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Lado Rural

Estratégia simples corta gasto com adubo sem perder produção em áreas férteis

Por José Cruz | 21/11/2025 08:47
Estratégia simples corta gasto com adubo sem perder produção em áreas férteis
Áreas agrícolas consolidadas em plantio direto e solos de fertilidade construída permitem ajuste fino das adubações. Foto: Álvaro Resende

Produtores do Cerrado podem gastar menos com adubo sem perder produtividade. Uma pesquisa realizada pela Embrapa comprovou que solos com fertilidade construída — comuns em áreas consolidadas de soja, milho e sorgo — já acumulam nutrientes suficientes para permitir a chamada adubação de restituição, quando se repõe apenas o que é retirado nas colheitas.

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A Embrapa comprovou que produtores do Cerrado podem reduzir gastos com fertilizantes sem comprometer a produtividade em áreas de soja, milho e sorgo. A pesquisa, realizada durante três safras, demonstrou que solos com fertilidade construída já possuem nutrientes suficientes, necessitando apenas da reposição do que é extraído nas colheitas.O estudo, conduzido em uma fazenda com plantio direto, comparou três métodos: adubação de restituição, manejo tradicional com NPK e cultivo sem adubo. Os resultados mostraram que a soja não respondeu às adubações, enquanto o milho necessitou principalmente de nitrogênio. A técnica, além de manter a produtividade, reduz custos e diminui a pegada de carbono.

O estudo, feito ao longo de três safras, mostrou que o manejo mantém a produtividade e reduz o uso de fertilizantes, um dos itens mais caros da lavoura. A técnica também evita desperdícios e diminui a pegada de carbono dos alimentos produzidos.

Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Álvaro Vilela de Resende, as lavouras já acumularam nutrientes ao longo dos anos e não precisam receber adubo no mesmo volume todos os ciclos. “Dá para produzir bem e gastar menos, apenas repondo o que sai do campo”, afirma.

Testado na lavoura, não no laboratório

A pesquisa foi conduzida dentro de uma fazenda com plantio direto consolidado. Três métodos foram comparados: adubação de restituição, manejo tradicional com NPK e cultivo sem adubo. O resultado surpreendeu: a soja não respondeu às adubações e o milho precisou basicamente de nitrogênio. Já o consórcio com braquiária aumentou a produtividade da soja plantada no ano seguinte.

Produtor tem medo de “adubar menos”

Apesar de os solos estarem férteis, muitos produtores continuam usando as mesmas fórmulas de adubo há anos, por receio de queda de produtividade. Para o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto, o erro está em não calcular o balanço de nutrientes. “A conta é simples: o que o solo ganha e o que a colheita tira. Mas quase ninguém faz”, comenta.

Pode ser simples… ou automatizado

O cálculo pode ser feito com planilha e análise de solo, mas quem tem máquinas modernas pode automatizar o manejo e aplicar doses diferentes em cada parte da fazenda, economizando adubo exatamente onde já há sobra de nutrientes.

Menos adubo, mais lucro e menos impacto

Adubar sem necessidade provoca desperdício e aumenta a pegada ambiental. Já quando há falta, a produção cai. A restituição, segundo Resende, é o meio termo inteligente: “É manejo de precisão com informação simples e baixo custo. Evita excesso, evita falta e deixa a lavoura mais eficiente”.