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Comportamento

Pai nunca reclamou de dia ruim, o que ajudou Pedro a realizar sonho aos 17 anos

Jovem diz que presença do pai em todos os aspectos da vida o deixou confiante e antes dos 18 já passou em concurso dos Bombeiros

Danielle Valentim | 28/05/2019 08:15
Pai e filho são só sorrisos. Pedro à esquerda e Elias
à direita. (Foto: Paulo Francis)
Pai e filho são só sorrisos. Pedro à esquerda e Elias à direita. (Foto: Paulo Francis)

Histórias inspiradoras são sempre boas de contar, principalmente, quando envolvem amor. O mês dos pais ainda nem chegou, mas o Lado B decidiu antecipar as homenagens. Pedro Vinícius Araújo de Abreu acaba de completar 18 anos, mas foi com 17 que atingiu o primeiro objetivo de vida: se tornar um concursado. Mas não se trata de qualquer prova foi o disputado exame do Corpo de Bombeiros, profissão de seu pai há 21 anos.

Você deve estar se perguntando, 17 anos? Isso, mesmo. O estudante de escola pública conquistou o 27º lugar em uma disputa com outros 11 mil candidatos, antes mesmo da maioridade. É claro, que nada foi tão fácil e Pedro passou muitas noites em claro conciliando estudos para concurso e vestibular de medicina.

A mãe Elisangela Mielle Araújo, de 37 anos, sempre o acompanhava preparando cafezinhos. "Ele estudava das 22h às 5h. Quando ele queria cochilar eu falava com ele, lavava uma louça e víamos o dia amanhecer", lembra a mãe.

Mas conversando com Pedro, logo de cara, uma frase chama mais atenção que a determinação de estudos noite adentro. “Ele sempre me mostrou que amava a profissão e nunca chegou reclamando de um péssimo dia. Quando essas reclamações se repetem a última coisa que o filho vai querer é seguir a carreira do pai”, frisa.

"Ele sempre me mostrou que amava a profissão", pontua Pedro.
"Ele sempre me mostrou que amava a profissão", pontua Pedro.

Muitas vezes o impacto das palavras causam reações positivas e negativas. No caso, de Pedro, as ações do pai o motivaram a se tornar um bombeiro. Pedro garante que a presença do pai em todos os aspectos da vida o deixou confiante.

“Quando criança meu pai sempre me levava ao quartel, me mostrava que tinha amor à profissão. Eu fui me interessando. Eu já estudava para o vestibular de medicina, mas antes de sair o edital eu comecei a estudar para o concurso dos Bombeiros”, disse.

Orgulhoso é pouco. O subtenente do Corpo de Bombeiros Elias Abreu Correia, de 46 anos, está radiante com a conquista do filho. Mais do que apaixonado pela profissão, Elias prova a “corujice” pelos herdeiros e ainda dá dica para desenvolver uma relação dentro de casa.

Orgulhoso é pouco. O subtenente do Corpo de Bombeiros Elias Abreu Correia, de 46 anos, está radiante. (Foto: Paulo Francis)
Orgulhoso é pouco. O subtenente do Corpo de Bombeiros Elias Abreu Correia, de 46 anos, está radiante. (Foto: Paulo Francis)

“O contato do pai é importantíssimo para o sucesso do filho. Tenho ele [Pedro], uma filha de 13 e um menino de 2 anos. Os três fazem aniversário em março nos dias 10, 18 e o caçula no dia 28, que é a soma dos irmãos. Então, eu acompanho desde pequenos. Antes do Pedro dormir, eu sempre lia a Bíblia ou historinhas bíblicas. Dificilmente eu ia para a cama sem ir ao quarto dele antes. Eu tenho de cor quantos livros eu li até ele completar 5 anos, são 47 livros, um total de 1072 páginas. Depois ele ganhou uma bíblia do tio, com 66 historinhas até os 5 anos, eu tinha lido cinco vezes para ele de capa a capa, antes de dormir. Então esse negócio de ler fortalece o vínculo e desenvolve o intelecto dos filhos”, defende Elias.

Elias garante que a presença dos pais na vida dos filhos é receita de sucesso. “O que a gente tem plantando, Deus tem abençoado. É o sonho de todo pai ver um filho concursado e realizado. Mas tem de estar presente. Olhar no olho do filho, perguntar o que está acontecendo, prestar a atenção nos detalhes. Esse é o caminho para um resultado feliz”, pontua.

Pedro soma conquistas. Em dezembro representou Mato Grosso do Sul com a melhor a melhor redação das escolas públicas, incluindo o Colégio Militar. Além disso, conquistou o Desafio Dom Bosco e na oportunidade ganhou uma bolsa para Direito, na UCDB (Universidasde Católica Dom Bosco), mas preferiu manter o foco para medicina.

Elias garante que a presença dos pais na vida dos filhos é receita de sucesso. (Foto: Paulo Francis)
Elias garante que a presença dos pais na vida dos filhos é receita de sucesso. (Foto: Paulo Francis)

No início, a baixa idade até preocupou a família, mas a chamada para o TAF, somente neste ano, deu o prazo certo para a chegada dos 18 anos. Durante o TAF (Teste de Aptidão Física) no domingo (dia 26), Elias levou o filho até o local da prova e não arredou o pé até o fim dos testes. Foram mais de sete horas dentro do carro torcendo pelo jovem.

“Quando a gente chegou ele perguntou: “Pai o senhor vai ficar aí?” e eu respondi que ia. Foram tantas horas que ao fim ele já estava pegando carona com um colega, achando que eu tinha ido embora. Mas joguei uma luz e o chamei para irmos embora. O clima já estava frio e eu ligava o ar quente do carro para aquecê-lo. Minha mãe ligava lá de Miranda e até ela falava: “mas você é muito pai coruja, mesmo”. Impressionada com a minha persistência”, conta.

Pedro conta que de todo o teste, a corrida foi a que a mais exigiu. Mas o jovem já estava acostumado, pois acompanha o pai desde os 12 anos. Elias faz parte do efetivo da Força Nacional e mantém o preparo com treinos diários desde 2009.

Elias é realmente um apaixonado pela profissão. Nascido em Miranda, veio para a Capital para assumir o concurso. E desde, então, o amor pelo que faz só cresceu. “Eu costumo frisar em palestras em escolas que eu não gosto do que faço há 21 anos. Os alunos se espantam e eu termino a frase dizendo que na verdade eu amo o faço”, finalizou.

Pedro ficou famoso na sala de aula e teve de aguentar brincadeiras até dos professores. Elias conta que no último bimestre, o filho foi flagrado cochilando e a professora disse: “olha aí a vida de quem já passou no concurso, despreocupado em entregar currículos”, lembra Elias.

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