Sustentabilidade ganha ares infantis e conscientização vai parar na vitrine
A preocupação ambiental e a olhos voltados para o tema sustentabilidade ganhou ares infantis. Da ideia de fazer cada um a sua parte que a proprietária da loja infantil Uni Duni Tê entrou na onda do verde, propôs e realizou a primeira vitrine sustentável de Campo Grande.
Em parceria com o Instituto Mirim, o trabalho saiu do papel para a vitrine usando materiais recicláveis e já no clima das festas juninas. Bandeirinhas feitas de retalhos de tecidos doados, papelão e caixas tetra pak, aquelas reaproveitáveis usadas para leite e sucos. Só que tudo no ritmo de pula fogueira.
“Achei contundente para esse momento de sustentabilidade. Pensei: nunca vi uma vitrine sustentável? E parti em busca de quem abraçasse a ideia. Espero que esta seja a primeira de várias e estou aberta para ideias”, enfatiza a empresária Jaqueline Matto Grosso, 43 anos.
A empresária diz que por enquanto quem tem reparado são os pais. “Mas a ideia é começar o trabalho com as crianças desde pequenas, dando exemplo. Porque é mais difícil colocar na cabeça do adulto depois”, explica.
A diretora executiva do Instituto Mirim, Denise Castro, 51 anos, conta que o primeiro contato da proprietária surpreendeu e que viu a oportunidade de mostrar o trabalho de empreendedorismo que os alunos vem realizando. “Trabalhamos com material reciclável até porque eles são alunos oriundos de baixa renda e esta pode ser uma geração de renda”, diz.
A primeira sugestão era de trabalhar o tema da Primavera, mas os alunos pensaram em aproveitar a época. “Trouxemos eles para ver como era e o que podia rolar reaproveitando materiais”, acrescenta Denise.
Quem explica o que foi usado a como reaproveitar material é o aluno William Cabral, 15 anos. Para compor o visual da vitrine foram usados cestos de papelão que imitam couro, parte da linha “Falso Couro”, já confeccionado pelo Instituto Mirim. “Usamos também filtro de café usado, a gente deixa secar e usa. Disco de Vinil já quebrado e que ninguém usa, para fazer relógio. As luminárias são de tetra pak, a gente recorta, estampa, coloca as bandeirinhas e está pronto”, explica.
Todo o material utilizado para compor veio de doações. O trabalho para a primeira vitrine sustentável levou um mês de dedicação dos alunos. “Eles fazem tudo, da criação ao produto. Trazem a ideia e trabalhamos como pode ser feita sem desperdiçar nenhum material”, resume a professora de Arte do Instituto, Ana Barata, 45 anos.
O resultado pode ser conferido de perto e tem a aprovação dos pais. “Achei ótimo. Estão de parabéns pela iniciativa. Acostuma a criança com a ideia de recicláveis a ajuda a natureza”, opina a bancária Vanessa Vasques Grosso, 37 anos.
