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Consumo

Poeirão vira canteiro de onze-horas e hoje amigas vendem para todo País

Duas amigas mudaram uma esquina empoeirada do Jardim Itamaracá com uma coleção surpreendente de onze-horas

Thailla Torres | 25/10/2021 06:15
Aline e Dayani são amigas há 13 anos e compartilham uma coleção de flores onze-horas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Aline e Dayani são amigas há 13 anos e compartilham uma coleção de flores onze-horas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em meio à poeira de um dos trechos do Jardim Itamaracá, uma esquina sem asfalto ganhou cores que ninguém imaginava que existiam. Um terreno de aproximadamente 360 metros quadrados exibe o colorido de uma plantação de onze-horas.  São 160 cores diferentes que de colegão, viraram renda extra para duas amigas enlouquecidas pelas flores.

A secretária Aline Marques, de 39 anos e a auxiliar administrativa Dayani Batista, 31, são as donas do plantio. Antes, elas colecionavam as diferentes flores até que decidiram vender para outros apaixonados pela espécie.

Tudo começou quando Dayani mudou para sua casa nova e o vizinho a presenteou com duas mudas da planta, na cor pink e a tradicional. “Comecei a gostar de plantas, especialmente, as onze-horas. O bacana é que ela floresce quase todo o ano e ela remete muito à infância”.

Dayani cuidando das flores. (Foto: Henrique Kawaminami)
Dayani cuidando das flores. (Foto: Henrique Kawaminami)

Aline, por exemplo, tem um apego afetivo com a plantinha. “Eu tenho muitas memórias de infância na casa da família. Na minha época, não tinha todas essas cores, mas era uma flor que todo mundo já gostava. Quando a gente conheceu essa variedade, eu achei que era impossível”.

Juntas, passaram a estudar sobre a espécie e descobriram 160 cores diferentes. “Ficamos encantadas. Elas lembram a nossa avó, a infância, o jardim da família, só nos trazem memórias boas”.

Então, as duas passaram a pensar em novo negócio somente com as flores. Apesar do gosto por quase todo tipo de planta, elas bateram o pé que queriam uma loja específica de onze-horas.

Não demorou muito para as paredes das casas ficarem lotadas. Pelo Instagram, elas passaram a mostrar a variedade, valores e dicas para o cultivo da planta que “pega fácil”, garantem.

Aline mostrando uma de suas cores preferidas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Aline mostrando uma de suas cores preferidas. (Foto: Henrique Kawaminami)

A coleção das flores começou em 2018, mas a venda mesmo surgiu ano passado e, em um ano de Instagram, elas se surpreenderam com mais de 35 mil seguidores.

“A pandemia, nesse sentido, ajudou a alavancar o negócio”, conta Dayani. “Houve o isolamento social e as pessoas passaram a olhar mais para casa, querer ter mais plantas, e como essa flor é uma que muita gente gosta, quando vimos, já estávamos cheias de seguidores e clientes”.

Com trabalhos distintos durante a semana, o tempo que tiram para o cultivo e entrega é no sábado e no domingo. As duas não param, cuidam de cada flor com se fossem um tesouro e hoje, já entregam até para diferentes estados do País. “A venda começou em Campo Grande e foi crescendo, isso nos surpreendeu muito”, diz Aline.

Foi então que a residência de cada uma ficou pequena para tantos vasos de flores e elas precisaram de um espaço maior para o cultivo. Mas com o preço de aluguéis por aí nas alturas, elas tiveram a ideia de cultivar as flores em um terreno na mesma rua onde moram, no Jardim Itamaracá.

“Alugamos o terreno da nossa vizinha e fizemos aqui o nosso espaço. Com ajuda dos maridos, pintamos o muro, o portão e os vasos”.

Flores são plantadas em pneus. (Foto: Henrique Kawaminami)
Flores são plantadas em pneus. (Foto: Henrique Kawaminami)
Os galhos são entregues assim e com o número da cor que o cliente comprou. (Foto: Henrique Kawaminami)
Os galhos são entregues assim e com o número da cor que o cliente comprou. (Foto: Henrique Kawaminami)

Para diminuir os gastos, elas fizeram vasos com pneus que seriam descartados. Como todos ficam no gramado preenchido com terra, não há acumulo de água. “Mas também cuidamos criteriosamente para que isso não ocorra. Por isso, você pode andar tranquilamente por aqui e não vai sentir mosquitos”.

Quando elas não podem, os maridões também ajudam a dar uma olhadinha nas flores e a vizinha é quem sempre avisa os dias que o terreno está mais florido ou não. O lugar também é monitorado com câmeras.

Nos últimos meses, não tem quem passe no local e não dê uma paradinha para espiar. Alguns fazem registros e marcam as meninas no Instagram.

O sonho agora é crescer, vender mais do que as 160 cores já existentes no local e, quem sabe, ter uma loja só da espécie na cidade para que essa seja a principal renda da família.

A maioria das vendas não é feita em vaso tradicional, ali, você compra a flor por galhos. “Porque ela é muito fácil de brotar e cuidar. Então, a cada três galhos que vendemos você quebra cada um deles e já viram seis. Em pouco tempo, o vasinho já está cheio”.

Mas também há vasos prontos no local, que custam a partir de R$ 35,00. Mas caso queira montar um especial com a variedade de cores que ali são numeradas, é preciso mesmo comprar o galho.

Da mesma família, ali você encontra as beldroegas e onze-horas, para diferenciá-las, é simples, a beldroega tem as folhas chatinhas e bem ovuladas, enquanto a onze-horas tem folhas bem fininhas e compridas igual dedinhos.

A beldroega é vendida a R$ 5,00 três galhos, já as onze-horas dobrada custam R$ 10,00 cada três galhos.

Quem quiser conhecer o espaço e agendar um horário para visita no fim de semana, pode entrar em contato com as meninas pelo Instagram @charmosas_11hs.

Confira a galeria de imagens:

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