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Comportamento

Pipoqueiro, mototaxista e o guarda: a luta diária de quem trabalha na praça

Mariana Lopes | 01/05/2013 08:00
Há 16 anos, Lázaro cumpre rotina de 10 a 12 horas trabalhadas (Foto: Marcos Ermínio)
Há 16 anos, Lázaro cumpre rotina de 10 a 12 horas trabalhadas (Foto: Marcos Ermínio)

Na praça Ary Coelho e no entorno dela, são centenas de pessoas que pelo menos passam por lá diariamente, e entre elas existem trabalhadores que já são bem conhecidos dos frequentadores do local, mas também não deixam de ser figuras anônimas aos mais desatentos. No Dia do Trabalhador, o Campo Grande News mostra alguns personagens que fazem girar a economia da Capital Morena.

Uma dessas figuras que compõe o cenário da Ary Coelho é o mototaxista Lázaro Carmo Silba, de 39 anos. O ponto que ele fica há 16 anos é o da Afonso Pena, entre as ruas 13 de Maio e 14 de Julho, mais precisamente na calçada da praça. Com uma rotina de 10 a 12 horas de trabalho, é ali que ele passa boa parte do seu dia, isso quando não está na pista transportando passageiros.

Mas isso não é contraponto da profissão para Lázaro. Ele garante que quanto mais trabalho, mais dinheiro. Outra vantagem que pontua é a liberdade de ser dono do próprio negócio. "Se um dia eu não acordo bem e não quero trabalhar, eu fico em casa, sou autônomo, faço meu horário", diz o mototaxista.

Porém, como em toda e qualquer profissão, os mototaxistas têm lá seus dilemas, e Lázaro diz que o maior deles é o clima de Campo Grande. "Aqui é assim, ou está um sol de rachar ou faz chuva", comenta, completando que o calor até dá para driblar, mas quando o frio resolve aparecer, aí é que complica.

Para quem era balconista de farmácia e se arriscou em cima da moto fazendo bicos, a troca pareceu satisfatória. "Tudo começou por acaso, mas deu certo, hoje gosto muito do que eu faço", enfatiza Lázaro.

Depois que se estabilizou, Barbosa só trabalha de segunda a sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)
Depois que se estabilizou, Barbosa só trabalha de segunda a sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)

Outra gande figura que fica no entorno da Ary Coelho é o pipoqueiro Izac Barbosa, de 46 anos. Ele era servente de obras e há 13 anos largou tudo para investir no próprio negócio. Comprou um carrinho de pipoca e foi para a praça testar a sorte. Nos finais de semana, ele fazia bico em festas infantis. Mas o empreendimento deu tão certo que ele não pensou duas vezes em desacelerar a rotina. "Hoje trabalho só de segunda a sexta-feira", diz.

Com uma média diária de 3 mil pessoas que compram um saquinho de pipoca, Barbosa destaca que o mais legal de sua profissão é o contato com os fregueses. "Aqui eu conheço muita gente, e acabo não tendo rotina", declara. Na esquina das ruas 14 de Julho e 15 de Novembro, o horário fixo é das 15h às 20h.

E para não falar que Barbosa não tem queixa alguma, ele só reclama do ponto imposto pela Prefeitura, que fica do outro lado da calçada da praça e atrapalha as vendas. "O fluxo maior está tudo lá do outro lado, antes eu atendia o dobro", resmunga. Mas para dar um jeito nisso, o pipoqueiro criou uma página no Facebook para divulgar o próprio trabalho. "Assim as pessoas ficam sabendo onde eu estou", explica.

Adenilson trabalha em sistema de escala, troca 24 horas por 48 (Foto: Marcos Ermínio)
Adenilson trabalha em sistema de escala, troca 24 horas por 48 (Foto: Marcos Ermínio)

Quem também dá duro por aquelas bandas é o guarda municipal Adilson Rodrigues da Silva, de 28 anos. A carga horária de trabalho dele é um pouco mais puxada, são 24 horas seguidas, compensadas por 48 de descanso. Ele fica dentro da praça Ary Coelho, fazendo rondas e sempre pronto para defender o patrimônio público. Mas é claro que se uma pessoa precisar de ajuda ou socorro, ele também está de prontidão.

"Nossa presença aqui inibe o vandalismo e outros pequenos delitos, além de gerar segurança na população", comenta o guarda. Adilson conta que, inclusive, a figura heróica se estende para dentro de casa. "Às vezes vou pegar meu filho na escola vestido com a farda e ele fica todo orgulhoso, me mostra para os amiguinhos dele", relata.

Mas por trás da farda, Adilson confessa que a profissão lhe mantém muito exposto. "Não andamos armados, por isso também somos alvo, principalmnte à noite", reclama. Contudo, o guarda municipal afirma que não se imagina fazendo outra coisa que não esteja relacionada à segurança.

Seja qual for o ramo, o três trabalhadores dão a mesma dica: "o importante é gostar do que se faz e fazer bem feito". Em clima de descanso para uns e dia normal de labuta para outros, o Campo Grande News deseja a todos os trabalhadores muito sucesso e realização profissional.

(Matéria editada para correções às 10h39)

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