ICMBio cria grupo para revisar segurança em parques nacionais, incluindo MS
Serra da Bodoquena pode ser diretamente impactada por revisão nacional de normas sobre visitação
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) instituiu nesta semana um Grupo de Trabalho nacional voltado ao aprimoramento da gestão de segurança nas unidades de conservação federais com visitação pública. Embora a nova norma não cite estados ou parques específicos, Mato Grosso do Sul está entre os diretamente alcançados pela medida, por abrigar ao menos uma área federal com fluxo consolidado de visitantes e desafios operacionais reconhecidos.
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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) criou um Grupo de Trabalho nacional para aprimorar a gestão de segurança em unidades de conservação federais com visitação pública. O Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que abrange Bonito, Bodoquena e Jardim, em Mato Grosso do Sul, está entre as áreas contempladas. O grupo terá 120 dias para apresentar um relatório com recomendações, focando em identificar boas práticas, falhas estruturais e propor melhorias na gestão local. A iniciativa será coordenada pela Coordenação de Planejamento da Visitação (COVIS) e inclui representantes de diversas áreas técnicas do ICMBio.
O Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que compreende os municípios de Bonito, Bodoquena e Jardim, é atualmente a única unidade de conservação federal com visitação pública ativa no Estado. Administrado pelo próprio ICMBio, o parque recebe turistas de todo o país para trilhas, cachoeiras e atividades de ecoturismo, exigindo planejamento específico de segurança e infraestrutura.
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A criação do grupo técnico integra a Agenda Regulatória do órgão ambiental federal e tem como foco avaliar as diretrizes vigentes, propor melhorias na gestão local e padronizar ações em UCs com visitação intensa ou risco crítico. Também chega depois da morte da brasileira Juliana Marins em turismo do tipo, mas em trilha rumo ao cume do Monte Rinjani, na Indonésia
A iniciativa foi publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira (1) e terá prazo de 120 dias para apresentar um relatório com recomendações e resultados. Entre as competências do grupo estão a identificação de boas práticas, falhas estruturais, lacunas operacionais e a proposição de medidas técnicas que qualifiquem o atendimento ao público e a comunicação de riscos. Segundo o ICMBio, o objetivo é garantir que a visitação em áreas protegidas seja segura, eficiente e alinhada às capacidades de gestão de cada unidade.
O grupo será coordenado pela Coordenação de Planejamento da Visitação (COVIS) e contará com representantes de áreas técnicas do ICMBio, da Procuradoria Federal junto ao órgão e de unidades com experiências práticas. A participação de áreas como a Serra da Bodoquena está prevista pela própria portaria, que permite a inclusão de unidades com “visitação consolidada ou desafios críticos em segurança”, o que se aplica à realidade de Mato Grosso do Sul.
Nesta semana, após episódios de aglomeração, o ICMBio cobrou respeito às regras já existentes nas trilhas do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. O alerta foi direcionado ao Grupo Legendários, que já havia entrado no lugar sem cumprir as normas. Só podem percorrer os caminhos do parque grupos de até dez pessoas, acompanhadas por condutores credenciados. A medida busca evitar danos à vegetação e reduzir impactos sobre áreas sensíveis.
O Estado também já vinha debatendo tema semelhante em nível municipal. Em Aquidauana, no distrito de Camisão, autoridades locais, ambientalistas e representantes do turismo se reuniram no mês passado para discutir formas de garantir um turismo mais seguro no Morro do Paxixi, um dos principais atrativos naturais da região.
O local, conhecido por suas trilhas e vista panorâmica do Pantanal da Nhecolândia, tem registrado aumento no fluxo de visitantes, mas sem estrutura proporcional de apoio. A reunião abordou medidas como a exigência de condutores credenciados, campanhas de conscientização e educação ambiental, além da preservação da vegetação e do controle de resíduos sólidos. A preocupação local com o turismo seguro reforça a importância de iniciativas como a do ICMBio, que agora se estende às unidades federais em todo o país, incluindo o Parque Nacional da Serra da Bodoquena.