ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Sabor

Após viajar mais de 1,4 mil km, Aline recomeça vida vendendo cocada na Capital

Ela veio do Rio de Janeiro há um mês para ajudar a irmã fazer e vender os doces de coco queimado, leite condensando e maracujá

Alana Portela | 03/12/2019 07:21
Aline da Silva Almeida segurando as cocadas de coco queimado, leite condensado e maracujá para vender (Foto: Alana Portela)
Aline da Silva Almeida segurando as cocadas de coco queimado, leite condensado e maracujá para vender (Foto: Alana Portela)

Aos 24 anos, Aline da Silva Almeida resolveu morar em Campo Grande para ajudar a irmã, Adriana a vender cocadas. São três sabores, leite condensado, côco queimado e maracujá por R$ 4,00 a unidade ou três doces por R$ 10,00. Ela está há um mês na Capital e escolheu o ponto do semáforo da Avenida Três Barras com a Avenida Eduardo Elias Zahran para trabalhar.

“Estou aqui de segunda a sábado, chego às 8h e encerro às 17h. Nos dias de chuva não venho, porque se molhar estraga as cocadas”, diz ela. Com um chapéu, óculos escuros e um sorriso no rosto, Aline passa de carro em carro oferecendo os doces.

De longe muitos pensam que é uma senhora, mas quando a veem de frente se surpreendem com a beleza e simpatia da moça. “Já levei bastante cantada aqui, mas vou relevando. É a ‘Cocada Chique’ trago 100 peças e tem dias que vendo mais da metade. O pessoal gosta principalmente da cocada de maracujá”, conta.

Os motoristas abaixam o vidro do carro para que Aline possa vender as cocadas (Foto: Alana Portela)
Os motoristas abaixam o vidro do carro para que Aline possa vender as cocadas (Foto: Alana Portela)
Ela passa de carro em carro oferecendo os doces enquanto o semáforo não abre (Foto: Alana Portela)
Ela passa de carro em carro oferecendo os doces enquanto o semáforo não abre (Foto: Alana Portela)
Cocada amarela por conta do sabor de maracujá é embalada num saquinho (Foto: Alana Portela)
Cocada amarela por conta do sabor de maracujá é embalada num saquinho (Foto: Alana Portela)

Enquanto o semáforo não fecha, ela senta num caixote do lado de fora do Laboratório Sabin, onde se protege do sol quente. É só ver a onda vermelha que lá vai ela com as cocadas e carisma vender. Muitos motoristas não resistem aos doces e abaixam o vidro do carro para comprar.

As cocadas são feitas por sua irmã Adriana e tem um ingrediente principal que é segredinho da receita de família. “A receita é tradição na família do meu cunhado, ele ensinou minha irmã e ela faz muito bem. Durante o dia minha irmã faz os doces e enquanto estou nesse ponto, meu cunhado fica perto vendendo perto da Base Aérea”.

Aline é natural de Tocantins, mas estava morando no Rio de Janeiro antes de se mudar para a Capital. Viajou 1.416 quilômetros para recomeçar a vida vendendo cocadas com a irmã. “Ela está aqui há três anos, a gente sempre vendeu doces e quando chegou foi vender na BR. Contudo, como tem pouco pare, passou a trabalhar na cidade mesmo. Vim para ajudá-la”, comenta.

Carismática e sorridente, Aline mostra os três tipos de cocada que vende (Foto: Alana Portela)
Carismática e sorridente, Aline mostra os três tipos de cocada que vende (Foto: Alana Portela)

Ao todo são seis irmãs com o mesmo trabalho, mas em estados diferentes. “Duas estão em Goiás, duas em Tocantins e nós aqui. Como sempre vendemos doces, já passamos por vários locais do país. Tivemos em Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, normalmente ficamos no máximo dois anos, mas gostamos daqui e pretendemos ficar, inclusive minha irmã está montando uma microempresa”.

A partir de 2020, Aline pretende estudar para entrar na faculdade, pois sonha em ser personal trainer. “Quero cursar Educação Física e quem sabe um dia até ter uma academia. Só não corri atrás ainda porque acabei de chegar e ajudo minha irmã em casa, na preparação dos doces. Mas quero estudar para conseguir bolsa de estudo”.

Nesse pouco tempo que está na Capital, já conheceu os três shoppings e até o Parque das Nações Indígenas. “Vi os animais lá, capivara. Gostei daqui porque é uma cidade arborizada, não é só prédios como em outros estados”.

Apesar da novidade o que aperta ainda é a saudade dos parentes. Mas, o plano é reunir toda a família nesse mês em Goiás. “Sempre nos reunimos nas festas de fim de ano, minha mãe e irmãs vão pra lá”, diz ela animada.

Os interessados em encomendar as cocadas podem entrar em contato pelo número (67) 9 9187 - 9115.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram

Das 8h às 17h Aline vai na rua vender os doces (Foto: Alana Portela)
Das 8h às 17h Aline vai na rua vender os doces (Foto: Alana Portela)
Nos siga no Google Notícias