Ano deve ser o 2º ou 3º mais quente da história; Porto Murtinho registrou 42,1°C
Relatório aponta recordes globais de temperatura; em MS, calor extremo foi destaque no início do ano

O ano de 2025 deve ser o segundo ou terceiro mais quente já registrado no mundo, segundo o relatório sobre o Estado do Clima Global, divulgado pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) durante a COP30, conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas) realizada em Belém (PA).
RESUMO
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Em Mato Grosso do Sul, o calor também se destacou neste ano. A maior temperatura registrada no estado entre 1º de janeiro e 10 de setembro ocorreu em Porto Murtinho, que marcou 42,1°C no dia 17 de janeiro, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Morador do município, Givanilson Sanabria confirma a sensação de calor intenso enfrentada pela população. “Aqui é muito quente, tem dias que é insuportável”, relatou.
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Em 2024, o recorde estadual havia sido de 43,7°C em Aquidauana, registrado no dia 7 de outubro, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). No mesmo período, Goiânia (GO) chegou a 44,5°C, também em outubro, segundo o Inmet.
Em Campo Grande, a maior temperatura nos últimos 23 anos foi de 41°C, em 5 de outubro de 2020, segundo dados do Observatório Meteorológico da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
De janeiro a agosto, a temperatura média global próxima à superfície ficou 1,42°C (± 0,12°C) acima dos níveis pré-industriais, conforme a OMM. O documento mostra que os últimos onze anos (2015 a 2025) foram individualmente os mais quentes desde o início das medições, há 176 anos, e que os três últimos anos foram os mais quentes já observados.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alertou que a sequência sem precedentes de calor, aliada ao aumento recorde de gases de efeito estufa, torna cada vez mais difícil conter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C definido pelo Acordo de Paris. “Será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência é clara: ainda é possível e essencial reduzir as temperaturas para esse patamar até o fim do século”, afirmou Saulo.
O relatório foi apresentado como referência científica para as negociações da COP30, reunindo indicadores climáticos que devem embasar políticas públicas e decisões internacionais.
Durante o evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou a urgência de ações concretas. “Cada ano acima de 1,5°C prejudicará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos irreversíveis. Devemos agir agora, com rapidez e em grande escala, para que esse aumento seja o menor e o mais curto possível”, declarou.
A OMM também destacou o aquecimento contínuo dos oceanos, o recorde negativo da extensão do gelo marinho no Ártico e a redução acentuada na Antártida. Além disso, houve elevação do nível do mar e o agravamento de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, enchentes, ondas de calor e incêndios florestais. Essas mudanças, segundo o relatório, provocaram deslocamentos populacionais, perdas econômicas e retrocesso no desenvolvimento sustentável em diversas regiões do planeta.
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