Após aglomeração, ICMBio restringe encontro de Legendários na Serra da Bodoquena
Regras de visitação ao parque impõem que visitas ocorram em grupos de até 10 pessoas acompanhadas por guia
Após três encontros no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) estabeleceu regras para preservar a fauna e a flora diante das atividades promovidas pelo grupo Legendários. As normas, no entanto, são válidas para todo o público e determinam que a principal trilha da Serra seja percorrida por grupos de, no máximo, dez pessoas, sempre acompanhadas por um condutor credenciado pelo instituto.
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Após aglomerações no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, o ICMBio impôs restrições ao grupo Legendários, limitando a participação a grupos de até dez pessoas, sempre acompanhadas por um condutor credenciado. A medida visa proteger a fauna e flora locais, evitando impactos ambientais. O grupo Legendários, que buscou organizar atividades no parque, não respeitou as normas em visitas anteriores, gerando preocupações. O ICMBio esclareceu que não proíbe o acesso, mas exige o cumprimento das regras. Além disso, a RPPN Cara da Onça também negou acesso ao grupo devido à falta de formalização e ao impacto causado em visitas passadas.
Ao Campo Grande News, o analista ambiental do ICMBio e chefe do parque, Sandro Roberto da Silva Pereira, explicou que representantes do grupo procuraram a coordenação do parque em 2024 para organizar suas atividades. Informaram que seriam cerca de 100 pessoas e, segundo Sandro, foi esclarecido que não haveria impedimento, desde que as regras de visitação fossem respeitadas.
A restrição no número de visitantes por grupo tem o objetivo de evitar impactos ambientais, como o pisoteio da vegetação e o comprometimento de áreas frágeis, especialmente em trilhas estreitas e sem estrutura para aglomerações.
Na primeira visita, realizada na Trilha do Cânion do Rio Salobra, a regra de separação em grupos menores não foi cumprida. Houve grande concentração de pessoas, o que gerou preocupação por parte da equipe do parque. “Eles possuem dinâmicas próprias que necessitam de aglomeração dos participantes, de forma que informamos aos organizadores que, da maneira como o grupo realizava as atividades, não seria possível autorizar novas visitas naquele formato. Mas, caso os procedimentos fossem revistos, não haveria problema em recebê-los novamente”, disse Sandro.
Ele destacou que o ICMBio e o Parque Nacional da Serra da Bodoquena em nenhum momento proibiram o acesso do grupo Legendários ou de qualquer outro visitante. “Nós apenas exigimos que as normas de visitação sejam respeitadas, com foco na proteção ambiental e na redução de impactos”, afirmou.
Com o objetivo de atender o grupo sem prejuízo ao meio ambiente, o parque chegou a disponibilizar uma outra trilha, em área diferente, com características mais compatíveis com as dinâmicas do Legendários. Eles chegaram a utilizar o novo trajeto duas vezes antes de decidir seguir com as atividades em outra região, fora da unidade de conservação.
“A unidade está aberta a todas as pessoas e grupos que tenham interesse em conhecer nossos belíssimos ambientes. Reforçamos que, para proteger esses locais, há regras que precisam ser seguidas, mas que em nenhum momento comprometem a experiência dos visitantes”, finalizou o chefe do parque.
Além do Parque Nacional, a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Cara da Onça, localizada também em Bodoquena, foi procurada pelo grupo. Segundo o sócio-proprietário Edson Silva, a entrada foi negada após uma tentativa de consulta verbal, sem formalização do pedido e sem o aceite da taxa de preservação cobrada de todos os visitantes.
“A gente demonstrou que era impossível que um número muito grande de pessoas pudesse acessar a reserva ao mesmo tempo. A trilha principal não comporta grandes grupos. Eles não formalizaram o pedido e acharam a taxa alta, então não voltaram. No ano passado, entraram sem autorização, fizeram muito barulho, com cerca de 200 pessoas, e causaram impacto”, relatou Edson.
Segundo ele, após o episódio, a reserva comunicou o ocorrido aos órgãos competentes e não houve mais tentativa de retorno por parte do grupo. “A gente não proíbe visitações, mas exige respeito às regras. A reserva funciona com três frentes: pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico. No caso das trilhas, o máximo permitido por grupo é de 25 pessoas”, explicou.
O Grupo Legendários foi procurado pela reportagem nesta quinta-feira (31) e, por ser composto de diversas coordenações, informou que um representante de São Paulo poderia responder às solicitações do portal. No entanto, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
A coordenação do grupo em Campo Grande informou que não foi afetada pela proibição. O coordenador de Dourados informou que o próximo evento acontecerá ainda essa semana, no município, em um local privado.
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