Após perder 64% de área para o fogo, terra Kadiwéu recebe queima preventiva
Brigadistas indígenas participam da ação, que consiste no uso do fogo de forma controlada e estratégica
Durante este mês, brigadistas indígenas farão trabalhos de prevenção a incêndios florestais na Terra Indígena Kadiwéu, localizada em Bodoquena. No ano passado, 64% da área acabou consumida pelo fogo, algo sem precedentes ali.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Brigadistas indígenas iniciaram trabalhos de prevenção a incêndios florestais na Terra Indígena Kadiwéu, em Bodoquena, após 64% do território ter sido consumido pelo fogo em 2022. As atividades incluem queimas controladas e estratégicas, realizadas por duas equipes de brigadistas indígenas em conjunto com a Funai e o Prevfogo. O projeto visa proteger áreas de reprodução de espécies vegetais importantes para os Kadiwéu, como pau santo e palmeiras, além de regiões com recursos naturais essenciais para a comunidade de 1.300 pessoas. As queimas são realizadas com tecnologia avançada, incluindo o uso do Dispositivo Aéreo de Ignição em áreas de difícil acesso.
As atividades começaram em 4 de julho e envolvem queimas autorizadas e estratégicas para preservar a fauna e a flora do território, caso haja novas ocorrências. Participam duas equipes de indígenas brigadistas de queima prescrita junto a agentes da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Queimas em locais de difícil acesso são feitas com uso do DAI (Dispositivo Aéreo de Ignição) conhecido como Sling Dragon. Ele é uma máquina que fica suspensa no helicóptero e lança esferas químicas capazes de iniciar o fogo após tocar o solo.
Queima prescrita - A técnica serve como estratégia para reduzir os riscos de grandes incêndios florestais, para que a vegetação seca acumulada não funcione como combustível para aumentar potencial destrutivo dos incêndios.
No território Kadiwéu, onde vivem cerca de 1300 pessoas — segundo dados de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) —, ela deve continuar sendo feita enquanto as condições climáticas forem favoráveis e interrompida quando a seca e os ventos se intensificarem.
As queimas prescritas também têm o objetivo de proteger áreas de reprodução de espécies vegetais utilizadas pelos Kadiwéu, como pau santo, cedrinho, palmeiras e guavira. Regiões de vazantes de rio e com outros recursos naturais essenciais para os indígenas também fazem parte do foco da proteção. No começo do ano, indígenas brigadistas realizaram o mapeamento do que precisa ser preservado.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.