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Comportamento

Viveiro de pimentas exóticas é paixão de aposentada no Jardim Veraneio

Aline Araújo | 25/03/2015 06:15
“Que bom que você veio!” diz a plaquinha presa na entrada do viveiro de pimentas. (Foto: Marcos Ermínio)
“Que bom que você veio!” diz a plaquinha presa na entrada do viveiro de pimentas. (Foto: Marcos Ermínio)

“Que bom que você veio!” diz a plaquinha presa na entrada do viveiro de pimentas de Elizabeth da Aparecida Silva, de 60 anos. Conhecida pelo apelido de Bete Pimenta ela escolheu Campo Grande para recomeçar a vida, depois que se separou do marido em Cuiabá, vendeu o sítio que tinha por lá e resolveu viver por aqui, perto dos irmãos.

Ela mesmo plantou os cerca de 1500 pés de pimenta do viveiro, um por um, de Cuiabá trouxe apenas as sementes. Simpática e muito atenciosa, a pele não entrega nem a idade e nem os mais de 8 anos trabalhados no sol com o plantio de pimentas. Sempre sorridente, pergunto se o segredo são as pimentas, ela ri, diz que não tinha pensado nisso, mas que pode ser.

Bete Pimenta cuida do viveiro com muito zelo. (Foto: Marcos Ermínio)
Bete Pimenta cuida do viveiro com muito zelo. (Foto: Marcos Ermínio)

A paixão pelo condimento vem da infância. “Eu sempre gostei de comer, desde pequena, nunca morei em uma casa que não tivesse um pé de pimenta”, conta. Bancária aposentada, ter o cultivo de pimentas como profissão foi uma escolha de vida, não só para se manter financeiramente, mas por satisfação pessoal.

É com muito carinho que ela cuida de cada pé de pimenta que tem por ali, tudo orgânico, hoje são mais de 80 espécies diferentes. Além de vender as mudas, Bete faz compotas e geleias. Apesar das pimentas mais conhecidas como dedo de moça, bodinho e malagueta estarem no viveiro o que ela realmente gosta é das pimentas exóticas.

No “cardápio” da “Pé de Pimenta” dá para saborear, se você aguentar, por exemplo a pimenta Scorpion Moruga, considerada a segunda pimenta mais ardida do mundo. As opções passeiam pelas etnias, de pimentas americanas à africanas, como a “princesa negra” a brasileiras mais diferentes como a “brinco de macaco”.

Pimenta "Brinco de macaco". (Foto: Marcos Ermínio)
Pimenta "Brinco de macaco". (Foto: Marcos Ermínio)
Pimenta Scorpion Moruga. (Foto: Marcos Ermínio)
Pimenta Scorpion Moruga. (Foto: Marcos Ermínio)

Ela explica que está no período da entre safra e alguns frutos ainda não estão no pé. O plantio acontece de março a outubro. A maioria das pimentas acaba nascendo do final de junho até setembro. E mesmo com o viveiro muito bem servido, Bete diz que o que o que já nasceu não é nada perto da safra. “Você tem que vir ver na época da safra. Isso aqui fica forrado de pimenta, lindo ver”, comenta.

Os potes de compotas são preparados segundo o gosto dos clientes. Ela faz alguns de bodinho e malagueta e outros mistos para ficar ali e oferecer nos lugares por onde passa. As pimentas mais diferentes, Bete só prepara sob encomenda. “As pimentas tem seus segredos também. Algumas aceitam mais óleo, outras mais vinagre. E você pode estragar o sabor delas preparando errado”, orienta. Ela também conta que quando o ardido da pimenta bate, um iogurte natural serve para suavizar o ardor.

Além das mudas o viveiro vende compotas e geleias. (Foto: Marcos Ermínio)
Além das mudas o viveiro vende compotas e geleias. (Foto: Marcos Ermínio)

Bete Pimenta conta com a ajuda de um único funcionário, seu Antônio Silva, e apenas para regar as plantas e preparar a terra. “Quando não estou com as pimentas, ou na cidade fazendo alguma coisa, eu quero cuidar do sítio. Porque a gente tem que viver em um lugar bonito”, ensina.

Em um ano que mora ali, ela já plantou laranja, limão, tamarindo, melancia, além de zelar as guaviras e pequis já nativos do terreno. O espaço era do irmão e quando se mudou, ali era só mato. Aos poucos Bete transformou em um lar e também em um negócio.

A simpática senhora encontrou na pimenta a vida tranquila que alimenta o seu sorriso no rosto. Hoje o condimento, que faz parte de todas as suas refeições, representa a realização de se viver fazendo o que gosta. “O viveiro e a pimenta representam o modo que eu escolhi de viver. Meu bem estar, minha saúde e a minha vida. Quero que as pessoas me conheçam por conta das pimentas”.

O viveiro fica na Rua João Casareve, 310, Jardim Veraneio.

O viveiro tem mais 80 espécies de pimenta. (Foto: Marcos Ermínio)
O viveiro tem mais 80 espécies de pimenta. (Foto: Marcos Ermínio)
Bete cuida de cada detalhe do sitio. (Foto: Marcos Ermínio)
Bete cuida de cada detalhe do sitio. (Foto: Marcos Ermínio)
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