Desmatamento nas nascentes intensifica a seca no Pantanal, revela pesquisa
Estudo mostra que degradação no Cerrado reduz volume de água e aumenta risco de incêndios
O avanço do desmatamento no Cerrado, bioma que abastece o Pantanal, está entre os principais fatores que explicam a seca cada vez mais severa na maior planície alagável do mundo. A conclusão é de uma dissertação de mestrado defendida na EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças) da FGV (Fundação Getulio Vargas) pelo pesquisador Vinícius Hector.
RESUMO
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O desmatamento no Cerrado está diretamente relacionado à intensificação da seca no Pantanal, segundo pesquisa da EPGE/FGV. O estudo, conduzido pelo pesquisador Vinícius Hector, comprova que a degradação das nascentes reduz o fluxo de água e aumenta a vulnerabilidade da vegetação aos incêndios. Entre 2024 e 2025, o Cerrado registrou 5.555 km² de área desmatada, uma redução de 20,8% em relação ao período anterior. No Pantanal, a queda foi mais significativa, atingindo 72%, com a área devastada diminuindo de 1.148 km² para 319 km², conforme dados do MMA, MCTI e Inpe.
Segundo a assessoria de imprensa da FGV, o trabalho, orientado pelo professor Francisco Costa e intitulado “Dry Wetland: Water Scarcity in the Brazilian Pantanal”, usou ferramentas estatísticas para investigar se a redução da água no Pantanal decorre da falta de chuvas ou da ação humana sobre as nascentes.
Os resultados não deixam dúvidas: a degradação das áreas de nascente do Cerrado diminui o fluxo de água e ainda torna a vegetação rio abaixo mais vulnerável ao fogo, o que aumenta a ocorrência de incêndios no bioma.
O estudo é pioneiro ao aplicar métodos econométricos para medir esse impacto e traz evidências consistentes da relação entre desmatamento e mudanças hidrológicas.
Devastação - Entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram desmatados 5.555 km² de Cerrado no país, contra 7.014 km² no mesmo período do ano anterior. Houve retração de 20,8%, bem abaixo dos índices registrados no Pantanal, que sofreu queda expressiva de 72% na área devastada, que passou de 1.148 km² para 319 km². Os dados foram divulgados em agosto, em parceria entre o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
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