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Diversão

Após 11 anos, Rádio Clube volta a ter baile, com Carnaval diferente do passado

Festa no clube começou ontem e contou com cerca de 600 pessoas, de jovens a idosos

Thaís Pimenta | 11/02/2018 07:15
Chokito e grupo Bom de Fato animaram o público presente no Rádio Clube. (Foto: Paulo Francis)
Chokito e grupo Bom de Fato animaram o público presente no Rádio Clube. (Foto: Paulo Francis)

Foram 11 anos sem que o Rádio Clube recebesse um Carnaval de respeito em seus espaços. A noite de ontem (10) permitiu que esse cenário mudasse. Cerca de 600 pessoas tomaram a sede Cidade com alegria tão parecida com aquela de antigamente, mas com diferenças na trilha sonora que são marcantes. 

Quem já mora aqui há muito tempo com certeza curtiu ao lado da família um bailinho de Carnaval nos clubes da cidade. O Rádio era, de todos, o com mais tradição na folia do Momo. Com um caráter bem familiar, as duas sedes da instituição bombavam com festas matinês e noites de marchinhas e, na década de 1990, axé music.

O libanês radicado em Campo Grande aos 7 anos, Sami Namura, era uma dessas pessoas que adorava curtir um baile de Carnaval no Rádio. Hoje aos 68 anos, teve a oportunidade de sentir a mesma energia de quando era mais jovem e saía de casa com sua mulher e sua filha para curtir a festa. O convite veio da filha Gisele Namura, que acabou arrastando a família toda pra folia e mais alguns amigos, resultando em pelo menos 15 pessoas!

"Na minha época, o Carnaval aqui era Carnaval mesmo. Tocava muita marchinha e música própria da época. Agora o festa abarca todos os estilos, a gente escuta muito samba e pagode aqui", conta Sami.

Gisele, a filha, concorda com o pai, mas justifica que no começo da noite, haviam tocado marchinhas. Por acaso, assim que terminamos de entrevistá-los, o sambista Chokito passou a cantar "Mamãe eu Quero", "Cabeleira do Zezé" e outras. "Se você olhar lá no camarote vai ver um monte de idoso esperando pelas músicas tradicionais", completa.

Filha, mãe e pai da família Namura foram para o Carnaval em busca da tradição. (Foto: Paulo Francis)
Filha, mãe e pai da família Namura foram para o Carnaval em busca da tradição. (Foto: Paulo Francis)

E quem jurava que só ia gente mais velha no Clube acabou se enganando. A faixa etária estava bem variada, uma surpresa agradável até para o organizador do evento, Daniel Nahras, de 36 anos. Ele justifica que como a inciativa de ter Carnaval dentro dos clubes acabou diminuindo, não havia um parâmetro para se basear. 

"O dia de hoje é um teste mesmo, pra gente tentar entender esse público. Até eu me surpreendi porque, quando a gente abriu, à 22 h, o salão tava vazio. Até agora, 1 h da madrugada, está chegando gente e estimo umas 400 a 600 pessoas. A maioria é a galera mais velha mesmo, mas não dá pra falar que o público é só esse", explica.

Quem opta por curtir Carnaval em espaços fechados procura por uma série de fatores que a rua não oferece. Para a servidora pública de Viviane Vilani, de 35 anos, ter essa opção é muito bacana, mas ela não na verdade topa curtir a folia também na rua. "Vim a convite de uma amiga e está sendo bom. Acho que quem opta por só vir em fesstas fechadas quer a segurança, estrutura, e a comodidade que o Carnaval na rua nem sempre consegue oferecer", diz.

Viviane gostou tanto que quer levar o filho dela amanhã na matinê do Rádio. "Eu saio no desfile dos blocos no Esplanada e depois quero vir com meu filho pra cá".

De tudo um pouco: público misturado garantiu pluralidade no Clube. (Foto: Paulo Francis)
De tudo um pouco: público misturado garantiu pluralidade no Clube. (Foto: Paulo Francis)
Matinê em 1998. (Foto: Acervo Pessoal)
Matinê em 1998. (Foto: Acervo Pessoal)

Quem quer gastar menos já tem que ir preparado sabendo que, dentro de um Clube, além da entrada, você vai pagar mais caro pra beber. No Rádio, uma latinha sai a R$ 5, enquanto que na rua um copão sai pelo mesmo valor. 

O mais curioso dentro do Carnaval ali dentro estava logo ao lado do bar. A organização montou uma estrutura para vender copos, serpentinas, confete, buzinas, perucas e máscaras. Todos os artigos remetem aos antigos bailinhos fechados dos anos 80 até começo dos anos 90.

A festa continua hoje, a partir das 15 h, com matinê com o grupo Samba 10 e Maninho Gomes. Na segunda-feira, Chokito volta a tocar e, depois, é a banda campo-grandense Feitiço Moleque que anima a noite, a partir das 22h. Associados do clube não pagam pra entrar e devem entrar pela portaria da Rua Barão do Rio Branco. Não-associados pagam R$ 10 e devem entrar pela Padre João Cripa.

De acordo com o presidente do clube, Renato Antônio Pereira, ver o Rádio lotado novamente é  realização de um sonho antigo. "Chega a ser emocionante. Eu que sempre frequentei lembro que chegávamos a lotar a nossa sede campo, que é bem maior", relembra. Como a aceitação do campo-grandense foi boa, a intenção é continuar com as festas nos anos seguintes. "Com certeza teremos de novo", finaliza.

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Artigos para deixar a festa mais animada estavam sendo vendidos. (Foto: Paulo Francis)
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Espuma e tinta pro cabelo sai a R$ 12, buzina sai a R$ 22, peruca custa R$ 15 e máscara com sangue é o artigo mais caro, R$ 40. (Paulo Francis)
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