros jovens, sobre a importância de pensar no próximo.

“Eu quero que a minha história sirva de exemplo para outros jovens de Campo Grande que queiram, assim como eu fiz, sair da sua zona de conforto para ajudar ao próximo”, conclui.

O dinheiro gasto nas viagens, Diego conseguiu do antigo emprego e até a moto ele teve que vender.

Depois da Colômbia ele segue para o Equador, Venezuela e espera estar de volta a Campo Grande até março do ano que vem.

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