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Sabor

Vivemos na terra da modinha? Quem lembra dos hits gastronômicos do passado?

Ângela Kempfer | 16/02/2016 06:45
Quem lembra desse carrinho vendendo suco na 14?
Quem lembra desse carrinho vendendo suco na 14?

Teve tempo em que cada esquina do Centro de Campo Grande tinha uma laranja em tamanho gigante, vendendo suco natural pelas ruas da cidade. Uma rede espalhou a novidade na década de 1990, para matar a sede nesse calor infernal que faz por aqui. De repente, a clientela se encheu, a onda passou e as laranjonas viraram sucata.

São tantas modinhas no comércio, que o Lado B resolveu matar a saudade do que já passou e registrar o que virou mania pela cidade, para os mais animados puxarem o freio, porque entrar tarde em setor que já tem concorrência demais pode dar prejú.

Prensado, a sensação dos anos 2000.
Prensado, a sensação dos anos 2000.

O “prensado” virou sensação lá por 2001. Praticamente todos os carrinhos de cachorro-quente anunciavam a versão cheia de ingredientes ali na Afonso Pena, quando o canteiro ainda tinha os vendedores de lanches. Era do recheio simples, com pão molho e salsicha, ao turbinado. Atualmente, ainda tem muito prensado por aí, mas eles já não figuram como chamariz, viraram carne de pescoço.

Frozen e todo o seu colorido sumiram de Campo Grande.
Frozen e todo o seu colorido sumiram de Campo Grande.

Depois surgiu o frozen yogurt. Com diferentes sabores e cheio de toppings, a cada mês a gente encontrava uma sorveteria especializada diferente, nos shoppings e na Afonso Pena, os endereços mais caros da cidade.

Foram, pelo menos, 4 redes de iogurte congelado, com açúcar, sem açúcar, com gordura, sem gordura... Um dia, deu vontade de comer o tal frozen no verão e cadê? Todo mundo fechou as portas e só ficou uma lojinha lá na Avenida Brilhante, dentro do supermercado, mas sem muitas opções de sabores.

Brigadeiro gourmet.
Brigadeiro gourmet.

 

Outra fase foi a do brigadeiro gourmet, quando o coitado do doce recebeu a cada segundo uma mistura inusitada e um monte de gente saiu por aí brincando de ser chef doceiro. Antes, surgiu o cupcake, um sobrevivente por conta das festinhas temáticas, também cheio de sabores extravagantes. Os dois foram os precursores do raio gourmetizador.

Já a tapioca virou febre há uns 4 anos e foi a origem de outra moda, a do menu funcional em alta escala em Campo Grande, nas versões de comida fresquinha à congelada.

Chipa é a sensação do momento.
Chipa é a sensação do momento.

 

Nas fases da modinha, tem o que passou, o que está no auge, e o que já quase subiu ao telhado.

Casa de bolo, por exemplo, por incrível que pareça, ainda não saiu do imaginário dos empresários de momento. Quem abriu, continua na ativa, mesmo sem diferenças entre o cardápio de um e de outro. O que atrai o cliente é o bolo do dia, promoção sempre com precinho bacana. Mas vamos combinar que a maioria faz a propaganda do caseiro mas tem gosto mesmo de caixinha.

As casas de sushi continuam bombando. Acabaram com as sobarias da cidade, que hoje são pontos em extinção. Só no Guia Gastronômico do Lado B são 15 casas de sushi catalogadas. Mas apesar da enxurrada, o preço do rodízio só sobe.

Também a cada dia surge um lugar novo vendendo açaí, a maioria sem movimento, o que indica que poucos devem ter vida longa. As paletas mexicanas são outras que fizeram tanto sucesso no início que ganharam concorrência até de grandes indústrias. Outro setor que deve minguar nos próximos meses.

No auge - E na disputa pelo primeiro lugar na lista das modinhas de Campo Grande, a concorrência é forte.

Uma das proliferações dignas de Aedes Aegypti é a o de food truck. Tem van, trailer, Kombi, bicicleta...vendendo de comida francesa a churrasco. Só não dá para entender porque a maior parte fica estática, dentro dos dois parques criados para reunir os trucks, o que contraria um pouco o conceito itinerante da jogada.

Mas nada bate atualmente a chipa a R$ 1,00. Um colocou a plaquinha, fez sucesso, e todos os empreendedores com dinheirinho no bolso seguiram o mesmo caminho. Mas o valor redondo está com os dias contados, prevê o economista e consultor, Paulo Ponzini. "Todos os insumos da chipa tiveram os preços reajustados, então, ninguém vai conseguir segurar em R$ 1,00", avisa.

É hora de entender que os dias são bem instáveis. "Mais do que nunca é preciso cautela na hora de abrir algum negócio". Com juros lá no alto, ele diz que o mercado não comporta qualquer ação por impulso. Seguir modinha então, pode ser um tiro no pé.

Façam as suas apostas: Quem aí tem o mapa da mina e sabe qual será a próxima modinha gastronômica da cidade?

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