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Diversão

Matinê lotada prova que tanto os adolescentes quanto os pais continuam os mesmos

Anny Malagolini | 25/05/2014 07:12
Do lado de fora, fila quase dobrou a esquina (Foto: MArcelo Victor)
Do lado de fora, fila quase dobrou a esquina (Foto: MArcelo Victor)

A fila enorme na porta da primeira matinê na casa noturna “Cabaret” mostra que os adolescentes continuam os mesmos. Ainda acham que a balada na boate funciona como entrada na vida adulta. Uma tarde de sábado para os pais também provarem que não mudam e continuam com aquele aperto no coração na hora de dar uma folga aos filhos.

Ver os filhos crescerem e entrarem em um espaço criado para os adultos deixou vários pais roendo as unhas do lado de fora da casa.

Talvez por "ordem" dos adolescentes, alguns ainda tentaram ser discretos, esperar de lado, atrás de uma árvore, mas a aflição ninguém consegue esconder. “A gente se preocupa com a segurança. Mas vou esperar ela entrar pra ir embora”, comenta a comerciante Sueli da Silva, de 38 anos.

Apesas de aceitar a balada como novo programa da filha, para ela, hoje tudo é muito precoce. A comerciante se lembra que na época em que frequentava as matinês da cidade, já beiravam os 18 anos de idade. “Hoje eles são mais pra frente, é muito diferente, por isso me preocupo”, finaliza.

De dentro do carro estacionado em frente à boate, os cozinheiros Luis dos Santos, de 40 anos, e a esposa Nair Carneiro de Souza, de 39, observam o filho de 13 anos na fila, também "bestas" com os tempos modernos. “Isso é uma novidade pra mim, nessa idade eu não saia”, conta Luis.

Já a preocupação da corretora de seguros Jucileide Cardoso Oliveira, de 50 anos, é justamente sobre a fila, que quase dobrou a esquina, na Avenida Mato Grosso. Ela levou a filha de 14 anos para a primeira festa, independente, e concorda com a ideia de ambientes voltados aos adolescentes em Campo Grande. “Eles precisam ter espaço para viver a música, tem que aproveitar a idade que tem”, afirma.

Alguns mais inseguros entraram na boate para garantir que o local que estavam deixando os filhos era adequado. “Fico preocupada com a segurança, por isso entrei e verifiquei a saída de emergência. É coisa de mãe mesmo”, comenta a professora Maria Auxiliadora, de 50 anos, que levou o filho de 13 anos a festa.

Ela fez questão não só de supervisionar o local por dentro, como continuou do lado de fora, na fila, observando o estilo de quem iria entrar. Para não ter dúvidas sobre o lugar, bebeu até o enérgico que estava sendo servido na fila, para se certificar do que era a bebida. “Na minha época, a matinê era só no cinema, por isso estou investigando, a gente fica com medo”, justifica.

Festa “The Choice”  recebeu adolescentes de 12 a 17 anos. (Foto: Marcelo Victor)
Festa “The Choice” recebeu adolescentes de 12 a 17 anos. (Foto: Marcelo Victor)

Enquanto os pais ficam nervosos, angustiados, o lado bom da festa fica para os adolescentes. Alguns vestidos com roupas que normalmente são para os mais velhos. Com salto alto, as meninas são as mais entusiasmadas com a primeira “balada”. “É a primeira vez que saio sem estar com meus pais, não sei como é lá dentro, por isso estou ansiosa”, comenta a estudante Natália Xavier, de 14 anos.

Para a amiga de também 14 anos, Alice Maria, ir à festa foi tema de discussão em casa e significou uma espera de dias até o esperado "sim" dos pais. “Eles ficaram preocupados, mas insisti e deixaram. Entraram para conhecer a casa, nem me importei, eu queria vir”, comenta.

Na festa, não é permitida a entrada de maiores de idade. Só podem entrar adolescentes de 12 a 17 anos. A matinê se chama “The Choice” e já foi realizada em outras cidades do País.

As próximas edições vão acontecer nos dias 24 de junho, 19 de julho e 16 de agosto, no mesmo local e mesmo horário, das 16 às 21 horas.

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