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Comportamento

Recebida com amor, filha roubada pelo pai há 12 anos finalmente encontra a mãe

Thailla Torres | 15/07/2017 07:05
Ontem Maria finalmente deu o abraço que tanto esperava (Foto: Thailla Torres)
Ontem Maria finalmente deu o abraço que tanto esperava (Foto: Thailla Torres)

Depois de 12 anos de buscas, a angústia de Maria Inez Gabriel Marcelino, de 38 anos, finalmente chegou ao fim. Na noite de ontem, ela deu o abraço que tanto esperava em Gabriele, a menina que foi sequestrada pelo pai na infância junto com os três irmãos em 2005 e que Maria nunca mais soube o paradeiro. A perseverança da mãe foi notícia aqui no Lado B no dia 06 de julho. Após centenas de compartilhamentos, um dos filhos soube pelo Facebook que estava sendo procurado pela mãe.

Maria chegou da Aldeia Alagoinha, às 16h, no aeroporto de Campo Grande. Ela, o marido e o irmão esperavam ansiosos pela chegada de Gabriele Gabriel Alves, hoje com 19 anos e que veio de João Pessoa (PB). Com ajuda de amigos e familiares da aldeia, Maria conseguiu o valor da passagem para que pelo menos a filha viesse.

A menina desembarcou na cidade às 20h para a emoção da mãe que chorou tanto pelos quatro filhos. "Eu não estou aguentando de felicidade. É o dia mais incrível da minha vida. Tenho tanta coisa pra falar para ela. Será que eu vou reconhecer?", questionava Maria, emocionada a espera da filha.

O abraço de mãe e filha que faltava (Foto: Thailla Torres)
O abraço de mãe e filha que faltava (Foto: Thailla Torres)

Quando Gabriele apareceu, o rosto tímido denunciou a dúvida sobre quem a esperava, mas quando viu Maria, não conteve a emoção. E o abraço apertado foi a certeza do que tanto esperava.

Para Maria faltou palavras para descrever o que sentia. "Só consigo sentir felicidade. Deus conhece meu coração e sabe o tanto que eu esperei por esse momento".

Depois do abraço, Gabriele resumiu como um presente o reencontro. "Eu fiquei muito feliz. Achei que nunca mais encontraria ela na vida", descreve.

Quando a matéria foi publicada, em menos de 24 horas, Maria conseguiu contato com a filha. "Eu disse que queria muito conhecê-la", diz Gabriele.

A menina cresceu ouvindo a versão do pai sobre o desaparecimento da mãe. Agora que o silêncio terminou, ela acredita que tem muito para ouvir. "Ele sempre disse que nossa mãe abandonou a gente. Eu era pequena, meus irmãos também não acreditavam que ela havia nos procurado", conta. 

Enquanto Maria aguardava a filha na frente do desembarque, uma ligação também serviu de alento para o coração da mãe. "Quando falei com Gabriele pela primeira vez, no telefone, soube que meu filho mais velho não queria falar comigo. Acredita que eu realmente abandonei, mas não é isso que aconteceu, tudo que eu queria era conversar com eles. Daí, antes dela chegar, ele me ligou, me ouviu um pouco, isso já foi outra felicidade", comemora Maria.

Casado com Maria há sete anos, o esposo Odemir Benitez, de 37 anos, também chorou emocionado. "Eu fico muito feliz, estou com essa mulher o tempo todo e sei o quanto a luta dela é verdadeira. Ela nunca desistiu", afirma.

Antes de partir para Alagoinha, que fica a 30 quilômetros de Sidrolândia, Maria só tinha um desejo. "Acho que agora é momento de ouvir tudo que ela tem a dizer e a me perguntar. Estou aqui para responder tudo, mas só quero ter meus filhos para sempre, hoje é um sonho realizado".

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Tio, Gabriele, Maria e o padrasto (Foto: Thailla Torres)
Tio, Gabriele, Maria e o padrasto (Foto: Thailla Torres)
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