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Consumo

Movido pela curiosidade, Luiz aprendeu a fazer de luminárias a som de madeira

Kimberly Teodoro | 22/03/2019 08:22
Cada luminária custa entre R$ 230 e R$ 250 reais, feitas em madeira, é possível regular a intensidade da luz (Foto: Paulo Francis)
Cada luminária custa entre R$ 230 e R$ 250 reais, feitas em madeira, é possível regular a intensidade da luz (Foto: Paulo Francis)

Luiz Sat, aos 50 anos, decidiu investir de vez no hobby que manteve durante desde a infância toda: Dar forma e vida a pedaços esquecidos de madeira, reaproveitando restos da construção civil para criar peças exclusivas que são uma verdadeira combinação da elegância clássica da madeira e toda a sofisticação e comodidade da tecnologia de ponta.

Movido pela curiosidade, ele revela sempre ter sido encantado pelo mecanismo que torna a construção de objetos possível. Desde criança, ele realizar trabalhos manuais e é apaixonado por ferramentas, o que tornou natural o processo de criação. “As vezes eu via algo interessante, novo e falava: Eu posso fazer. Minha esposa sugeria comprar alguma coisa e, primeiro eu tentava reproduzir aquilo, às vezes não dava certo, mas a medida que eu fui ganhando prática e descobrindo quais técnicas funcionam ou não, consegui desenvolver peças novas”.

Entre as peças favoritas está o equipamento de som em que Luiz trabalhou por cerca de um ano, sempre aos fins de semana para “espairecer”. Com a parte eletrônica importada da China, ele construiu toda a estrutura externa em madeira e acrílico à partir de um projeto desenhado e executado por ele. Além da beleza única, o som também conta com tecnologia sem fio, caixas potentes e design moderno.

As luminárias são o "carro chefe" de vendas de Luiz, mas ele procurar não limitar o próprio trabalho e faz o que der na cabeça. (Foto: Paulo Francis)
As luminárias são o "carro chefe" de vendas de Luiz, mas ele procurar não limitar o próprio trabalho e faz o que der na cabeça. (Foto: Paulo Francis)
Há uma quadra de distância de casa, a oficina em que Luiz trabalha pode ser vista da sacada do apartamento (Foto: Paulo Francis)
Há uma quadra de distância de casa, a oficina em que Luiz trabalha pode ser vista da sacada do apartamento (Foto: Paulo Francis)

Formado em Administração, Luiz era representante comercial na indústria de móveis. Apresentando a profissão pelo sogro, que sabia do interesse do genro pela área e o levou para conhecer o processo de fabricação de cada produto, alimentando o encanto dele pela indústria. Hoje, do outro lado da produção, Luiz investe no slow design, na contramão do industrializado e “enlatado” que se vê nas grandes lojas de departamento. Cada peça é feita manualmente e reaproveita vigas de madeira e restos da construção civil misturados a madeiras mais nobres como o Imbuia, comprado fora do estado.

Depois de trocar as horas sentado no banco do carro ou atrás da mesa do escritório, a realização de trabalhar com o que sente prazer em fazer mudou completamente a vida de Luiz, que não desacelerou o ritmo de trabalho e consegue substituir a quantidade pela qualidade. Quando se mudou para um apartamento com a esposa e os dois filhos há cerca de um ano, o espaço disponível para trabalhar e guardar as ferramentas desapareceu. A solução foi alugar uma sala comercial há uma quadra de distância, que ele cobre a pé e que pode ser vista da sacada, ali ele costuma passar cerca de seis horas por dia, dedicadas ao processo criativo.

Para ele, a inspiração exige liberdade. “Eu preciso parar no meu ambiente, às vezes vou para a oficina sem um projeto específico, sem nada para fazer e paro. É quando aquelas imagens já catalogadas na cabeça ganham vida e a mente processa tudo aquilo e cria algo original. Às vezes parte de uma necessidade, quando preciso de alguma coisa e procuro descobrir como fazer, mas uma característica bem marcante é essa, sentar na oficina descompromissadamente e pensar. Às vezes, olhando para uma madeira, é possível extrair dela uma peça”.

O equipamento de som de Luiz é único e levou cerca de um ano para ficar pronto (Foto: Paulo Francis)
O equipamento de som de Luiz é único e levou cerca de um ano para ficar pronto (Foto: Paulo Francis)

Muito presente no trabalho de Luiz, a técnica de marchetaria, segundo ele é muito antiga e costumava ser usada para fazer desenhos, unindo pedaços de madeira, ainda menores do que os utilizados por ele, uns aos outros. A ideia de adotar o estilo veio do fato de não conseguir jogar as sobras do material fora. “Acabei juntando em uma caixa vários pedaços de madeira e um dia olhando para aquela caixa e sem fazer nada, eu pensei em dar um novo sentido para o que estava dentro. Já tinha os componentes eletrônicos que eram para um abajur e decidi usar para construir uma luminária”.

Funcionou tão bem, que hoje os objetos produzidos em maior quantidade são as luminárias trabalhadas em marchetaria e feitas sob encomenda. Cada uma leva em média quatro dias para ficar pronta, em um processo que demanda tempo para que a cola utilizada para colar a madeira seque, possibilitando o recorte e a instalação dos componentes eletrônicos importados da china e que permitem regular a intensidade de luz da lâmpada através do toque no sensor com sistema de touch. As luminárias maiores custam R$ 250, enquanto as menores saem por R$ 230.

Apesar das luminárias serem o “carro chefe”, ele afirma não colocar limites no próprio trabalho, também fazendo mesas de centro que podem ser trabalhadas na marchetaria ou uma mescla de materiais como azulejos e sustentação de ferro. Cada uma custa em média R$ 400. Além delas, tábuas de cortar carne que custam entre R$ 90 e R$ 250 reais também são parte do catálogo do artista-inventor.

É possível ver e encomendar peças feitas por Luiz pelo Instagram @luizsat.

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O porta velas foi feito com sobras das luminárias, sem conseguir se desfazer dos pedaços de madeira, Luiz reaproveita tudo (Foto: Paulo Francis)
O porta velas foi feito com sobras das luminárias, sem conseguir se desfazer dos pedaços de madeira, Luiz reaproveita tudo (Foto: Paulo Francis)
Conceitual, as peças ficam bem como decoração em qualquer ambiente (Foto: Paulo Francis)
Conceitual, as peças ficam bem como decoração em qualquer ambiente (Foto: Paulo Francis)
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