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Moda

Um desfile aberto que fez a Afonso Pena parar em pleno horário de rush

Elverson Cardozo | 12/06/2012 13:15
Intervenção urbana levou para avenida tendências da moda. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Intervenção urbana levou para avenida tendências da moda. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Elas tinham 30 segundos para impressionar. E impressionaram, cronometradamente. A ação foi rápida, mas fez o trânsito parar em pleno horário de rush. Mas a parada era obrigatória, no ritmo da sinalização semafórica, e ocorreu em um dos cruzamentos da principal avenida da cidade, a Afonso Pena.

Quem passou pela região do shopping Campo Grande na noite desta segunda-feira (11) se deparou com uma intervenção inusitada: um desfile de moda, aberto, de graça, na faixa de pedestre.

A ação, que durou por aproximadamente uma hora, aconteceu em frente ao hotel Grand Park, no cruzamento com a rua Paulo Coelho Machado. É parte de uma estratégia de marketing para divulgar a reestreia do site F5 Coletivo - ligado à Fórum -, especializado em moda e comportamento.

Quem deu sorte de parar ou quem estava passando pelo local, virou platéia. A luz vermelha do semáforo era o sinal para que as modelos saíssem de um Mini Cooper e entrassem na passarela tracejada em preto e branco.

Ação, já planejada, pegou o público de surpresa na noite de ontem. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Ação, já planejada, pegou o público de surpresa na noite de ontem. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A monotonia do asfalto contrastou com o colorido de alguns dos seis looks étnicos apresentados ao público que se renovava a cada meio minuto. Estampas, mix de texturas, shorts, meias coloridas e o já conhecido dourado invadiram a passarela a céu aberto.

Idealizador do projeto, Nelson Ávila, afirma que além do aspecto comercial e publicitário, a proposta de apresentar um desfile no semáforo surgiu da necessidade de desmistificar conceitos, aproximar os campo-grandenses das tendências e tornar a moda mais democrática.

"O trânsito serve para isso. É aonde a gente desfila as roupas", explicou. O looks - da Fórum, Bo.Bô, Colcci e Trilha - foram montados para atingir um público com faixa etária entre 18 a 40 anos, segundo o idealizador.

Uma estrutura, com DJ e iluminação, foi instalada em frente ao hotel. A intervenção urbana chamou a atenção. Quem não parou para assistir, pelo menos espiou da janela do carro, do apartamento ou dos ônibus que fazem a linha da região. Mas quem parou, elogiou.

Estrutura foi montada em frente ao hotel e contou com DJ e iluminação. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Estrutura foi montada em frente ao hotel e contou com DJ e iluminação. (Foto: Rodrigo Pazinato)

"Eu estou até meio 'abobada', disse a assistente social Helena Mendonça, de 58 anos, que voltava da academia. Helena gostou do que viu, mas disse que a ideia seria melhor aproveitada se os organizadores não se restringissem apenas ao centro da cidade. "Tem que levar para os bairros", sugeriu.

Em meio a convidados, motoristas e curiosos, teve quem foi ao local só para assistir ao desfile, como o casal de namorados Rafael Scaransi e o cabeleireiro e maquiador Antonio Campagna, ambos de 20 anos.

Para Rafael - que trabalha como vendedor em uma das marcas parceiras - a intervenção trouxe a Campo Grande um conceito de moda diferente, mais comum nos grandes centros.

Antonio Campagna concordou com o namorado. Para o maquiador, esse tipo de ação, que "atrai os olhares de quem passa", deve ser valorizada. "Aqui a gente vê conceito. Nas lojas a gente não vê", afirmou, se referindo ao desfile.

Nilza Francisca não acompanha as tendências da moda, mas gostou do que viu. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Nilza Francisca não acompanha as tendências da moda, mas gostou do que viu. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Mesmo quem não costuma acompanhar as tendências da moda ou o mercado editorial deu uma "paradinha" para ver o que estava acontecendo. Moradora do bairro São Francisco, Nilza Francisca de Aguiar, de 59 anos, passava pela avenida depois de uma consulta médica.

A dona de casa viu a movimentação e resolveu assistir ao desfile. Gostou mesmo foi da longa saia estampada que uma das modelos usava. "A pessoa fica mais chique", disse. "A moda jovem é muito bonita", acrescentou.

De dentro de um carro, parado no semáforo, um senhor, acompanhando da esposa, comentou: "Melhor que malabaristas". O sinal abriu e o casal se foi, sorrindo. O carro cantando os pneus...

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