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Faz Bem!

Você é do time que começou 2019 disposto a perder 10 kg e agora só faltam 15 kg?

As pessoas oscilam no: “agora vou cuidar da minha saúde”, com o “só se vive uma vez”.

Danielle Valentim | 28/11/2019 08:43
Brincadeiras à parte, ainda dá tempo de mudar o estilo de vida. (Foto: Reprodução/Internet)
Brincadeiras à parte, ainda dá tempo de mudar o estilo de vida. (Foto: Reprodução/Internet)

Há menos de um mês para o Natal, a única pergunta possível é: O que está acontecendo? Entre as metas estabelecidas todo início de ano, a vencedora com certeza é a do emagrecimento. Se você é do time que começou 2019 disposto a perder 10 kg e agora só restam 15, saiba que ainda dá tempo de correr atrás do prejuízo.

Em uma volta no Centro de Campo Grande, o Lado B encontrou gente dos dois lados. Quem vai comer sem culpa no Natal e quem já está no ritmo do Reveillon fazendo metas novas.

A atendente Cleuza Rodrigues, de 53 anos, não bateu a meta. (Foto: Kísie Ainoã)
A atendente Cleuza Rodrigues, de 53 anos, não bateu a meta. (Foto: Kísie Ainoã)
A administradora Geiziane era só sorrisos, porque superou as expectativas. (Foto: Kísie Ainoã)
A administradora Geiziane era só sorrisos, porque superou as expectativas. (Foto: Kísie Ainoã)

A atendente Cleuza Rodrigues, de 53 anos, não bateu a meta. Segundo ela, faltaram três quilos. “A gente sempre começa o ano disposto, mas não sei o que acontece. Faltaram poucos quilos, mas não consegui seguir o que o que tinha prometido. Em 2020 começamos de novo”, comenta.

Diferente de Cleuza, a administradora Geiziane Azuaga, de 32 anos, era só sorrisos, porque superou as expectativas. Com foco no objetivo, conseguiu eliminar 12 quilos em 2019. “Tudo com a reeducação alimentação e mudança de hábitos. Por exemplo, o corte de refrigerante”, pontuou.

A médica Tayná Santiago, especialista em clínica médica admite que o desespero bate nesta época do ano, mas garante que esse tipo de “meta” só é alcançado com mudança de comportamento.

“É difícil, mas é a hora que todo mundo começa o desespero para bater uma meta. Resultado não tem. E eu explico porque, na segunda-feira a pessoa se cobra: ‘nossa, tenho de correr atrás, 30 dias para o Natal...’ Mas vai chegar o sábado e a pessoa vai dizer para si mesma: ‘ah, mas eu trabalhei tanto. Vou me permitir’. Então o mesmo esquema do ano todo inteiro, ela vai continuar repetindo durante esses dias”, garante Tayná.

Uma mudança de hábito é difícil e a gente descobre que a humilhação pode ter vários modelos. Quem nunca se enganou com uma maçã e abriu aquele buraco no estômago? E a série de abdominal que te deixa de cama no dia seguinte? A médica explica que resultado só chega seguindo a mudança à risca, pois iniciar um processo de emagrecimento é totalmente comportamental.

Iva já está em ritmo de ano novo e pensando nas metas de 2020. (Foto: Kísie Ainoã)
Iva já está em ritmo de ano novo e pensando nas metas de 2020. (Foto: Kísie Ainoã)

A doméstica Iva Pereira da Silva, de 45 anos, já está em ritmo de Ano Novo e pensando nas metas de 2020, porque esse ano não deu não. “Não consegui emagrecer, não. Mas acho que é porque a gente deixa tudo para a última hora. Não temos força de vontade. Acho que é isso que impede e quando a gente vê o Natal já está aí, de novo”, garante.

A médica admite que até o nome "dieta" causa uma reação nas pessoas, pois está relacionada diretamente com a “privação”. "Entra nessa fase do ano (que precede o Natal) ela quer se privar, mas o ato de se privar entra num ciclo que irá ser quebrado. Por exemplo, dois dias em dieta, sem comer o que gostaria, mas também sem comer certo, gera frustração. Todo o ambiente da pessoa, no trabalho, em casa e em família será um espaço de estresse, a tal ponto que a fuga se torna a comida”, explica a especialista.

Socialmente as pessoas usam a comida como fuga. Se está estressada come, um negócio não deu certo come, simplesmente com a justificativa: “eu mereço”.

“Aí depois vem a culpa e mais uma vez ela não está seguindo o plano dela. A mudança que teria de acontecer em um ano, não aconteceu e já está faltando 10 dias para a virada”, frisa. Mas eu nem como? Quem nunca se perguntou por que engordou? Ter consciência do quão é importante é a mudança de vida, é essencial.

“Às vezes a pessoa nem percebe que está comendo por ansiedade. O que eu mais escuto no consultório é: ‘Dra., eu não sei porque sou gorda, eu não sou de comer’. É claro, que há questões genéticas e tem pessoas que “respiram” perto de uma bala e engordam, mas as pessoas não têm consciência do que quanto comem. Isso começa na cabeça”, conta.

Só se vive uma vez! A médica pontua que as pessoas oscilam muito no: “agora vou cuidar da minha saúde”, com o “só se vive uma vez”.

“As pessoas precisam começar uma mudança de vida e não uma mudança radical para atingir um objetivo. O casamento é um exemplo forte disso. A mulher para entrar em um vestido branco, se transforma e fica maravilhosa. Mas a vida de casada está apenas começando e de repente ela engorda. Mas por que? Porque ela põe na cabeça que agora ela já pode relaxar. Se traz consciência de que depende apenas da pessoa para uma mudança acontecer, sai do nível de problema e leva para um nível de ação, pois ela tem consciência do que faz, mas o que ela precisa fazer é onde começa a mudança”, explica.

Um novo hábito em 21 dias – Mas qual a mensagem? Não queira nada rápido, pois o processo que deu errado em 12 meses também dará certo em poucos dias.

“O importante é mudar a mentalidade e iniciar um estilo de vida, com programações a curto prazo. Um número bom para ser trabalhado é 21 dias. Você tem 21 dias para criar um novo hábito. Então, a força de vontade é como se fosse um músculo e ela esgota. As pessoas costumam culpar as pessoas dizendo que elas não têm força de vontade, mas a nossa força de vontade esgota, mas o que fazer para se chegar a um resultado? Comprometimento em curtos períodos, por exemplo, essa semana eu não vou tomar refrigerante, pois são esses curtos dias que darão resultado a longo prazo”, garante.

O ser-humano tem mania de se auto sabotar. É preciso querer emagrecer e não ser emagrecido. “Isso foi algo que aconteceu comigo. Eu estava por um momento de estresse, um momento de uma perda, e eu dizia para mim mesma que “não vou me preocupar com isso agora” (o emagrecimento), “não vou me privar agora”, mas esse “agora” virou quatro meses, então temos de aprender a diferença entre auto sabotagem e a auto gentileza. Assumir responsabilidade e ir atrás do quer. Assumir a responsabilidade de emagrecer e não querer ser emagrecido e isso se encaixa em outras doenças, como hipertensão e diabetes, que exigem uma mudança no estilo de vida: o que as pessoas querem? Remédio. Aí você pergunta: está fazendo exercício físico: e a pessoa responde: não”, pontua.

“O corpo é um reflexo físico das escolhas que fazemos ao longo da vida”, finaliza a médica, com sua frase preferida.

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