ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  20    CAMPO GRANDE 20º

Consumo

Acessório de resistência, Mara ensina como se produzir com o poder do turbante

Assista o vídeo e veja como usar de um jeito simples o acessório, que além de agregar o visual, é símbolo de luta para muitas mulheres

Thailla Torres | 23/11/2018 07:22
Em diversas cores e estampas, ele deixa qualquer visual mais descontraído, mas por trás dos lenços na cabeça há uma história de luta e resistência.
Em diversas cores e estampas, ele deixa qualquer visual mais descontraído, mas por trás dos lenços na cabeça há uma história de luta e resistência.

Em diversas cores e estampas, ele deixa qualquer visual mais descontraído, mas por trás dos lenços na cabeça há uma história de luta e resistência para garantir o direito de viver a própria identidade. Na programação do primeiro Fashion Black Week, realizado até o dia 24 de novembro na Plataforma Cultural, a oficina de turbante foi protagonista em uma oficina de como fazer modelos simples para usar no dia a dia.

Mara Santos, de 40 anos, é funcionária pública e há 10 anos usa o turbante. Para ela está longe de ser apenas um acessório, é um ato político pelo direito de ser respeitada como mulher negra na sociedade. Mas vem acompanhando avanços em relação a aceitação da peça que hoje ganha o coração de muitas mulheres. "Há 10 anos você não via tantas pessoas usando o turbante. Quando alguém ousava usar, precisava lidar com muitos olhares e o preconceito", lembra Mara.

Mara ensina fazer turbantes há 10 anos.
Mara ensina fazer turbantes há 10 anos.

O preconceito ainda existe, mas em contrapartida a recompensa de Mara é compartilhar conhecimento. "Eu fico muito feliz quando alguém me para perguntar que significado tem o turbante para mim e como eu faço. Nunca me neguei a ensinar, pelo contrário, às vezes tiro da cabeça e faço tudo de novo para pessoa aprender".

Em 2017, o uso do turbante por pessoas brancas gerou polêmica na internet e abriu discussão sobre apropriação cultural. Para Mara, "pode ou não usar", é uma questão pequena. A discussão deve ser baseada no respeito, principalmente, diante das pautas sobre a cultura negra. "Somos um país miscigenado. Não tem um acessório que é só meu, é de todos. Mas não há como negar que o turbante é símbolo da cultura de matrizes africanas há séculos. O que não pode acontecer é você usar o turbante sem saber o significado e no primeiro deboche de alguém, você tirar o lenço e não lutar contra esse preconceito. Precisamos ser resistência", reforça.

No festival, Mara ensinou as meninas alguns modelos simples. O turbante pode ser usados com uma diversidade de tecidos, mas para o dia a dia ela sugere a malha. "É mais leve e mais fresca, principalmente, para quem ainda não está acostumada".

Alguns detalhes são importantes na hora de começar a trabalhar com lenço na cabeça. "Não pode apertar muito, principalmente, as orelhas. Senão você vai sentir dores".

A dica é também agregar elementos decorativos ao tecido. "Em loja de aviamentos é possível comprar vários detalhes que vão deixando o seu turbante mais colorido, como fitas, cordas e outros acessórios. Tudo com um custo muito baixo".

Veja todas as dicas e o jeitinho de fazer dois modelos no vídeo abaixo.

Curta o Lado B no Facebook e Instagram.

Nos siga no Google Notícias