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Comportamento

Na era da liberdade, ninguém é de ninguém ou pegar ex da amiga continua crime?

Pelo jeito, as coisas nesse quesito evoluíram pouco, porque ainda tem muita gente que se acha dona do ex

Thaís Pimenta | 05/09/2018 08:12
Cena do filme O Casamento do Meu EX, de 2011. (Foto: Divulgação)
Cena do filme O Casamento do Meu EX, de 2011. (Foto: Divulgação)

A sociedade já conquistou habilidades de lidar com drones, de se relacionar por aplicativos, aceita o relacionamento aberto, se diverte com jogos que fazem uso da realidade virtual, o nome social de trans já pode ser alterado sem grandes burocracias, mas quando o comportamento diz respeito ao amor, será que conseguimos lidar também com certa dose de evolução? Jogando na lata, a gente quer saber: Em tempos onde tudo pode, ficar com a ex do amigo ou da amiga já está liberado?

O Dicionário Informal define aquela pessoa que, com certeza, muita gente já teve o desprazer de lidar quando explica o que quer dizer a gíria "fura olho": Indivíduo que tem como prazer e realização pessoal, cobiçar, cantar, conversar, e quem sabe até pegar, beijar e fazer amor com a mulher do próximo, mesmo quando o próximo ainda está próximo.

Jani da Silva Corrêa, de 34 anos, entendeu na prática o que significa a palavra. Perdeu uma grande amizade depois que a amiga pegou o ex-namorado dela. "Éramos amigas de uma dormir na casa da outra e tudo o mais. Eu a considerava muito. Num belo dia, eu chego na casa dela e ele está lá, meu ex. Ai ele me comunica que os dois estão namorando. Até aí, tudo bem, eu já não tinha mais sentimentos por ele. Mas ela escolheu se afastar de mim e nunca mais conversou comigo, não sei porque disso até hoje. Tanto é que ele hoje em dia está casado com outra mulher e conversamos numa boa, mas ela saiu da minha vida, por escolha dela mesma", conta.

David Santos Andrade acha que ninguém é de ninguém. (foto: Thaís Pimenta)
David Santos Andrade acha que ninguém é de ninguém. (foto: Thaís Pimenta)

Mas apesar de dizer que o problema foi só o afastamento sem sentido, Jani argumenta que  "existe muita gente no mundo, milhões de pessoas, pra ela ter que se apaixonar justamente pelo meu ex".

O amigo de Jani, David Santos Andrade, de 24 anos, tem a mente bem mais aberta em relação ao tema. Pra ele, ninguém é propriedade de ninguém, nem mesmo quando se fala em antigos relacionamentos.

"Eu nunca vivi nenhuma situação parecida, mas acho que só pelo fato de o amigo não ter investido no seu namoro enquanto ainda estava acontecendo, já não se trata de uma traição. Ele está sujeito a se apaixonar ou mesmo que seja apenas querer ficar, com qualquer pessoa, tem esse direito". 

David ainda acredita que a chave para não dar nada errado entre os amigos é a sinceridade. "A primeira coisa a se fazer é comunicar o que está acontecendo ao amigo. Ser sincero, dizer que não esperava mas que  que as duas pessoas estão se curtindo e que gostaria de saber se tudo bem".

Amigos discutem o que acham da situação proposta pelo Lado B. À esquerda está Jani, ao meio David e a direita Karoane. (Foto: Thaís Pimenta)
Amigos discutem o que acham da situação proposta pelo Lado B. À esquerda está Jani, ao meio David e a direita Karoane. (Foto: Thaís Pimenta)

E essa velha história não tem diferença em nenhum tipo de relação, pode ser hetero, gay ou lésbica.

Karoane da Silva Souza já foi o lado mais fraco da história. Assumiu relacionamento com a ex de uma amiga, não tão próxima. "Em minha defesa, eu não sabia que elas tinham namorado, depois minha amiga veio me dizer, quando eu alterei o status do Facebook. Pra piorar, hoje a menina é minha ex e voltou com minha amiga", explica ela com cuidado todo o rolo em que se meteu.

Hoje em dia, ela considera que se a amiga for muito próxima, não é uma coisa bacana a se fazer. "Por mais que eu já tenha feito, eu não admito. Não consigo imaginar. Pra mim o pior é pensar o que estava acontecendo antes do relacionamento acabar entre minha amiga e minha namorada. Pra elas se interessarem, por exemplo, já deviam, pelo menos, terem se sentido atraídas uma pela outra e é isso que eu não consigo imaginar".

Já Franciane Silva, de 26 anos, é mais "de boas" e considera que cada caso é único. "Não tenho como dizer como me sentiria. Eu e a Karoane, por exemplo, já quisemos a mesma menina na balada e foi muito desagradável. Mas acho que não me chatearia não, desde que eu já não nutrisse nada pela ex", finaliza.

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