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Consumo

Redes crescem da noite para o dia graças ao consumo da classe C

Ângela Kempfer | 19/03/2012 11:21
Loja Farfalla do Centro, na esquina da 13 com a Barão do Rio Branco.
Loja Farfalla do Centro, na esquina da 13 com a Barão do Rio Branco.

Em apenas dois anos a rede Farfalla conseguiu abrir 9 lojas em Campo Grande graças aos consumidores da classe C. Passou a vender roupas do tipo popular em lojas com um pouco de requinte. Foi o suficiente para fazer o comércio vingar.

“É uma classe que mudou de mentalidade. Até então comprava só no tipo lojão do povo e passou a querer algo melhor”, avalia Ulisses Conceição Filho, diretor administrativo da empresa.

Depois de começar com venda de celulares, com 12 lojas hoje na cidade, ele expandiu o negócio da família para a moda. A fórmula que buscava era preço baixo com atendimento melhor em uma loja com decoração descolada, apesar de simples.

Ulisses, hoje com 54 anos, investiu na região Central, passou a alugar espaços em hipermercados e chegou ao Shopping Campo Grande na semana passada.

A maior parte da coleção vem de São Paulo, mas também há peças de fábricas aqui de Mato Grosso do Sul. No Centro, ao entrar em uma das lojas a gente vê secretárias em busca de casaquinhos, estudantes olhando peça por peça até encontrar o vestidinho perfeito para a balada e até mulheres mais velhas atrás de peças básicas.

Na vitrine, o chamariz são as promoções na base do R$ 9,99, R$ 19,99. “O que a gente quer é oferecer produto barato, com atendimento diferente dos que os lojões oferecem,para que o cliente não tenha nenhum arrependimento depois de comprar aqui”, diz Ulisses.

Sobre a expansão, ele recorre ao “o céu é limite”, assim como a Farfalla, borboleta ligeira que é nome e marca da loja. Com 80 empregos hoje, o plano em amadurecimento é de franquear a ideia. “Acho que é o caminho natural, já começamos a fazer o estudo”;

Maristela (de camisa jeans) conversa com um dos cabeleireiros da Morena Mulher.
Maristela (de camisa jeans) conversa com um dos cabeleireiros da Morena Mulher.

Destino idêntico pode ser o da rede Morena Mulher. Apesar do nome bem campo-grandense, alguns empresários já procuram a proprietária para levar o salão de beleza para o interior do Estado. A empresa que começou pequena, com bronzeamento artificial, hoje tem 110 funcionários, emprega manicures, cabeleireiros, esteticistas e está até no Aeroporto Internacional de Campo Grande.

A dona, Maristela Sordi, é diretora da indústria Jumbitos, mesmo assim há 8 anos resolveu encarar um projeto pessoal. “Adorava aquelas máquinas de bronzeamento artificial e resolvi comprar uma.” Alugou prédio de 60 metros quadrados perto da Praça do Rádio Clube e por lá ficou 1 ano e meio, com uma manicure e um cabeleireiro.

O pulo do gato foi investir na propaganda, lembra Maristela. “Entendi que mesmo sendo pequenos, o cliente tem de acreditar que a gente é grande. Desse jeito, o salão começou a lotar e acabamos crescendo”.

A cada período de um ano e meio, em média, outra Morena Mulher surgia na cidade. Hoje há serviços na Rua Brilhante, na Antonio Maria Coelho, no Shopping Pátio Central e no Aeroporto.

“A dica é aproveitar o bom momento da economia e não deixar uma oportunidade de bom negócio passar, são oportunidades diárias. Abri na Brilhante, por exemplo, porque moro lá e percebi que não havia nada parecido. O empresário precisa de atitude e coragem”, aconselha.

Os preços não são de periferia, custa um pouco mais, mas a filosofia é a mesma da Farfalla, atrair a classe C com vários serviços em um local estruturado. Pé e mão, aos finais de semana, saem por 26 reais e o corte custa 40 reais e assim as lojas da rede vivem cheias com 10 mil atendimentos mensais.

Dividida entre a fábrica de salgadinhos e o salão de beleza, aos 45 anos, com dois filhos, Maristela parece realizada. “estou acostumada a trabalhar muito e quanto mais me dedico à indústria, mais aprende e mais eficiente fico no salão”.

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