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Comportamento

Para não quebrar o dente do outro durante a festa, aprenda "etiqueta da balada"

Ângela Kempfer e Anny Malagollini | 17/04/2013 06:28
Quando a aglomeração aumenta, a etiqueta é ainda mais necessária.
Quando a aglomeração aumenta, a etiqueta é ainda mais necessária.

No sábado, Eder Lima saiu da balada com o dente trincado e a boca sangrando. Uma jovem que agitava os braços como louca, ao som cover do Legião Urbana, acertou a namorada do rapaz que atingiu com a cabeça o rosto de Eder.

“Desnecessário, porque ela era a única pessoa que estava fazendo aquilo (naquele local). Sangrei por uns 5 minutos, até decidir ir embora. Fiquei menos de 30 minutos no bar, depois de uma fila de 40 minutos, aproximadamente”, lembra.

Eder admite: não é o cara mais bem humorado da noite campo-grandense, mas pede educação. “Ela fingiu que era a coisa mais comum do mundo”. O contrário dele, que diz ser do tipo “que passa por uma multidão inteira sem pisar no pé de alguém ou esbarrar, sempre pedindo licença”.

É a tal “etiqueta social” que, com adaptações, pode salvar a noite dos menos eufóricos e proteger das gafes a turma empolgada. Para o Lado B chegar à lista de costumes a serem mudados, Eder relaciona vários. “Tem bares que as pessoas dançam com a cerveja ou qualquer outra bebida na mão, acima da altura do ombro. Qualquer esbarrão derruba a bebida e, geralmente, em outra pessoa.”

Ele segue citando pessoas “espaçosas”, que vão ocupando lugares sem ao menos pedir licença. Mas antes de continuar, volta a advertir que é “chato demais”, por isso teme não ser uma boa referência.

Por isso, procuramos gente mais “de boa” e as respostas continuam carregadas de críticas. A advogada Kamila Marques Pessoa não dispensa uma balada, apesar de muita coisa irritante.

“Galera que dança empurrando, com certeza, é o que mais me irrita. Mas também o tipo homem sem noção é chato. Aqueles que ficam puxando o cabelo são os piores”, comenta.

Para o publicitário Murilo Delmondes, o item número um no ranking da chateação é o cigarro. O incomodo é tanto que ele praticamente decorou a lei municipal sobre o fumo em local público.

"Tem gente que diz: ‘aqui não é fechado’. Mas não é desculpa para fumar. A lei municipal deixa claro que, independente se o ambiente for fechado ou aberto, não se pode fumar em espaço de uso público. A única exceção é a calçada, mas basta um toldo para não poder também”, ensina. Para ele, etiqueta é sinônimo de bom senso.

Trabalhando na noite há anos, Andréa Lucia vê de perto as gafes que os clientes cometem. A maioria por conta da bebedeira. “As pessoas bebem demais e ainda têm que ser carregadas pelo segurança. Tem casos até em que o segurança precisa arrebentar a porta do banheiro, porque tem alguém desmaiado lá dentro".

O agrônomo Silvio Desmero aumenta a lista de erros frequentes na noite. “Tem gente que pede para você segurar a comanda. Acho isso uma sacanagem de balada, porque se acontecer alguma coisa com o papel, você é que vai sair como culpado. Sai de casa, leva bolsa ou bolso”, protesta.

O rapaz também diz que já enfrentou de tudo por conta dos “folgados” e de “mulher atirada ou briguenta”. “Já perdi umas namoradas porque não tenho paciência para briga em balada. Não é o lugar apropriado para lavar roupa suja. Também não suporto carinha que coloca o uísque no centro da mesa para atrair a mulherada e a mulherada que cai no truque. È tudo cafona”.

Para concluir o manual, seguem algumas outras recomendações de quem se diverte na noite de Campo Grande tentando ser educado:

Só saia se tiver de bom humor para enfrentar fila; não discuta com o garçom quando ele fizer cara feia porque você não pagou mais 10%; decida primeiro aonde vai, para não tumultuar o trânsito na Afonso Pena; não perturbe o DJ pedindo músicas; seja tolerante com as apresentações de novatos; coma antes de enfrentar a noite, para depois não reclamar do preço, nem do tamanho da porção.

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