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Comportamento

Paulo abandonou palestras para pegar na enxada e virar jardineiro

Palestrante conta como foi obrigado a mudar de ramo em meio aos reflexos da pandemia

Lucas Mamédio | 05/04/2021 06:50
Paulo durante trabalho de jardinagem em 2020 (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo durante trabalho de jardinagem em 2020 (Foto: Arquivo Pessoal)

Imagina viver a vida inteira inspirando as pessoas e ver isso desmoronar de um dia para outro. Imagina ainda que sua única saída é trabalhar numa profissão que nunca teve contato. Essa é parte da história de Paulo Roberto Souza Filho. Palestrante de carreira, viu seu trabalho minguar com a pandemia, o jeito então foi pegar o auxílio emergencial, pegar no cabo de enxada e virar jardineiro. Porém, em pouco tempo, o que parecia ser uma tragédia, deu certo e virou um "negócio próspero" na mão do ex-palestrante.

Paulo também é conhecido como Paulo Haythmann, é casado e tem um filho de quatro anos.

Ele trabalhou muitos anos com palestra. Teve seu primeiro contato com esse mundo quando aos 16 anos. "Passei pelo trauma da perda do meu irmão mais velho em um acidente de carro e logo depois, no mesmo ano, a separação dos meus pais. Foi aí que comecei a frequentar a igreja e passei a fazer palestras", explica.

Por muito tempo ficou associado à igreja e fui se desenvolvendo nessa área, porém depois de alguns anos, ao sair por um tempo da igreja, começou a fazer palestras por conta própria. "Eu estudava através de livros, vídeos, e ia também a palestras de outros profissionais, assim eu vivi muitos anos somente nos palcos e nas palestras, atendendo diversas empresas e públicos".

Paulo durante uma de suas palestras corporativas (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo durante uma de suas palestras corporativas (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo conta que nunca se imagingou em "serviço pesado" (Foto: Arquivo Pessoal)
Paulo conta que nunca se imagingou em "serviço pesado" (Foto: Arquivo Pessoal)

Após o nascimento do filho, Paulo pensou em suspender por um tempo as palestras. "Fui trabalhar em alguns ramos, como funerária e comércio, comecei a trabalhar como motorista de aplicativo, pois minha intenção era ter autonomia e tempo livre para me organizar e voltar a fazer as palestras, que sempre foram minha paixão".

No momento em que estava decido a investir e voltar aos palcos com as palestras, veio a pandemia do coronavírus e mudou todos os planos novamente. "Eu entendi que pelas questões de distanciamento social eu não poderia voltar a trabalhar com o que eu tanto queria. Foi então que me surgiu uma ideia: trabalhar como jardineiro e abrir minha própria empresa de jardinagem".

Paulo conta que na época das palestras sempre motivou seu público e sempre os incentivou a serem ousados e correr atrás dos seus sonhos. "Eu digo que isso foi meu combustível para entrar de cabeça nesse novo ramo".

No início não foi fácil. "Me lembro que com a pandemia meus lucros como motorista de aplicativo estavam bem menores e minha esposa estava desempregada, nós não tínhamos dinheiro guardado, foi então que surgiu a ideia de usar o meu auxilio emergencial para comprar as primeiras ferramentas, e com o cadastro da minha esposa, compramos no boleto a primeira roçadeira".

Desde de então o novo jardineiro diz que tem sido muito feliz e abençoado. "Eu nunca me imaginei fazendo trabalho “pesado”, mas quando vejo a satisfação de cada cliente que atendo e quando percebo o quanto estou aprendendo e crescendo, eu sei que tomei a decisão correta".

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