No Brasil, 69,8% das mulheres jogam games e ainda sofrem preconceito
No dia internacional da mulher levantamos aqui a importância delas no mercado de games, que hoje representam 53,8% do público gamers no país, sendo que 69,8% de todas as brasileiras jogam games. Vamos aos números
Segundo a pesquisa feita pela PGB, por 7 anos consecutivos o público feminino supera o público masculino nos jogos, independentemente da plataforma, e isso vem crescendo cada vez mais, não só no Brasil como no mundo todo. Deste público ficam divididos entre 32,7% em jogos mobile no celular, 36,0% em computadores e 38,4% em consoles, na média de 1 a 3 horas por dia.
Porém, mesmo com todos esses números e importância no mercado, o que mais entristece é o preconceito que estas jogadoras sofrem, tanto no online como em sociedade.
Isabela Domingues de Campo Grande nos concedeu uma entrevista, ela tem 26 anos e além de Gamer é produtora de conteúdo de jogos nas redes sociais. Ela começou desde pequena vendo seu pai jogar, e depois jogando junto à ele e ao irmão e o interesse só foi aumentando ao longo dos anos. Porém, ela diz que sabia que fora do ambiente familiar, o ambiente gamer poderia ser bastante hostil por conta do preconceito.
Ela conta que foi durante o mestrado em jornalismo que decidiu pesquisar mais sobre os games e resolveu se expor mais e defender sua posição como gamer e teve uma recepção muito boa, porém os comentários preconceituosos referente à seu conhecimento e experiencia ainda ocorre. Foi aí que ela decidiu ajudar outras mulheres que passavam por dificuldades em se expor, seja por medo ou vergonha e até por receber ofensas por gostar desse universo. Ela diz trabalhar muito pra desmistificar as ideias ruins que foram construídas em torno dos games, ela nas redes sociais usa muito do seu conhecimento adquirido em sua pesquisa científica para mostrar que os jogos vão além do entretenimento, que fazem parte da nossa cultura até antes mesmo do avanço tecnológico e que hoje os jogos dividem o espaço em expressões artísticas como o cinema, por conta da imensa narrativa que é criada em cada jogo.
E além de jogadoras, temos mulheres com uma importância muito alta na indústria de games e que acabam não tendo o devido crédito em igualdade com as figuras masculinas.
Vamos falar de Carol Shaw, que foi a pioneira neste cenário sendo a primeira desenvolvedora feminina e programou nada mais e nada menos que River Raid pro Atari 2600 em 1983 e que é um dos jogos mais famosos da plataforma e de nostalgia.
Temos a criadora da série Uncharted, Ammy Hanning que escreveu a história e foi diretora criativa da franquia e que rendeu inclusive o prêmio Writer´s Guild of America, e não bastasse isso, ela também passou pela EA e pela Crystal Dynamics como diretora da série Legacy of Kain.
Rhianna Pratchett que foi autora do reboot de Tomb Raider, lançado em 2013 para Playstation 3, Xbox 360 e PC e depois ganhando versões melhoradas nas plataformas seguintes, e que rendeu até a sequencia Rise of the Tomb Raider, além de ter sido responsável por Mirror´s Edge, Overlord e Heavenly Sword.
E na franquia Assassin’s Creed temos sua criadora Jade Raymond que foi produtora do primeiro e segundo jogo da franquia, além de também ter produzido Splinter Cell Retribution, e também temos Ambre Lizurey que foi produtora de Assassins Creed IV Black Flag, jogo cross gen lançado para Playstation 3 e 4, Xbox 360 e Xbox One além de PC.
O que vemos nisso tudo, as mulheres conquistam cada vez mais o mercado, não só de games como em todas as áreas, devemos reconhecer que lugar da mulher é onde ela quiser estar e devemos agradecer e reconhecer sua importância e acima de tudo respeitar sua presença nos jogos online, muitas ainda escondem que são mulheres por conta do preconceito e assédio, mas isso com certeza está mudando para o melhor.
Matéria tem apoio e criação da Retro Gamers: Video Games Concept que fica no Shopping Campo Grande (67) 99264-4005