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Sabor

Pão de mel domina balcões e Helio veio do RJ para colocar alfajor na disputa

Jornalista veio do bairro carioca que também se chama Campo Grande e garante seguir à risca receita argentina

Danielle Valentim | 15/11/2019 08:12
Alfajor feito por Helio não leva bolacha.
Alfajor feito por Helio não leva bolacha.

Após uma demissão que pôs fim a 28 anos de casa, o carioca Helio Tinoco teve de se reinventar. A rotina de quase três décadas dentro de uma rádio o direcionou à gastronomia e, em seguida, a Campo Grande, mesmo nome de seu bairro, no Rio de Janeiro. Produzindo alfajores, assim que chegou às terras sul-mato-grossenses percebeu que teria de suar a camisa para disputar espaço com os pães de mel que dominam balcões.

Aos 54 anos, Helio conta que precisou se adaptar até ao despertador biológico, afinal, horário de acordar também mudou. "É uma área que eu não conhecia, mas começou por curiosidade. Como percebo que em Campo Grande ainda não tem esse fetiche por alfajor como ao pão de mel pode ser um forma de fazer o doce se impor. Ganhar espaço", pontua.

Disposto a começar do zero, ele aprendeu a fazer o doce tradicional na Argentina. Mas não se trata de qualquer alfajor com bolacha Maria. Helio destaca que segue à risca a receita original e para a massa usa a farinha de amêndoas.

“Nada contra o alfajor feito com dois biscoitos Maria e o recheio de doce de leite. Mas precisava ser diferente. Eu li e estudei a respeito e percebi que o alfajor não era simplesmente duas bolachas que você compra no mercado e faz o doce.”, frisa.

Disposto a progredir na área propôs uma meta pessoal de entrar na disputa por espaço com a marca Aguça a Gula.
Disposto a progredir na área propôs uma meta pessoal de entrar na disputa por espaço com a marca Aguça a Gula.
Prontos para consumo.
Prontos para consumo.
Ainda no Rio de Janeiro. (Foto: Divulgação)
Ainda no Rio de Janeiro. (Foto: Divulgação)

As vendas começaram em feiras de artesanato no Rio de Janeiro. Em terras cariocas, Helio começou a captar os primeiros clientes até ficar tentado a investir na cidade sul-mato-grossense. “Amigos me induziram a morar aqui. E hoje vejo o quanto o universo conspirou a favor”, frisa.

Helio chegou em maio de 2018 e logo de cara percebeu o gosto do campo-grandense por pão de mel. “Você vê o doce em todos os balcões de estabelecimentos e mercados e nada de alfajor. É claro, a não ser a loja Havanna no Shopping”, conta.

Disposto a progredir na área propôs uma meta pessoal de entrar na disputa por espaço com a marca Aguça a Gula. Para não ser ‘mais do mesmo’ mergulhou a fundo no assunto para produzir a receita mais original possível.

Antes da cobertura com chocolate derretido.
Antes da cobertura com chocolate derretido.
Cobertura dourada.
Cobertura dourada.

“Eu faço com a farinha de amêndoa, canela, raspas de limão e açúcar mascavo. Só quem já comeu o original na Argentina consegue saber o quanto é semelhante. Por aqui, os alfajores costumam ser feitos com o biscoito recheado com o doce de leite e banhado no chocolate. No meu caso, eu faço a massa de bolacha com farinha de amêndoa. Foi na Argentina que provei o alfajor e em Montevideu e no Chile que provei o tradicional doce de leite”, conta.

Helio começou a trabalhar como estagiário na Rádio Tupi ainda em 1987. Foi lá que cresceu e se desenvolveu. O amor pelo jornalismo não morreu, muito menos por pessoas que acreditaram no seu talento ‘para a coisa’, como a primeira editora Cidinha Campos, uma referência de vida.

"Até eu ser demitido, trabalhava ao lado de um colega, que por sinal permaneceu na empresa. Nós vimos gerações passando e sempre falavam que nós íamos virar patrimônio. Passei por vários chefes, mas sempre foi minha grande casa no jornalismo. Eu sempre fiz rádio. Aqui em Campo Grande tudo mudou. Minha rotina já tem mandioca, tereré e sobá. Só não tenho fazenda ainda", brinca.

Helio ressalta que a ideia nasceu no Rio, mas que fará história em Campo Grande. "Eu também poderia ter ido para Belo Horizonte ou São Paulo e às vezes reflito que se tivesse ido para São Paulo não teria a chance de expandir a marca, porque lá há um leque muito grande na gastronomia. Eu vim para deixar a disputa mais acirrada”, garante.

"Tenho tido bastante feedback positivo. Além da alquimia e gramatura exata nos ingredientes, se não fizer com amor, não dá certo. É uma produção que a outra pessoa vai pôr na boca", finaliza.

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