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Meio Ambiente

Cada campo-grandense gera 324 kg de lixo/ano e só 2,5% são reciclados

Estrutura da coleta seletiva não foi expandida, mas principal entrave é adesão entre a população da Capital

Izabela Sanchez e Danielle Errobidarte | 10/01/2020 07:30
Dados da concessionária responsável pela coleta residencial, a Solurb, indicam que em 2018 foram geradas 286.523,82 toneladas para um total de 885.711 habitantes. (Foto: Paulo Francis)
Dados da concessionária responsável pela coleta residencial, a Solurb, indicam que em 2018 foram geradas 286.523,82 toneladas para um total de 885.711 habitantes. (Foto: Paulo Francis)

Em 2019, se fizermos uma conta direta entre o total de lixo gerado e o número de habitantes de Campo Grande, cada morador da Capital de Mato Grosso do Sul produziu, aproximadamente, 324 quilos de lixo no ano passado. A quantidade per capita é maior do que em 2018, ainda que o total de lixo produzido neste ano seja maior do que em 2019. O entrave é o cuidado com o meio ambiente: apenas 2,5% do lixo gerado em Campo Grande vai para a coleta seletiva.

Dados da concessionária responsável pela coleta residencial, a Solurb, indicam que em 2018 foram geradas 286.523,82 toneladas para um total de 885.711 habitantes. Em 2019, o volume diminuiu: 280.733,39 toneladas de lixo para um total 895.982 habitantes.

A cidade ganhou moradores, mas a logística do lixo também mudou, porque os chamados “grandes geradores” são, agora, responsáveis pelo lixo que produzem. É o que avalia o gerente operacional da Solurb, Bruno Velloso Vilela. Para ele, essa diminuição no volume pode, na prática, nem ser real.

Desde maio de 2019, as empresas que geram mais de 50 kg de resíduos por dia ficam responsáveis pela coleta e destinação desses resíduos.

“Um fator essencial são os grandes geradores. Até 2018 não tinha a distinção de grande gerador, com o decreto a coleta convencional não abrange mais esses estabelecimentos, isso se reflete. Até porque a situação econômica melhorou em 2019, o que aumenta a geração per capita”, avaliou.

Mapa da coleta seletiva em Campo Grande (Foto: Reprodução/Solurb)
Mapa da coleta seletiva em Campo Grande (Foto: Reprodução/Solurb)

Outro fator avaliado pelo gerente da Solurb é o aumento da adesão à coleta seletiva. Bruno afirma que em 2019, houve incremento de 10% no volume de resíduos coletados por esse sistema. Ainda assim, a estrutura da coleta seletiva e os pontos fixos não foram ampliados em 2019. A coleta seletiva ainda não contempla todos os bairros de Campo Grande.

“Temos uma adesão maior, mesmo que seja pequena”, diz. A região central continua a ser a maior geradora de lixo, por ser mais populosa. “A região central é uma região que vai produzir mais porque é mais densa do que uma região mais periférica”, afirma. Hoje a coleta de lixo percorre 113 setores da cidade.

Só 2,5% do total gerado é reciclado – É o que afirma Bruno sobre o total de lixo gerado. Para ele, a população ainda tem de percorrer um longo caminho para se preocupar com o futuro do planeta, que tem no lixo – em especial o plástico, maior poluidor de oceanos – um grande vilão.

Segundo o gerente, além da coleta chamada “porta a porta”, há mais de 170 pontos de coleta para lixo reciclável em Campo Grande. “Eu acho que o teto seria, no máximo, de 10% do total de lixo gerado, num sistema muito bom. Tinha que ter políticas públicas, obrigatoriedade, a gente tem um longo caminho”.

Marli Monteiro, 59, declarou que só separa os resíduos “quando tem coisas que quebram” (Foto: Marcos Maluf)
Marli Monteiro, 59, declarou que só separa os resíduos “quando tem coisas que quebram” (Foto: Marcos Maluf)

“Acho que esse trabalho é constante, mesmo sem o aumento do sistema, é o mesmo desde 2018, mas em 2019 aumentamos em 10% a coleta seletiva, então o que tem que trabalhar hoje é a conscientização, a estrutura está montada e oferecida”, declarou.

Em casa – Na Rua Ipamirim, a moradora do Bairro Moreninhas I, Elizabeth Morili, 59, declarou separar os resíduos orgânicos dos recicláveis, a espera da coleta seletiva. O caminhão passa por ali toda quinta-feira.

“Separo garrafa pet e plástico e se houver alguma embalagem diferente, amaciante, eles não levam, abrem os sacos e deixam jogado”, reclamou. “Passa o caminhão da reciclagem primeiro e depois passa o caminhão da Solurb”, diz ela, que coloca em sacolas separadas materiais com vidro e latas.

A vizinha Elaine Cristina de Souza, 39, que vive em quadra abaixo de onde mora Elizabeth, comentou que “produz pouco lixo”. “São só três pessoas na minha casa, quando tem alguma coisa que quebra também separo, mas acho que reduz muito a quantidade porque tenho o costume de separar”, disse.

Marli Monteiro, 59, declarou que só separa os resíduos “quando tem coisas que quebram”. “Coloco na garrafa pet, caixa, escrevo, para indicar que há coisas cortantes, e coloco no caminhão da reciclagem, se não jogo tudo no mesmo lixo, não separo lixo da cozinha, papel, lixo orgânico”, declarou.

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