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Diversão

Todo mundo de olho no céu; manhã tem eclipse solar em Campo Grande

Ângela Kempfer e Thaila Torres | 26/02/2017 11:13
Enzo de óculos especial, na UFMS.
Enzo de óculos especial, na UFMS.

Há muito tempo a expectativa de acompanhar fenômenos no céu tem frustrado quem mora em Campo Grande. Ou o tempo fecha, ou a noite esconde. Mas hoje, finalmente, o eclipse solar virou espetáculo. Pelos bairros, de forma improvisada, ou com acessório especialmente preparado na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), pais e filhos tiveram uma manhã científica.

Por volta das 8h50, Terra, lua e o sol começaram a se alinhar. Em frente ao teatro Glauce Rocha, na UFMS, cerca de 100 pessoas acompanharam o fenômeno sob orientação da Casa da Ciência. O clube de astronomia preparou óculos com E.V.A, elástico e vidro normalmente aplicado em máscaras de solda. O material usado em exames de Raio-X ou os negativos de fotos não são recomendados para a experiência.

E o resultado foi mágico, por incrível que pareça, em alguns casos mais para os pais, do que para os filhos. “Lembrei muito de quando eu era criança e usava aqueles filmes de fotografia para ver eclipse”, conta a técnica em Enfermagem, Bianca Camposano, de 34 anos. O filho Enzo, de 10, não pareceu tão empolgado, mas diz que achou “bonito” ver a lua encobrir o sol.

Dionísio foi com o pai, professor de História, ver o seu primeiro eclipse.
Dionísio foi com o pai, professor de História, ver o seu primeiro eclipse.

O último fenômeno com tamanha visualização por aqui ocorreu em 2007. “Eclipse solar sempre acontece, mas nem sempre é possível ver aqui da cidade. O último foi em 2007”, explica Keissy Carla, monitora e acadêmica do último semestre de Física da UFMS.

Mesmo assim, em Campo Grande, o eclipse não será total. Não será possível ver toda a lua sobre o sol e apenas aquele anel de luz ao redor. Esse privilégio só terão os moradores do sul do Chile, além de Argentina e Angola e norte da Zâmbia.

Por aqui, monitores do clube de astronomia orientaram os interessados a aproveitar ao máximo o fenômeno parcial. e eles tiveram sorte, porque a previsão era de chuva para a Capital, por volta das 10h da manhã deste domingo. As nuvens apareceram, mas não atrapalharam.

O universitário Ricardo Okishima, 20 anos, ficou sabendo da novidade pela internet e também acordou cedo para ver o eclipse, ao lado de uma amiga. “Vi a notícia e comecei a pesquisar mais sobre o assunto. É algo que sempre desperta a curiosidade”, justifica.

João Fabrício dos Santos é professor de História e levou o filho Dionísio, de 13 anos, para entender relações que vão além da astronomia. “Tem muita mística nesses momentos raros, interessante de pesquisar. Também não sei o dia de amanhã, então não posso perder a oportunidade”, comenta o pai.

O filho diz que sempre gostou e pesquisou fenômenos naturais. “Vim para explicar para o meu pai”, comenta sobre o que virou troca de informações em família.

Até um poeta apareceu na UFMS hoje. “Sou apaixonado pela lua, faço poesias e vim por isso”, diz Eliseu Dias, de 42 anos, químico de São Paulo que acaba de mudar para Campo Grande.

Ainda dá tempo de olhar para o céu, o fenômeno deve seguir, pelo menos, até o meio-meio.

Com óculos, da para ver a pontinha da lua encobrindo o sol.
Com óculos, da para ver a pontinha da lua encobrindo o sol.
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