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Comportamento

Sem cair na folia, turma usa Carnaval para aprender a ser sustentável

Seja dentro da cidade ou no meio do campo, é possível ter um estilo de vida mais harmônico com a natureza por meio da permacultura

Raul Delvizio | 05/02/2021 07:26
No Carnaval, turma troca folia e aprende a ter uma vida mais sustentável (Reprodução/Instagram)
No Carnaval, turma troca folia e aprende a ter uma vida mais sustentável (Reprodução/Instagram)

No mês do Carnaval, o tempo dedicado à folia agora vira momento de aprendizado que pode mudar o mundo – ou pelo menos é o que mais uma turma de participantes irá descobrir. Baseada em ecossistemas naturais, a permacultura estabelece conceitos e práticas para o ser humano manter uma relação sustentável, de equilíbrio e mais harmônica com a própria natureza, visando a redução dos impactos ambientais à sua volta.

"Ao invés de cair na folia, o pessoal vai pro mato desvendar esse estilo de vida que só visa o bem. Quando o final de semana chegar ao final, não há qualquer arrependimento de troca", garante Adriana Galbiati, engenheira ambiental e professora de permacultura de 53 anos.

Adriana é engenheira ambiental apaixonada pela permacultura, com mestrado em tecnologias ambientais e foco de trabalho justamente em saneamento ecológico (Foto: Arquivo Pessoal)
Adriana é engenheira ambiental apaixonada pela permacultura, com mestrado em tecnologias ambientais e foco de trabalho justamente em saneamento ecológico (Foto: Arquivo Pessoal)

A permacultura (do inglês "permanent agriculture", agricultura permanente), conforme Adriana explica, é na realidade um modo de ver o mundo e o que fazer com ele. "É a mentalidade de se viver em prol da natureza, trabalhando ferramentas sustentáveis onde estiver. Mais ainda, é capacitar as pessoas a fazerem escolhas conscientes no seu dia a dia".

Seja no campo ou na cidade, é saber de onde vem o que é consumido, onde é produzido e para onde vai o que é descartado. "Direto pro lixão? Vira compostagem? Qual alimento leva menos recursos hídricos e naturais? Menos embalagem poluente? Qual sistema é mais colaborativo? Quais produtores possuem horta orgânica, se preocupando com o solo e com o meio-ambiente? No mundo em que vivemos, é urgente essas e outras perguntas serem respondidas cotidianamente", afirma.

Tudo que fazemos deixa uma 'pegada' (de carbono) poluente. É pensar em comum deixá-la cada vez mais sutil, menos acentuada".

É claro que em sua própria casa uma baita hortinha não poderia faltar (Foto: Arquivo Pessoal)
É claro que em sua própria casa uma baita hortinha não poderia faltar (Foto: Arquivo Pessoal)

Mas como fazer isso? Adriana assegura que não é preciso surtar. "Comece simples: saiba a procedência do que você compra. Estimule o consumo em produtores locais, próximos, e que também possuam uma consciência mais ativa com relação à permacultura", ressalta.

Aqui vão algumas dicas: podas de jardim viram adubo, assim como a produção de lixo orgânico de todo o dia. Água de descarte da máquina de lavar roupas pode ser reutilizada em diversas formas. Cascas de vegetais servem até na hora de fazer um arroz mais nutritivo. Isso sem falar de ter uma hortinha em casa – no jardim da residência até pendurada na janela do apartamento.

Ao lado da neta, Adriana já vem ensinando os conceitos da permacultura para a menina desde que era pequena (Foto: Arquivo Pessoal)
Ao lado da neta, Adriana já vem ensinando os conceitos da permacultura para a menina desde que era pequena (Foto: Arquivo Pessoal)
Aqui, em um dos cursos/workshops em que ministra e ainda põe a mão na massa (Foto: Arquivo Pessoal)
Aqui, em um dos cursos/workshops em que ministra e ainda põe a mão na massa (Foto: Arquivo Pessoal)

Tudo que se vive é possível aplicar os conceitos da permacultura. Como por exemplo na arquitetura. "Construir casas com menos cimento e concreto, e mais terra, bambu e madeira. Ainda, deixar disponível muitos espaços verdes no projeto, que cumprem diversas funções. Não é só 'conservar' por 'conservar', mas deixar a vegetação natural para balancear o microclima, barrar ventos, preservar a casa e muito mais", elucida Adriana.

É juntar as 'pontas soltas'. Na dúvida, pense como a própria natureza. Como ela faria? O pulo do gato é imitar os ecossistemas naturais em nosso benefício", considera.

Antes da pandemia, registro do grupo utilizando técnicas de bioconstrução (Foto: Reprodução/Instagram)
Antes da pandemia, registro do grupo utilizando técnicas de bioconstrução (Foto: Reprodução/Instagram)

Aula prática – Além do aspecto teórico de introdução à permacultura, cerca de 15 participantes também terão um despertar prático em curso no meio do mato. Com a mão na massa, poderão planejar sistemas produtivos, de saneamento ecológico, fazer uma hortinha própria e até mesmo desenvolver uma agrofloresta. Tudo isso em um laboratório a céu aberto.

"Comprei o sítio Feitiço do Mato nos arredores de Campo Grande há 10 anos e por aqui realizei muitos workshops de ioga e meditação, na qual trabalho já há muito tempo. Observando o ritmo da natureza percebi que havia algo que não ressoava com as técnicas que eu estava tentando implantar. Alguma coisa não estava em sintonia. Foi aí que conversei com Adriana e juntas desenvolvemos esse piloto", complementa Sandra Cristina da Silva Tonini, terapeuta integrativa de 56 anos.

Sítio Feitiço do Mato será o laboratório a céu aberto da vez (Foto: Arquivo Pessoal)
Sítio Feitiço do Mato será o laboratório a céu aberto da vez (Foto: Arquivo Pessoal)

"No curso, vamos aproveitar o sítio como um grande experimento só com o viés da permacultura, buscando soluções práticas de como resolver problemas que aqui já se encontram", acrescenta Sandra.

Por causa da pandemia de covid-19, as vagas são limitadas ao grupo de no máximo 15 pessoas. O curso durante todo o final de semana de Carnaval, de 13 a 16 de fevereiro. As inscrições são pagas e podem ser realizadas por meio de um formulário on-line já disponível.

Outras informações via perfil no Instagram ou pelo telefone (67) 98455-9977.

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