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Meio Ambiente

Campo Grande já recolheu 110 t de embalagens de agrotóxicos em 2012

Luciana Brazil | 17/08/2012 15:53
Atentos, alunos de escolas agrícolas acompanham o teatro sobre descarte ambientalmente correto de embalagens de agrotóxicos. (Foto:Minamar Júnior)
Atentos, alunos de escolas agrícolas acompanham o teatro sobre descarte ambientalmente correto de embalagens de agrotóxicos. (Foto:Minamar Júnior)

Em Campo Grande cerca de 80% das embalagens vazias de agrotóxicos são recolhidas e enviadas para reciclagem, de acordo com dados da Acra (Associação Campo-grandense de Revendas Agrícolas), responsável pelo recebimento dos recipientes. No ano passado, a cidade recolheu 140 toneladas de embalagens agrotóxicas. Em 2012, esse número já atingiu 110 toneladas.

Em comemoração ao Dia Nacional do Campo Limpo, que é celebrado no dia 18 de agosto, a Acra promoveu nesta sexta-feira (17), no CEA Polonês (Centro Educacional Ambiental) Leonor Reginato Santini, na Capital, uma série de atividades direcionadas a alunos de escolas agrícolas da região de Campo Grande.

São palestras e teatros para orientar crianças que moram em fazendas, estâncias e desde muito cedo acompanham com os pais os trabalhos no campo.

“São três escolas de manhã e três escolas à tarde, selecionadas pela Semed (Secretaria Municipal de Educação)”, explicou o engenheiro agrônomo e responsável técnico pela Acra Leandro Manoel Alves de Souza.

Alunos do curso de agronomia da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e

a PMA (Polícia Militar Ambiental) também participaram do evento dando ensinamentos às crianças.

Instituída pelo Governo Federal em 2010, a data tem o objetivo de conscientizar a população envolvida na cadeia de agrotóxicos fazendo com que a destinação das embalagens seja feita de forma ambientalmente correta.

Há mais de seis anos, em vários locais do país, inclusive em Mato Grosso do Sul, os agricultores já comemoravam o dia.

Souza esclarece que os agricultores são orientados a entregar as embalagens na central da associação, onde serão destinadas corretamente . São oito centrais no Estado, em Ponta Porã, São Gabriel D’Oeste, Maracaju, Dourados, Naviraí, Chapadão do Sul e Rio Brilhante.

Emanuela, com apenas 9 anos,já esnina aos pais como descartar as embalagens de agrotóxico.
Emanuela, com apenas 9 anos,já esnina aos pais como descartar as embalagens de agrotóxico.

De lá, as embalagens são enviadas para o Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) responsável pela logística de encaminhar os recipientes até as recicladoras.

O instituto é mantido pelas indústrias de agrotóxicos, já a Acra recebe recurso de 17 associados, que são as revendedoras agrícolas.

O presidente da Acra Milton Folino acredita que a conscientização é o principal resultado para que 100% dos agricultores entreguem as embalagens.

“A divulgação é também muito importante. Basta que o agricultor leve as embalagens porque a estrutura da Acra já está montada”, ressalta.

Segundo Folino, o Brasil recicla 96% das embalagens utilizadas no campo. “O país é referência no mundo. Somos o primeiro país a reciclar essa porcentagem”.

De acordo com Souza, os agricultores que não fazem a devolução podem ser multados pelo Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), orgão fiscalizador.

É desde cedo que se apreende como explicou a técnica da equipe de educação ambiental da Semed Sonia Boiarenco. Ensinar um adulto é mais difícil do que uma criança, é o que acredita Sônia. “Para eles funciona de uma forma natural. A criança já cresce com a consciência ambiental e vê tudo de uma forma normal. Eles são também multiplicadores”, completou.

Morando em uma estância, Wesley Gatier, 10 anos, já acompanha o trabalho dos pais no campo. Segundo o menino o pai tira leite e mexe com trator. Com carinha de quem já sabe muita coisa, ele diz convicto que aprendeu muito com a palestra.

Também com 10 anos, a menina de tranças, Emanuela Oliveira de Crista, 9 anos, diz que já ajuda nas tarefas da fazenda onde mora. “Meu pai planta e eu já sei bastante coisa. Vou sempre dizer como tem que ser feito para não prejudicar o ambiente”, disse.

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