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Games

Em tempos de realidade virtual e 3D, ainda há espaço para os jogos 2D

Edson Godoy e Rodrigo Mortadella | 19/07/2016 09:12
Em tempos de realidade virtual e 3D, ainda há espaço para os jogos 2D

Desde sua criação os videogames sempre buscavam atingir o nível máximo de realismo possível. É claro que nos tempos dos poucos pixels do Atari 2600 isso era meio difícil, mas à medida que a tecnologia foi crescendo essa tarefa foi sendo facilitada. Esse nível de realismo começou a ficar mais visível na quinta geração dos videogames (Playstation, Nintendo 64, Saturn...), quando os jogos entraram na era 3D.

Os games então deixaram de ocorrer em um só plano, o que permitia ao jogador movimentar o personagem para qualquer lado da tela – o que a obrigatoriedade do uso de controles analógicos, mas isso é assunto para outra matéria. O frisson que essa nova forma de jogar causou fez com que as empresas parassem de produzir jogos em 2D, pois se pensava que o público não tinha mais interesse nesse tipo de jogo. Naquela época isso era quase sempre verdade (Castlevania Symphony of the Night prova que o 2D ainda tinha espaço), mas será que até hoje é assim?

Os anos passaram e os jogos em 3D continuavam dominando o mercado. Mas aí um interessante fenômeno aconteceu: a onda retrogamer, causada não só pela nostalgia daqueles que viveram os tempos de Atari, SEGA, Super Nintendo e tantos outros, mas também pela curiosidade dos mais novos, interessados em conhecer as origens daquela indústria que tanto amam. Essa onda serviu para mostrar que os jogos que não são focados na busca pelo realismo ainda poderiam ter espaço no mercado.

Vem então o mercado de jogos para dispositivos móveis e junto com eles uma grande quantidade de desenvolvedores independentes, criando games dos mais variados tipos, mas quase sempre focados em jogabilidade 2D. Ao mesmo tempo houve o crescimento das redes online dos consoles de Sony, Microsoft e Nintendo, e também dos PC’s como a Steam. Rapidamente os desenvolvedores “indie” expandiram seu campo de atuação também para os videogames, momento em que os jogos 2D ganharam espaço definitivo no mercado atual. Exemplos de bons jogos não faltam: Limbo, Braid, Hotline Miami, Super Meat Boy, Guacamelee. A lista é grande.

Com esse claro crescimento do gênero, as grandes softhouses passaram então a dedicar ao menos uma pequena parte de seus recursos também para a criação de jogos em 2D: Sony com Puppeteer e a Ubisoft com Rayman Legends são dois exemplos de jogos totalmente novos e que usam essa tecnologia. Aliás, eles representam o estilo 2D modernizado, também conhecido como 2.5D, que é um jogo com gráficos em 3D, mas jogabilidade 2D. Sem falar nos vários jogos de luta que mantiveram esse tipo de jogabilidade até hoje, com a maioria dos jogos da série Street Fighter. Estes aliás são alguns dos poucos jogos 2D “AAA” que temos hoje.

Isso mostra a maturidade do mercado atual de games, que produzem jogos para todos os gostos. E fica bem claro também que os jogos 2D estão mais vivos do que nunca. Basta ver o sucesso que jogos como Bloodstained vêm fazendo, game que está sendo produzido pelo criador de Castlevania: Symphony of the Night, Koji Igarashi, através de financiamento coletivo e que teve uma impressionante demo lançada durante a E3 deste ano. O jogo tem previsão de lançamento em março do ano que vem.

E você, caro leitor? Curte os jogos com a clássica jogabilidade 2D? A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Press Start, localizada no Shopping Bosque dos Ipês, aqui em nossa capital.Não deixe também de visitar meu site, o Vídeo Game Data Base.

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