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Meio Ambiente

Caçambeiros denunciam descarte ilegal de lixo às margens de rodovia

Depósito irregular ocupa 1 km da rodovia e é feito há alguns metros de aterro, onde deveria ser descartado.

Mirian Machado | 07/02/2019 06:56
Há pelo menos um km tomado por lixo às margens do rodoanel (Foto: Marina Pacheco)
Há pelo menos um km tomado por lixo às margens do rodoanel (Foto: Marina Pacheco)

Caçambeiros e trabalhadores de aterros regularizados denunciam o descarte irregular do material coletado por parte de clandestinos às margens do rodoanel, na saída para Rochedo em Campo Grande. O detalhe é que há alguns metros dali fica o aterro onde deve ser descartado de forma legal.

A reportagem foi ao local e encontrou, na saída para a cachoeira conhecida como Inferninho, muito lixo jogado às margens da rodovia, ao longo de um quilometro. Em meio ao mato alto há além de restos de materiais de construção, galhos de árvores, plásticos, e muitos móveis, colchão, guarda-roupas, sofás e eletroeletrônicos.

Um dos empresários, de 40 anos, dono de uma empresa que aluga caçamba, não quis se identificar, mas informou que a ação dos clandestinos ocorre há pelo menos dois anos. “Sempre nos finais de tarde ou bem cedinho quando tem menos movimento”, informa. Ele ainda explica que para se ter uma ideia da quantidade de lixo é que em uma caçamba cabe 4 metros de entulhos, já um caminhão caçambeiro cabe de 3 a 4 vezes mais.

Local onde deve ser feito o descarte de forma correta (Foto: Marina Pacheco)
Local onde deve ser feito o descarte de forma correta (Foto: Marina Pacheco)
Há todo tipo de lixo nos dois sentidos da rodovia na saída para Rochedo (Foto: Marina Pacheco)
Há todo tipo de lixo nos dois sentidos da rodovia na saída para Rochedo (Foto: Marina Pacheco)

Ele explica que antes os entulhos eram descartados no Jardim Noroeste, após o fechamento a área ali foi aberta e desde então 40 caçambas são descartadas por dia.

Um funcionário, de 44 anos, do aterro onde é feito o descarte correto, também não quis se identificar, mas afirmou que já relataram o fato para a prefeitura, mas nada foi feito. “Já enviamos fotos e vídeos, mas eles apenas dizem que vão fiscalizar e continua assim há pelo menos um ano”, conta.

A área tem 30 mil metros quadrados e recebe cerca de 40 caçambas por dia a um preço de R$ 80 reais cada. Ele conta que o aterro aceita apenas entulhos de materiais de construção. Não é permitida a entrada de resíduos oleosos, amianto, pneu e móveis. “Quando chega algo desse tipo, nós indicamos que o descarte seja feito no Ecoponto Zé Pereira e o entulho que chega lá vem pra cá”, explica.

Em nota a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que juntamente com a Patrulha Ambiental da Polícia Municipal realizam o monitoramento da área, mas que a autuação do infrator ocorre quando os descartes são identificados e flagrados pelos agentes mediante denúncia.

O órgão ainda reforça que tem realizado diariamente fiscalizações em diversas áreas, mas que também precisa do auxilio da população para identificar os autores, através de fotos e vídeos, além de placas e nome da empresa.

Existem locais devidamente licenciados pelo Município para a recepção de diversos tipos de resíduos, assim como os Ecopontos que podem recepcionar até um metro cúbico de resíduos da construção, restos de podas de árvores, móveis, eletroeletrônicos entre outros.

A prática configura crime ambiental. As denuncias devem ser feitas à Patrulha Ambiental da Polícia Municipal no telefone 153 e nos casos em que configurar a má conservação dos terrenos baldios as denúncias devem ser direcionadas à Semadur pelo telefone 156.

Conforme a Patrulha Ambiental da Polícia Municipal, as rondas no local serão intensificadas.

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