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Financiamento coletivo do Coleco Chameleon começa amanhã envolto em polêmica

Edson Godoy | 25/02/2016 12:00
Financiamento coletivo do Coleco Chameleon começa amanhã envolto em polêmica

Falamos aqui em setembro de 2015 sobre um novo console de cartuchos que seria lançado: o Retro VGS. Na época foi iniciada uma campanha de financiamento coletivo no site Indiegogo, campanha esta que fracassou. Imediatamente os envolvidos buscaram alternativas para manter vivas as chances de o projeto prosperar. Veio então a ideia de associar o Retro VGS a uma marca conhecida no mercado de consoles clássicos. Nasceu assim o projeto do Coleco Chameleon. Também falamos sobre ele aqui em dezembro passado.

O financiamento do “novo” projeto também será por financiamento coletivo, através do site Kickstarter, começando amanhã (26/02). A diferença fundamental desta campanha para a anterior é que o Kickstarter exige a existência de um protótipo funcional do equipamento para que se inicie a campanha. Diante disso, os criadores do console prometeram apresentar esse protótipo na Feira New York Toy Fair, ocorrida nos dias 13 a 16 de fevereiro.

Tudo está correndo bem, certo? Aparentemente não. A apresentação ocorrida na feira de brinquedos de New York aumentou ainda mais a polêmica existente em torno do aparelho. A feira é fechada para empresas, então a divulgação do novo console foi toda realizada através de fotos e vídeos postados na fanpage no Facebook da Retro Video Game Systems Inc., a criadora do projeto. O que se viu foi o seguinte: uma carcaça do Coleco Chameleon (que é exatamente a mesma do Atari Jaguar, como já explicamos nas matérias anteriores), fechada com fita isolante. Dele saíam um cabo de energia e um de som/imagem, além de dois fios que saíam de dentro do aparelho para dois controles de Super Nintendo, usados nas apresentações para rodar os jogos demonstrados, que funcionavam através de um cartucho igualmente fechado com fita isolante.

Comparação entre a traseira do protótipo do Coleco Chameleon e um Super Nintendo Baby.
Comparação entre a traseira do protótipo do Coleco Chameleon e um Super Nintendo Baby.

Até aí tudo bem. Afinal, estamos falando de um protótipo, certo? O problema são os detalhes, percebidos imediatamente pelos gamers interessados no projeto. A começar pelo controle. O Chameleon terá um controle próprio, semelhante a um controle genérico de Wii U não havendo, portanto, razão para a utilização de um controle original de Super Nintendo para joga-lo.Ao fundo do console era perceptível que o cabo que transmitia a imagem era semelhante ao cabo utilizado nos consoles Super Nintendo. Detalhe: o Chameleon foi anunciado como um console que terá apenas saída HDMI. Estranho imaginar que o protótipo não utilizasse de cara a estrutura básica de transmissão de sinal que obrigatoriamente teria que ser implementada futuramente.

Mas a coisa ainda se complica um pouco: olhando as imagens disponibilizadas da parte traseira do console e comparando com a parte traseira de um Super Nintendo Baby, percebe-se que a posição dos cabos de energia e de imagem são idênticas. Diante de todas essas evidências, os gamers - principalmente os norte-americanos, começaram a investigar ainda mais a fundo essa história, suspeitando que na verdade não havia protótipo nenhum ali, mas sim uma placa de Super Nintendo Baby adaptada em uma carcaça de Atari Jaguar.

As evidências ganham ainda mais força pelo fato de que o slot de cartuchos do Jaguar e do Super Nintendo são semelhantes, o que facilitaria essa dissimulação, e que os jogos que foram mostrados rodando na feira eram em sua grande maioria jogos feitos para o Super Nintendo no passado, mas que por uma razão ou outra não foram terminados/lançados. Alguns gamers chegaram a adaptar uma placa de Super Nintendo Baby dentro de uma carcaça de Jaguar para poder simular o possível “protótipo” e o resultado estético foi idêntico ao que foi apresentado na feira.

A cereja do bolo é que em nenhum momento das filmagens e fotos (muitas delas já foram inclusive retiradas pelos criadores do console) foi mostrada a forma como os jogos eram inicializados no sistema do aparelho, o que levanta a suspeita de que dentro do cartucho dito como protótipo de um de Chameleon, na verdade existia um flashcart de Super Nintendo – como o SD2SNES, com as roms dos jogos em um cartão SD. Diante de tudo isso é inegável que as evidências são fortes apontando para uma farsa ocorrida durante a apresentação na feira.

Isso não quer dizer que os desenvolvedores não tenham a intenção de fabricar o console. Até acreditamos que tenham. Porém, esse tipo de artimanha macularia de vez o projeto, caso comprovada. A verdade é que muito provavelmente jamais saberemos se de fato existia um protótipo na feira de brinquedos de New York. É bem provável que amanhã, durante o lançamento da campanha no Kickstarter, a empresa já possua um protótipo funcional do Chameleon. Seria inteligente da parte deles mostrar o protótipo em detalhes, para assim matar a desconfiança geral que tomou conta do projeto.

Dê uma olhada nos vídeos ao final da matéria e nos diga sua opinião, tanto sobre a possível fraude em relação ao protótipo, quanto da sua vontade de ver esse projeto dar certo ou não. O link do último vídeo mostra o nosso hangout mensal VGDB no Ar!, que rolou ontem no YouTube e que teve como temao NES, nosso querido Nintendinho.

A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Press Start, localizada no Shopping Bosque dos Ipês, aqui em nossa capital.Não deixe também de visitar meu site, o Vídeo Game Data Base.

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