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Faz Bem!

Na periferia, aula gratuita de ritbox faz mulheres cuidarem da saúde

Aulas do Treina MS acontecem em diversos pontos da cidade para atender que não consegue bancar academia

Jéssica Fernandes | 02/07/2022 07:22
Turma de ritbox do Bairro Los Angeles durante aula de sexta, 01. (Foto: Alex Machado)
Turma de ritbox do Bairro Los Angeles durante aula de sexta, 01. (Foto: Alex Machado)

O treino é puxado, porém as mulheres são determinadas e não têm medo de suar a camisa durante 40 minutos. Ao som de funk e outros ritmos animados, elas participam dos aulões de "ritbox" oferecidos pela iniciativa Treina MS. O projeto busca levar qualidade de vida para o público feminino que mora na periferia e não tem condições de pagar uma academia.

Criado há três meses, o projeto realiza aulas gratuitas durante três dias da semana nos bairros Los Angeles, Dom Antônio Barbosa, Centenário, Parque dos Sábias e Parque dos Girassóis. Por ser aberto para todas as idades, as aulas contam com a participação de mulheres de diversas idades.

No Bairro Los Angeles, as aulas acontecem às 20h, no espaço JR Eventos cedido pelo empresário Juscelino Pinheiro. O Lado B acompanhou a turma e conversou com a idealizadora da iniciativa, Jéssica Santana, de 31 anos.

Jéssica Santana fala sobre objetivo do Treina MS. (Foto: Alex Machado)
Jéssica Santana fala sobre objetivo do Treina MS. (Foto: Alex Machado)

Neste ano, ela descobriu na internet a modalidade de ritbox, fez o curso e passou a dar aulas para grupos pequenos. “Sempre amei estar envolvida com a mulherada e esse projeto é só para elas. O Treina MS é para trazer bem estar e tirar elas de dentro de casa. A maioria trabalha o dia inteiro e não tem condição de pagar academia mensalmente”, explica.

Embora as aulas estejam no começo, Jéssica tem vontade de levar a dinâmica para outros lugares do Estado. Contando com a ajuda de patrocinadores, a iniciativa também tem a participação  de uma fisioterapeuta, duas nutricionistas e uma pedagoga.

Dhiovana Vitória, de 22 anos, mora no Bairro Los Angeles e começou a participar das aulas por causa da mãe, Eva Luana. Hoje, além de fazer a atividade, ela é uma das nutricionistas voluntárias.

A jovem explica que quis somar com a ação e ajudar na reeducação alimentar das mulheres. “Ela (Jéssica) entrou com a parte da atividade física e eu com a nutricional. A gente vai montar um cardápio semanal conforme a renda. O intuito é mostrar o que é saudável, o que não é, dar dicas de alimentação, frutas da época e o que comprar no mercado”, esclarece.

Na quadra, grupo de mulheres faz a atividade física ritmada. (Foto: Alex Machado)
Na quadra, grupo de mulheres faz a atividade física ritmada. (Foto: Alex Machado)

As aulas - Apesar da música acompanhar os quarenta minutos de atividade, o ritbox não é nada semelhante ao fitdance. As aulas não tem qualquer desenvolvimento de coreografia, mas os movimentos são executados conforme o ritmo da música.  As mulheres exercitam todo o corpo através de exercícios funcionais e aeróbicos, como agachamento.

Valdete Soares, de 79 anos, é uma das participantes do bairro Los Angeles. Animada, ela é assídua nas aulas e tenta acompanhar o ritmo. “Eu faço o que eu posso e tento não forçar. Sempre gostei de fazer exercício, aqui é uma delícia. Em casa eu também caminho no quintal”, conta.

Valdete fala que faz atividade física com frequência. (Foto: Alex Machado)
Valdete fala que faz atividade física com frequência. (Foto: Alex Machado)

Além de manter o corpo ativo, outra vantagem para as alunas é o momento de distração que as aulas proporcionam. É o que fala Elaine Correa, de 36 anos. “Ajuda a gente em todos os sentidos. É um lugar onde me sinto bem. Me distrai totalmente sair daquela mesmice de casa”, afirma. Outra vantagem, conforme ela, é a mudança na autoestima. “Tem muita mulher com autoestima baixa e ela (Jéssica) ajuda todo mundo. Todos os dias que vamos na aula ela tá conversando e dando força pra gente”, destaca.

Moradora do Dom Antônio Barbosa, Rosana Lima Gamarra, de 41 anos, fala que não sabia o que era ritbox antes do projeto. “A gente acha que é zumba, dança. No primeiro dia, sofri um pouquinho”, ri. Para ela, as aulas também são positivas, pois contribuem para o humor e geram interação social. “A gente fica mais animada e consegue conhecer mulheres novas”, conclui.

Quem quiser participar das aulas, a professora Jéssica divulga as informações relacionadas a horários e bairros no Instagram do projeto: @treinams

Rosana comenta que antes do projeto não conhecia o ritbox. (Foto: Alex Machado)
Rosana comenta que antes do projeto não conhecia o ritbox. (Foto: Alex Machado)
Grupo de mulheres atendidas pelo projeto no Bairro Los Angeles. (Foto: Alex Machado)
Grupo de mulheres atendidas pelo projeto no Bairro Los Angeles. (Foto: Alex Machado)

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