ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, DOMINGO  28    CAMPO GRANDE 26º

Faz Bem!

Amor de Roberto por música transformou tratamento após AVC

Ainda ganhando espaço em Campo Grande, a musicoterapia está sendo regulamentada como profissão

Por Aletheya Alves e Natália Olliver | 18/09/2023 07:26
Roberto durante tratamento de musicoterapia. (Foto: Arquivo pessoal)
Roberto durante tratamento de musicoterapia. (Foto: Arquivo pessoal)

Há menos de um ano, Dayse Bernardo descobriu que o marido, Roberto Lopes Larson, apaixonado por música, poderia receber um tratamento que envolvia justamente o contato com a produção de sons. Ainda ganhando espaço em Campo Grande, a musicoterapia está sendo regulamentada e, pelo olhar de Dayse, transformou a vida do marido após o AVC.

Neste mês, foi comemorado o Dia do Musicoterapeuta e, ainda sendo uma área que vem caminhando, o profissional Nano Elânio conta que muitas dúvidas surgem quando se fala da prática. Para começar, ele esclarece que musicoterapia não é aula de música, mas “usar a música para fins terapêuticos”.

De acordo com a União Brasileira das Associações de Musicoterapia, a definição da prática é “um campo que estuda as relações que as pessoas fazem com a música: o significado que a música tem em suas vidas; as possibilidades de comunicação que sons ritmos, alturas e timbre proporcionam; as oportunidades de reabilitação social, motora e emocional que as melodias permitem construir, as nuances de fortalecimento da autopercepção e da percepção do outro que o fazer musical propicia”.

E, explicando melhor sobre como isso funciona, Nano comenta que a prática não substitui outras terapias, mas age em conjunto a elas. “Ela potencializa o tratamento a partir do trabalho que já é realizado”.

Instrumentos simples são utilizados para integrar a prática terapêutica. (Foto: Arquivo pessoal)
Instrumentos simples são utilizados para integrar a prática terapêutica. (Foto: Arquivo pessoal)

Em processo de regulamentação pelo CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados neste ano, a profissão se tornou parte da vida de Elânio por ele já possuir relação com o mundo artístico. E, em um processo de migrar exclusivamente para essa área, detalha como funciona a terapia na prática.

“Eu trago práticas para reconhecer melhor o corpo que eu também utilizei para desenvolver o meu canto e minha expressão corporal. Utilizo também elementos da arteterapia para dinamizar os atendimentos”, explica Nano.

Responsável pelo tratamento de musicoterapia de Roberto, Nano comenta que a reabilitação após o AVC envolve técnicas que estimulam várias áreas. “Preciso estimular os movimentos de fala, a memória, a cognição, a parte motora com os movimentos de braços e pernas. Então, em cada sessão procuro ter várias partes que estimulem ele de maneiras diferentes utilizando a música como elemento propulsor”.

Falando sobre a experiência com o tratamento até agora, Dayse, esposa de Roberto, garante que o cotidiano do marido foi impulsionado após a inclusão da musicoterapia no conjunto de tratamentos.

Tendo conhecido a prática através de pesquisas com o filho, ela comenta que a primeira dificuldade foi encontrar um profissional da área. “Levamos um tempo até acharmos o Nano, que é o profissional que nos atende hoje. Foi um amor à primeira vista, as coisas foram evoluindo e foi muito certo porque a musicoterapia não interfere nos outros tratamentos. Especificamente no caso do meu marido, que faz terapia ocupacional, fisioterapia e fono, a musicoterapia é mais uma ajuda”.

Para a esposa, as evoluções vistas foram desde o auxílio na fala, movimento do braço, potencialização das sensações e retomada de boas lembranças. “A nossa família sempre teve um envolvimento com a música e acho que isso ajudou bastante. Ele ficou mais alegre, tenta cantar, consegue trabalhar mais a mão paralisada e são coisas que a gente não via mais”, garante.

Para Dayse, o que falta é um maior reconhecimento da profissão, principalmente em Campo Grande. “Algumas pessoas acham que é brincadeira, mas não é isso, é muito mais”.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias