ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Diversão

Depois da corrida Naruto, garotada prepara campeonato de sarrada na cidade

Thailla Torres | 02/07/2016 07:33
Cada um faz a sarrada do seu estilo pra chamar atenção no campeonato. (Foto: Fernando Antunes)
Cada um faz a sarrada do seu estilo pra chamar atenção no campeonato. (Foto: Fernando Antunes)

Fazer a melhor sarrada se tornou um fenônemo entre a garotada e instigou adolescentes aqui de Campo Grande a organizar o primeiro campeonato da modalidade. O que pra muitos é um termo desconhecido, entre eles já virou febre fazer o 'movimento', que exige habilidade e desenvoltura na hora da apresentação. 

A sarrada nada mais é do que um passo de dança. E a competição envolve quem faz o melhor movimento que mostra braços soltos, levantada de perna, desce e sobe e até um salto com pernas e braços para trás. Sem muitas regras, a ideia é mostrar quem faz sarrada de um jeito natural ao som do funk Passinho do Romano, que já tem mais de 9 milhões de visualizações no Youtube.

Aos poucos, cada um foi inventando o próprio jeito de dançar e já existem diversos estilos de sarrada. Por isso aqui, a proposta do campeonato surgiu na brincadeira, entre os adolescentes.   

O movimento também é feito de ladinho. (Foto: Fernando Antunes).
O movimento também é feito de ladinho. (Foto: Fernando Antunes).

A estudante Rafaela Matinez, de 15 anos, explica que os amigos costumam assistir videos e ensaiar os passos. "Todo mundo mundo postava foto da sarrada no Facebook, aí vimos um vídeo e resolvemos criar um campeonato. Mas a gente achou que nem ia dar certo", comenta. 

O sucesso é tanto que organizado há poucos dias, o evento no Facebook já tem mais de 2,4 mil pessoas confirmadas para o 1° Campeonato de Sarrada. A data prevista para acontecer é dia 7 de agosto, no Parque das Nações de Indígenas.

Paralelo à diversão, o que a maioria busca é incentivo numa cultura que vá na contramão do preconceito. "Tem gente que olha e diz a gente não tem o que fazer, que a gente deveria estudar. Mas a gente gosta da música e é estilo que faz parte da nossa cultura também", pontua Rafaela. 

Ela também admite que já teve preconceito com o funk. "Eu já cheguei a dizer que isso não era música. Mas quando comecei a conhecer o estilo, foi contagiante. E dançar pra gente é isso, é estar todo mundo animado com as coreografias e o estilo da música", completa.

Pensando nisso, é que Gislaine Siqueira, professora da rede pública de ensino, decidiu apoiar a iniciativa dos adolescentes para romper o preconceito a quem ouve o estilo. "Diante da modernidade, é impossível aceitar o preconceito em relação uma variedade cultural. Até porque eles levam essas músicas e esse estilo para dentro da escola. Então a gente tem que dar apoio, incentivando a cultura", argumenta. 

Por conta do preconceito, a professora avalia que a sociedade insiste em julgar os jovens pelo estilo musical. "O gosto pela música não impede o interesse e nem o desempenho intelectual dos adolescentes. Tenho excelentes alunos, que estudam, se dedicam e fazem desse estilo uma brincadeira ou até mesmo uma atividade", esclarece. 

Por isso ela vai encarar o desafio junto aos alunos e participar da organização. No dia evento, serão realizadas batalhas em grupos. Por enquanto não foi definido quais serão os prêmios, mas a moçada já se organiza para apresentar a sarrada mais animada, alta e divertida. 

Mais informações estão sendo divulgadas na página do evento no Facebook e se ainda ficou dúvida, o vídeo abaixo é a música que vem inspirando a moçada. 

Curta o Lado B no Facebook.

Nos siga no Google Notícias