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Comportamento

Toda semana, os amigos de Fabi saem de casa para alegrar crianças no hospital

Paula Maciulevicius | 18/03/2017 07:44
Criado em 2015, o projeto é uma homenagem à Fabi, uma paciente que morreu com câncer. (Foto: Arquivo Pessoal)
Criado em 2015, o projeto é uma homenagem à Fabi, uma paciente que morreu com câncer. (Foto: Arquivo Pessoal)

Praticamente todo sábado e domingo, a ala da pediatria da Santa Casa e da oncologia pediátrica do Hospital Regional recebem sorrisos, cantorias e brincadeiras. Os "amigos da Fabi", grupo de 50 voluntários deixam suas casas para entrar nas histórias de pacientes internados e quem sabe, amenizar um pouquinho da dor deles e dos familiares.

Criado em 2015, o projeto é uma homenagem à Fabi, uma menininha que morreu aos 3 anos de idade depois de lutar um ano contra um câncer de mandíbula. A proximidade com Fabi levou a professora Danielle Rocha a perguntar ao pediatra o que ela poderia fazer pelos pequenos que ficaram. 

"E ela me disse que se eu pudesse sair da minha casa e ir para o hospital ler um livro para uma criança, já estaria fazendo muito", conta Danielle de Rezende Rocha, de 24 anos.

Voluntários colorem com as crianças. (Foto: Arquivo Pessoal)
Voluntários colorem com as crianças. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nayane e Edemar, o indiozinho que se foi por um problema cardíaco. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nayane e Edemar, o indiozinho que se foi por um problema cardíaco. (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo também organiza as festinhas de datas como Dia das Crianças e Natal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo também organiza as festinhas de datas como Dia das Crianças e Natal. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela começou junto com outros quatro amigos e a cada visita, via o número de participantes aumentar. "Hoje somos 50 voluntários que atendemos a dois hospitais e um abrigo", comemora. O projeto está agora na fase de treiná-los para então abrir mais vagas. "É preciso que todos saibam o que pode fazer e falar e o que não pode", enfatiza.

Pela página no Facebook, Danielle coloca os pedidos que recebe da família ou do próprio hospital para fraldas ou óleo de girassol, por exemplo. "Aí as pessoas me procuram no WhatsApp ou ligar e eu consigo mediar essa doação. Acho que no final, a gente transforma a dor em amor", reflete.

Desde a criação, o grupo já chorou a morte de muitos pacientes, como também comemorou a cura de outros. "Nosso trabalho é voluntário, a gente não recebe nada em troca. Mas o pagamento é o sorriso da criança, da mãe e a notícia que a gente recebe, de que o paciente está curado", descreve.

Depois de alguns meses, a estudante de Educação Física, Nayane Vieira de Lima, de 20 anos, conheceu o projeto pelas redes sociais, abraçou a causa e fez amigos na direção. "Depois de um post da Dani pedindo brinquedos, eu respondi que podiam entrar em contato comigo e naquela semana mesmo, fui pessoalmente fazer uma visita ao hospital e não parei mais", conta. 

Hoje além de trabalhar juntas, ela e Danielle se tornaram amigas. "A gente já perdeu muitas crianças, mas também conheceu tantas histórias. É muito comum, você vê que muitas famílias passam por isso e precisam de apoio", acredita.

Um dos casos que mais marcou a estudando foi do indiozinho Edemar, que morreu em decorrência de um problema cardíaco. "Ele foi o maior amor que já conheci. Me apeguei bastante e realmente sonhava com ele de uma forma fora do normal, fiquei muito abalada quando ele morreu, mas foi o que me motivou a continuar com outras crianças", resume.

Para ajudar o projeto, acompanhe as postagens pelo Facebook ou ainda entre em contato com a Danielle pelo telefone: 99909-4827.

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Desde a criação, o grupo já chorou a morte de muitos pacientes, como também comemorou a cura de outros. (Foto: Arquivo Pessoal)
Desde a criação, o grupo já chorou a morte de muitos pacientes, como também comemorou a cura de outros. (Foto: Arquivo Pessoal)
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