Com arte em couro, Adriano faz o povo andar com a esposa na carteira
Fotos, logos e até fachadas de loja viram presentes exclusivos em peças personalizadas
Em Campo Grande, tem homem que anda com a cara da esposa estampada até na carteira de bolso e não é por falta de espaço no celular. Com a técnica de couro queimado, o artesão Adriano Vieira de Souza conseguiu fazer a mulherada ser lembrada toda vez que o marido abre a carteira.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O artesão Adriano Vieira de Souza, de Campo Grande, transforma o couro em arte através da técnica de queima, criando peças personalizadas como carteiras, garrafas e pastas executivas. Com um trabalho quase totalmente manual, ele utiliza ferros para criar bordados no couro umedecido, contando com a ajuda da esposa Ritieli na costura final. A personalização com fotos, feita a laser, é um dos serviços mais procurados. Caminhoneiro de profissão, Adriano encontrou na arte em couro não apenas uma fonte de renda extra, mas também uma forma de lidar com a depressão e ansiedade durante suas viagens. A habilidade, herdada da infância na fazenda, transformou-se em empresa em 2018.
Fazendo a queima do couro, o artesão eterniza imagens que estampam carteiras, garrafas e até pastas executivas. E o trabalho é quase 100% artesanal, tudo passa pelas mãos dele.
Adriano faz quase tudo manualmente. O couro é umedecido, colocado sobre uma pedra de mármore e trabalhado com pequenos ferros batidos um a um, criando bordados que dão vida às peças. A esposa, Ritieli, entra na última etapa, costurando as carteiras na máquina para acelerar a produção.
“Meu trabalho inteiro é manual. Antes eu costurava tudo à mão, mas demorava demais. Hoje minha esposa me ajuda”, explica.
A personalização com foto é uma das técnicas mais pedidas. Ele pede selfies ou imagens nítidas, edita no computador e grava tudo no couro a laser. “O pessoal pede bastante para dar de presente. É uma lembrança que sempre vai estar ali”, pontua.
Ele conta que teve até cliente que chorou de emoção quando recebeu o presente. “Um amigo levou uma carteira pra um rapaz lá de Santa Catarina. Quando o cara viu a foto da família e da loja dele gravada no couro, desabou”, lembra.
Além das carteiras, a arte em couro já estampou proteção para copos, garrafas térmicas, bainhas para facas, porta-cartões e até coldre. As carteiras de couro custam cerca de R$ 160 e as garrafas começam em R$ 400.
Além de uma forma de ganhar dinheiro, Adriano encontrou na arte que produz um caminho para vencer a depressão e a ansiedade de quem passa dias longe de casa. “Minha atividade principal não é a arte em couro. Trabalho com transporte em carreta e rodo por vários estados, chego a ficar 15 dias longe de casa. Na estrada, enquanto espero por uma nota ou um descarregamento, aproveito para fazer alguma coisa”, revela.
A habilidade com o couro nasceu na infância. Adriano cresceu vendo o pai e os irmãos mexendo com couro na fazenda onde foi criado, em Bataguassu. Arreios, trilhas e selas eram parte da rotina nesse período. A carteira bordada veio só depois, quando viu uma peça country e decidiu tentar criar sua própria versão.
Em 2018, ele resolveu abrir uma página nas redes sociais e transformar o hobby em marca. De lá para cá, o couro virou empresa, renda extra e terapia. “Quando estou mexendo com isso, esqueço do mundo. Quem sabe um dia eu mexa só com isso”, finaliza.
Confira a galeria de imagens:
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.














