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Consumo

Lives ajudam até espaço cultural vegano a ficar perto de clientes

Restaurante vegano mudou de lugar há cerca de um ano e, quando crescia, pandemia mudou todos os planos

Lucas Mamédio | 28/06/2020 07:40
Juliana trabalha em casa mesmo antes da pandemia (Foto: Kisie Ainoã)
Juliana trabalha em casa mesmo antes da pandemia (Foto: Kisie Ainoã)

Você já leu aqui no Lado B a história do Verde Sorte Minha, restaurante vegano em Campo Grande, cujo pilar são quatro mulheres. O estabelecimento passou por mudanças profundas o ano passado e, vislumbrando um futuro diferente, viu a pandemia do coronavírus mudar tudo.

Antes num container, Juliana Sartomen, a dona, trouxe todo o conceito do estabelecimento para dentro de casa. Parece até que o lugar antecipou algo que fazemos hoje, que é estar em casa, trabalhar em casa.

“As coisas certamente ficaram mais complicadas desde a pandemia. Fechamos nosso espaço e estamos contando apenas com a entrega de pedidos por aplicativos. Também estamos atendendo no WhatsApp, neste modo, as pessoas fazem o pedido e vem buscar aqui em nossa casa”, explica Juliana.

Estabelecimento adapou todo seu modelo para atender em casa (Foto: Kisie Ainoã)
Estabelecimento adapou todo seu modelo para atender em casa (Foto: Kisie Ainoã)

O espaço agora pode receber mais gente e, por isso, virou um pequeno polo cultural da cidade, uma intenção antiga de Juliana. “Nosso espaço virou um ponto de cultura. Fizemos amizade com cantores locais que se identificaram com o ambiente e passaram a reivindicar o espaço para apresentar seu repertório autoral e isso fortaleceu mais nosso espaço”.

Segundo Juliana, a mudança se deu porque o contêiner carregava consigo um conceito de fast food, que limitava essa experiência com cliente.  “A gente queria também estar conectado com as pessoas que queriam saber um pouco mais de nós, porque para explicar como nasceu o insight de cada hambúrguer, a gente tinha que falar, também, um pouco de nós. Sobre a música que escutamos, sobre as ideias que tivemos, enfim, explicar nossos pontos de vistas. Então quisemos montar um lugar onde pudéssemos ser livres para apresentar nosso modelo de vida. Isso até nos desafogou um poco na cozinha, pq as pessoas já tinham menos duvidas e mais clareza ao entender nossa proposta”.

Juliana e o marido agora promovem lives para continuarem atendendo a clientela (Foto: Kisie Ainoã)
Juliana e o marido agora promovem lives para continuarem atendendo a clientela (Foto: Kisie Ainoã)

Bem quando o estabelecimento fortalecia sua marca veio a pandemia e mudou todos os plano. “Fechamos as portas sem previsão de reabertura, porque a curva do contágio da COVID-19 ainda está em ascendência na cidade. É um posicionamento que temos, porque estamos na linha de frente da produção alimentar. Temos clientes que tem alergia alimentar, diabetes, hipertensos e, por isso estão no grupo de risco. Se nós nos expomos ao risco, expomos eles também”.

Mas não está sendo de todo ruim. A pandemia está sendo uma ótima oportunidade para Juliana, que também é antropóloga e arquiteta, fortalecer os laços com o clientes por meio de lives que debatem diversos assuntos.

“Essas lives aconteceram na medida que percebi que estava sentindo falta do vínculo que criei com os intelectuais. Porque aqui eles não somente promoviam shows, mas também discussões de empoderamento feminino, de saúde mental, de agroecologia, de economia solidária, das questões animais. E passei a convidá-los a participar de lives em meu canal pessoal, no meu instagram, especialmente, para voltar a vê-los, porque sentia a necessidade de conversar, dividir as angústias da contemporaneidade e assuntos que não podem ser esquecidos pela sociedade por causa da pandemia”.

As lives estão acontecendo aos sábados pela manha, às 9h, e as segundas à noite às 19h. O endereço é Rua Sergipe, 1050, no Centro.


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