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Comportamento

Mestre Galvão deixou nos amigos lembranças de música boa e alegria

O músico faleceu na noite de ontem (9) devido à Covid-19, mas deixa a saudade das festas regadas de MPB

Bárbara Cavalcanti | 10/07/2021 15:42
Galvão no centro, durante os bastidores de uma apresentação no Teatro Glauce Rocha. (Foto: Arquivo Paulo Robson)
Galvão no centro, durante os bastidores de uma apresentação no Teatro Glauce Rocha. (Foto: Arquivo Paulo Robson)

O músico Mestre Galvão será eternamente lembrado pelos amigos como uma ótima companhia e animação de festas nas noites de Campo Grande. Na noite de sexta-feira, ele infelizmente foi mais uma das vítimas da Covid-19.

A saudade vai ser eterna entre quem tinha convivência com Galvão. Principalmente pela alegria e com a habilidade da música, com a qual ele fez de muitas noites na cidade momentos inesquecíveis.

A última aglomeração de Silvana Valu foi no aniversário dela e a atração da noite foi o Mestre Galvão. Amigo de longa data, Silvana diz que a música de Galvão foi trilha sonora do relacionamento dela.

“Conheci o Galvão desde antes de conhecer meu marido. Inclusive, no começo, foi ao do som da música dele que nosso relacionamento se desenvolveu. E no meu casamento, foi ele quem tocou. Durante esses quase 20 anos de amizade, ele esteve presente nos melhores momentos das nossas vidas”, expressa emocionada.

Galvão no palco em uma de suas apresentações. (Foto: Reprodução Youtube)
Galvão no palco em uma de suas apresentações. (Foto: Reprodução Youtube)

De acordo com Luciana, Galvão era uma figura única, era mestre de um repertório extenso no MPB, com canções que inclusive só ele sabia tocar. E o que ele gostava era de ter total poder para tocar o que queria, hábito que na casa de Silvana ele tinha liberdade para fazer. “Fizemos um show só com músicas de Chico Buarque e nas duas apresentações, todo mundo se emocionou, foi incrível”, relata.

Uma das músicas autorais de Galvão, com letra de Dário Xavier, intitulada “Caravana” foi feita em homenagem a Silvana, ao marido e ao tradicional Cordão Valu. “A música é linda, a letra é belíssima e eu obrigada ele a cantar todas as vezes”, ri.

Na história de amor do artista e produtor cultural Vitor Samúdio, Galvão também teve uma participação e também com uma música autoral especial para ele e a esposa, a atriz Ângela Montealvão.

“Em 2016, fizemos a aventura de casar no deserto. E quando a gente voltou, dias depois, ele me mandou uma mensagem falando que tinha feito uma música pra gente. Ele era muito querido, ficam assim guardadas essas lembranças”, relembra.

Vitor descreve Galvão como uma pessoa muito gentil, solidária, doce, que defendia o que acreditava. “E era um cara muito criativo, sempre estava produzindo, compondo, ele vivia para a música”, expressa.

Durante o período em que Galvão esteve doente, alguns amigos reuniram para gravar uma música para encorajar, não apenas Galvão, mas todos que precisassem ouvir uma palavra de encorajamento diante de uma situação difícil.

É o que explica Paulo Robson, quem fez a melodia para a canção intitulada “Boletim”. “A música surgiu de um poema que o Dário Xavier fez em homenagem a ele. Eu achei muito lindo, me tocou muito, e por isso fiz a música. Galvão infelizmente nunca chegou de ouvir, mas a intenção também não apenas homenageá-lo, mas também deixar um pensamento de positividade”, expressa.

Mestre Galvão e o "aluno", Paulo Robson. (Foto: Arquivo Pessoal Paulo Robson)
Mestre Galvão e o "aluno", Paulo Robson. (Foto: Arquivo Pessoal Paulo Robson)

Paulo se diz arrasado com a perda do parceiro. “Nos conhecemos depois que ele viu um poema meu na internet sobre uma reportagem que eu vi sobre o abandono dos jumentos. Como ele é nordestino como eu, ele do Piauí, e eu da Bahia, ele se identificou e musicalizou meu poema”, relembra.

Paulo ainda destaca o trabalho excepcional de Galvão. “Ele tinha um trabalho de composição espetacular. Ele compunha praticamente todos os dias. O forte dele era MPB, bossa nova. Ele foi uma pessoa fundamental pra mim, pois ele produziu dois álbuns que eu lancei. O apelido dele é de Mestre, mas para mim foi no sentido literal mesmo, ele me ensinou, foi realmente meu mestre”, expressa.

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