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Lado Rural

Sobe para 4 as ocorrências de ferrugem-asiática em MS

Todos os registros foram feitos em lavouras de Laguna Carapã, município da região Sul do Estado

Por José Roberto dos Santos | 22/12/2023 16:40
Lavoura cultivada com soja em fazenda na região sul de Campo Grande; centro de MS está com o plantio mais avançado. (Foto: José Roberto dos Santos)
Lavoura cultivada com soja em fazenda na região sul de Campo Grande; centro de MS está com o plantio mais avançado. (Foto: José Roberto dos Santos)

O primeiro registro da doença ferrugem-asiática da soja em Mato Grosso do Sul foi feito em lavoura do município de Laguna Carapã, no dia 14 de dezembro, pela Fundação MS. De lá para cá, num período de uma semana (entre 14 e 21 de dezembro) foram identificados outros 3 casos da doença, todos  em Laguna Carapã.

O segundo registro da doença foi identificado pela Embrapa-Soja, no dia 16; o terceiro e o quarto pela Embrapa-Agropecuária Oeste, de Dourados, nos dias 20 e 21 de dezembro. Todos os registros têm na sua origem lavouras semeadas na segunda quinzena de setembro e encontram-se no estádio fenológico chamado "R5", que é o período inicial do enchimento dos grãos da soja.

A ferrugem-asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e pode  causar perdas de até 90% na produtividade da soja. Segundo a plataforma Consórcio Antiferrugem, administrada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), é preciso redobrar os cuidados. A pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, entende ser importante manter as lavouras protegidas próximas as regiões onde já houve a confirmação da doença, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa.

Doença se dispersa rapidamente

Pelo mapa de dispersão do Consórcio Antiferrugem, o Brasil até a data de hoje tem 121 casos da doença. Há uma semana atrás, quando o Mato Grosso do Sul registrou seu primeiro caso, haviam 77 registros. O estado do Paraná aparece na frente com 85 casos, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 23, MS e Santa Catarina, com 4 cada, São Paulo com 3 registros e Minas Gerais surgiu no mapa de dispersão, com 3 casos.

Alerta para o percevejo

Artigo postado no Blog da Embrapa Soja, pelo pesquisador Adeney de Freitas Bueno, alerta para populações de percevejos mais altas e chegando mais cedo na soja na safra 2023/24.

Segundo ele, a safra 2023/24 vem sendo marcada por instabilidades climáticas muito intensas. Climas mais quentes e secos afetam a fisiologia da planta e também afetam a ocorrência de pragas e seu controle nas lavouras de soja. Entre as pragas que atacam esse leguminosa, o complexo de espécies de percevejos que se alimenta das vagens de soja está em as pragas mais importantes, devido principalmente a sua dificuldade de controle, ocorrência de populações resistentes aos principais inseticidas utilizados e seu grande potencial de danos as vagens e grãos.

Exemplar de percevejo Euschistus heros, que ataca as lavouras de soja. (Foto: Divulgação Embrapa)
Exemplar de percevejo Euschistus heros, que ataca as lavouras de soja. (Foto: Divulgação Embrapa)

Praga normalmente de ocorrência mais acentuada no período de enchimento dos grãos da soja (estádio de desenvolvimento R5), esse ano, devido principalmente aos efeitos climáticos associado a uma safra desuniforme com lavouras em diferentes estádios de desenvolvimento, a população de percevejos tem sido observada mais cedo nas lavouras, com populações mais altas já no período de florescimento (estádio R1/R2).

Em Mato Grosso do Sul, segundo boletim da safra publicado pelo Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), a ocorrência do percevejo marrom nas lavouras do Estado ainda é de baixa a moderada, sendo verificado em áreas cultivadas nas regiões sudeste, sul-fronteira, centro, oeste, nordeste e norte do Estado.

Andamento do plantio

Na data de 15 de dezembro, a área plantada acompanhada pelo Projeto Siga-MS alcançou 98,1% em Mato Grosso do Sul. A região centro está com o plantio mais avançado, com média de 99,3%, enquanto a região norte está com 98,8% e a região sul com 97,6% de média. A área plantada até o momento é de aproximadamente 4,184 milhões de hectares.

O plantio atual, em relação ao ciclo 2022-2023, encontra-se com duas semanas de atraso. O prazo para semeadura da soja em MS vai até 24 de dezembro.

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A área de soja no Estado ainda está em constante crescimento, a estimativa é de que a safra seja 6,5% maior em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 4,265 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 54 sc/ha, a média de sacas por hectare está dentro do potencial produtivo das últimas 5 safras. A expectativa de produção é de 13,818 milhões de toneladas.

SERVIÇO:

Clique no link abaixo e acesse o Boletim Casa Rural e acompanhe o plantio e as condições das lavouras de MS:

540 - BOLETIM SEMANAL CASA RURAL - AGRICULTURA - CIRCULAR 540 19.12.2023.pdf

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