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Reproduzir exercícios "inocentes" da internet pode provocar lesões perigosas

Thaís Pimenta | 19/05/2018 08:00
Procurar reproduzir exercícios com acompanhamento de um profissional é saudável e pode ser feito por todo mundo. (Foto: Paulo Francis)
Procurar reproduzir exercícios com acompanhamento de um profissional é saudável e pode ser feito por todo mundo. (Foto: Paulo Francis)

Hoje em dia, um dos temas que mais se vê incentivado nas redes sociais é a questão da vida saudável, com os exercícios físicos de alta intensidade e impacto, para um corpo perfeito, barriga sequinha, bumbum na nuca e tantas outras promessas dignas de capas de revista de boa forma.

A criação dos digitais influencers por meio das grandes marcas de artigos fitness, como Gabriela Pugliesi, Shantal Abreu, Mateus Verdelho e toda essa galera de grandes grupos que promovem o estilo de vida saudável, como é o caso dos Mahamudra, é positiva, por um lado, por justamente promover a prática de exercícios, mas de acordo com Adriano Jorge Colaço e Alysson Bruno Centero, educadores físicos da academia Olimpo, é muito mais negativo. 

"Para uma pessoa sedentária, que passa o dia inteiro sentada, que já tem algum tipo de lesão pois comumente reclama de dor nas costas, por exemplo, os riscos de ela se lesionar de forma mais grave, reproduzindo os movimentos que vê no Youtube ou até mesmo que recebe de um aplicativo gratuito no celular, são muito altos", explica Alysson.

Quem nunca foi a uma academia na vida, ou num treino de funcional, ao tentar fazer a série de exercícios igual é bem provável que vá reproduzir com erros, e aí se esconde outro perigo. "Vamos supor que essa pessoa não tenha nenhuma lesão. Ao fazer um exercício de forma errada, ela pode se machucar e aí se lesionar. Uma inocente caminhada no parque, ou até mesmo a reprodução da queridinha prancha, pode resultar em problemas graves na articulação e na coluna, como pinçar uma vértebra, por exemplo", diz ele.

Adriano e Alysson explicam que só de virar os pés para fora já é possível reproduzir o movimento sem dor. (foto: Paulo Francis)
Adriano e Alysson explicam que só de virar os pés para fora já é possível reproduzir o movimento sem dor. (foto: Paulo Francis)

Como cada corpo reage de um jeito, e tem suas especificidades, os educadores explicam que é impossível eleger um exercício como 100% inocente, ou positivo, para todas as pessoas. "Isso é muito particular, eu poderia te dizer aqui que o agachamento tradicional pode ser feito por qualquer um, mas é mentira. Eu mesmo não consigo realizar porque tenho uma grave lesão no meu quadril por ter caminhado muito e corrido durante a minha vida, sem saber se eu podia", completa Adriano.

O que é positivo para todos é a prática de atividades em academias que realmente acompanhem a individualidade de cada aluno. "É preciso que o professor saiba das lesões, dos problemas que o aluno possui, de sua rotina, além de acompanhar a sua evolução, que deve acontecer pouco a pouco".

O profissional é importante porque ele consegue adaptar o treino de acordo com o que seu aluno pode, ou não, fazer. "Por isso que a gente diz que o treinamento funcional pode ser feito por qualquer pessoa, porque a gente consegue adaptar os movimentos. Se você sente, por exemplo, muita dor das costas ao reproduzir o burpee (salto), a gente testa o mini burpee, que vai funcionar pra ti e vai te dar os mesmo resultados, ou até mesmo o burpee na caixa", diz Adriano.

Ele diz que uma simples adaptação, como virar os pés para fora, e não deixá-los reto como é comum num agachamento, por exemplo, já permite reproduzir o movimento sem dor.

Ao fazer um exercício e sentir dor no músculo, dor nas articulações ou no osso, a orientação é parar. "Existe aquele mito de que se não sentir dor é porque não está surtindo efeito. Mas a gente precisa avaliar que tipo de dor é essa. A dor de exaustão do músculo, de se sentir 'quebrado', é positiva. Agora, se o aluno está fazendo um supino e tá doendo muito o ombro, é preciso comunicar ao profissional que te acompanha porque pode ser o indício de umma lesão", finaliza.

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Sequência de movimentos do burpee original, reproduzidas por Alysson.  (Fotos: Paulo Francis)
Sequência de movimentos do burpee original, reproduzidas por Alysson. (Fotos: Paulo Francis)
Sequência de movimentos do burpee adaptado. A caixa não distende tanto o quadril.  (Fotos: Paulo Francis)
Sequência de movimentos do burpee adaptado. A caixa não distende tanto o quadril. (Fotos: Paulo Francis)
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