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Balé aquático é nova modalidade para movimentar o corpo na piscina

Aulas são para crianças e adultos, sob a responsabilidade de ex-treinadora de seleção de nado sincronizado

Danielle Valentim | 05/04/2018 08:34
Fátima Lobo (blusa azul da esquerda para a direita), em janeiro, Parque Aquático Maria Lenk, ao lado das técnicas do RJ (calça vermelha) e Rússia (blusas verdes e preta da ponta esquerda). (Foto: Arquivo Pessoal)
Fátima Lobo (blusa azul da esquerda para a direita), em janeiro, Parque Aquático Maria Lenk, ao lado das técnicas do RJ (calça vermelha) e Rússia (blusas verdes e preta da ponta esquerda). (Foto: Arquivo Pessoal)

Aula de Balé Aquático é novidade em Campo Grande, mas a professora tem no currículo o título de técnica da seleção de Nado Sincronizado do Rio de Janeiro. Depois de 18 anos parada, a ex-atleta Fátima Lobo, hoje com 61 anos, voltou com mais uma atividade para quem quer movimentar o corpo, mas também quer formar a única equipe da modalidade na história de Mato Grosso do Sul e a segunda em todo o Centro-Oeste.

A aula abrange natação, ginástica e dança, com a promessa de perda de até 400 calorias em cerca de 1 hora de atividade. Além de trabalhar todo o corpo e deixar as pernas torneadas, o esporte aumenta a coordenação motora e trabalha o cardiorrespiratório.

Antes mesmo de se tornar a primeira técnica da seleção brasileira de nado sincronizado carioca, Fátima já respirava natação, ou pelo menos prendia a respiração. Desde a faculdade até as primeiras aulas no Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, a ex-atleta sabia o que queria para a vida.

A mudança do RJ para capital sul-mato-grossense ocorreu logo após seu casamento e as aulas continuaram no Circulo Militar, AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil) e Rádio Clube. Em 1989, Fátima chegou levar um time de Campo Grande para um festival no RJ. Ao todo foram 25 anos de dedicação ao esporte até decidir dar uma pausa para se dedicar, exclusivamente, a família. O hiato durou 18 anos.

Fátima guarda recordação de 1989, quando levou um time de Campo Grande para um festival no RJ. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fátima guarda recordação de 1989, quando levou um time de Campo Grande para um festival no RJ. (Foto: Arquivo Pessoal)
Campo-grandenses no Festival carioca, em 89. (Foto: Arquivo Pessoal)
Campo-grandenses no Festival carioca, em 89. (Foto: Arquivo Pessoal)

A campo-grandense de coração achou que ficaria longe do esporte, mas os encontros com ex-alunas mudaram isso. “Eu encontrava toda hora uma ex-atleta. Elas falavam: “olha a gente não esqueceu, a gente quer que você volte”. Eu sempre respondi que já estava com idade avançada. Mesmo assim sempre torci para que alguém continuasse os trabalhos. Duas atletas e ex-alunas minhas até tentaram, mas acabaram seguindo outros rumos. Agora que voltei, consegui resgatar uma delas, que dá aula comigo”, conta.

Segundo Fátima, o retorno às aulas foi todo organizado por grupo de WhatsApp. A busca por piscinas disponíveis foi o mais complicado. “O único horário disponível do Rádio Clube era matutino e as alunas não poderiam participar. Então comecei a andar tudo que é piscina, porque também tem de ser aquecida, e ficamos sabendo da saída de um professor e abertura de um horário noturno na piscina do colégio Mace. Mas ainda pago para trabalhar”, diz sobre turma pequena ainda..

Foi difícil encontrar o local. Uma das alunas realizando técnica. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foi difícil encontrar o local. Uma das alunas realizando técnica. (Foto: Arquivo Pessoal)
Treinamento de técnica no período noturno. (Foto: Arquivo Pessoal)
Treinamento de técnica no período noturno. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quem pode participar? Fátima explica que o Balé Aquático, pode ser iniciado aos 9 anos, desde que o participante saiba o nado crawl, conhecido como nado livre, ou o nado de costas. O céu é o limite e não há idade para parar. “Um campeonato na Rússia reúne atletas com 80 anos de idade, até eu estou jovem”, comemorou Fátima.

O nado sincronizado pode ser disputado na modalidade Solo (com apenas um atleta), Dueto (com dois atletas) ou Conjunto (de quatro a oito atletas). As aulas ocorreram de segunda a sexta-feira, das 18h às 20h. Informações sobre preços podem ser obtidos pelo telefone (67) 9 9982-2595 ou na Rua Iria Loureiro Viana, 52, em Campo Grande.

Curiosidade - As primeiras apresentações de dança e balés aquáticos aconteceram no final do século XIX e início do XX. Curiosamente, foram homens que começaram a fazer acrobacias dentro d’água. Aos poucos, as mulheres ganharam espaço, por terem mais leveza nos movimentos.

A modalidade só passou a ter caráter competitivo em 1930, sendo que em 1934, na Feira Mundial de Chicago, o termo nado sincronizado foi utilizado pela primeira vez. Em 1952, a Federação Internacional de Natação (Fina, em francês) estabeleceu as primeiras regras e regulamentou as competições. Apenas nos Jogos de Los Angeles, em 1984, integrou o programa olímpico.

No Brasil, o início da prática tem registro nos primeiros anos da década de 1940, quando a nadadora Maria Lenk organizou a primeira apresentação da modalidade no Rio de Janeiro, juntamente com as alunas da então Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD), da Universidade do Brasil – atual UFRJ.

Confira uma das aulas:

Confira a galeria de imagens:

  • Ex-alunos de Fátima. (Foto: Arquivo Pessoal)
  • Time em apresentação no Rádio Clube. (Foto: Arquivo Pessoal)
  • Fátima ao lado esquerdo atrás de ex-aluna de calça jeans. (Foto: Arquivo Pessoal)
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