Receita do salgado "perfeito" foi revelada a Elisângela em sonho

Em 2016, enquanto ainda trabalhava como caixa de supermercado, Elisângela Pereira de Souza pediu em oração um novo caminho para mudar de vida. Ela jura que a direção foi revelada em forma de sonho, com o segredo da massa de salgados perfeita. E para ela, não há outra explicação a não ser divina.

“Eu tive um sonho. No sonho, eu via uma mão me explicando tudo e ouvia uma voz. No outro dia, acordei e fiz exatamente o que sonhei”, lembra. Segundo ela, a voz dizia que a massa seria universal, servindo para a maior parte dos salgados. “E foi assim mesmo. Fiz a massa e deu certo. Dali em diante nunca mais errei”, relata.

Elisângela começou a trabalhar com comida ainda jovem, em um restaurante de Coxim, onde passou dez anos como cozinheira. “Sempre gostei da cozinha e fazia almoço para muita gente. Mas nunca pensei em salgado. Foi uma reviravolta na minha vida”, detalha.

Em 2009, ela se mudou para Campo Grande em busca de novas oportunidades. Passou um período trabalhando como caixa em supermercado, mas sentia que o emprego com carteira assinada não trazia satisfação. “Um dia eu decidi que queria fazer algo meu”, explica.

Foi nesse momento que Elisângela acredita ter vivido a revelação divina. “Eu não sabia fazer massa nenhuma. Tudo dava errado, a massa ficava dura, quebrava, queimava. Até a noite que pedi para Deus me ensinar. No outro dia, depois do sonho, tudo mudou”, explica.

Em uma decisão de coragem, Elisângela largou tudo e começou a vender salgados em casa. “Tudo que faço hoje veio de Deus. Sempre pedi muito a Ele e, quando tinha dificuldade, dobrava os joelhos e pedia ajuda. Depois fiz cursos de cozinha, panificação e confeitaria, mas o início de tudo foi o sonho que tive”, conta.

A primeira loja nasceu em 2016, no bairro Mata do Jacinto. O negócio prosperou, mas precisou ser fechado na pandemia. Durante o período em casa,  ela tentou delivery de marmitas e bolos, mas acabou pausando para cuidar da mãe.

Em 2024, reabriu o negócio na Avenida Presidente Vargas, no bairro Santo Amaro, desta vez, ao lado do marido, o torneiro mecânico Nielsen Aparecido Lima da Cruz. “Eu sou o que mais confia no sonho dela. A massa que ela faz é única. O salgado é caseiro, não é oleoso, e tudo é feito com muito cuidado. O povo come e elogia”, comenta o marido.

No cardápio, Elisângela serve variedades que agradam o trabalhador que passa cedo para o café, e quem busca um lanche reforçado no fim do dia. O carro-chefe são as coxinhas de mandioca e os risoles, com massa macia por dentro e sequinha por fora.

A vitrine tem coxinha de frango e carne, rissole de carne e presunto com queijo, quibe, esfiha, hambúrguer, enroladinho de salsicha, sopa paraguaia e saltenha, para manter a pegada regional.

Os salgados assados dividem espaço com opções doces que incluem rosquinhas caseiras e bolos artesanais. Os salgados variam de R$ 3 a R$ 7, e os bolos inteiros, de R$ 15 a R$ 28, com fatias a partir de R$ 3.

A empreendedora acorda às 5h30 e abre o portão às 7h. Mesmo com o ritmo intenso, Elisângela garante que faz tudo com amor. “Eu não sou de comer salgado, mas faço tudo com dedicação. Penso no cliente, no que ele vai levar para casa. Aqui não tem nada feito de qualquer jeito e tudo é fresco”, garante.

A Eli Salgados fica na Avenida Presidente Vargas, 1539, no bairro Santo Amaro. O atendimento é de segunda a sexta, das 7h às 18h, e aos sábados até 13h.

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