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Meio Ambiente

No Dia do Meio Ambiente, lembrança tímida ao homem que morreu em protesto

Mariana Lopes | 05/06/2013 10:29
Placa que homenageia Francelmo, no Calçadão da Barão, com as flores deixadas pelos familiares e amigos (Foto: Pedro Peralta)
Placa que homenageia Francelmo, no Calçadão da Barão, com as flores deixadas pelos familiares e amigos (Foto: Pedro Peralta)

Uma morte trágica. Um homem que ateou fogo no próprio corpo em protesto à instalação de usinas sucroalcooleiras no Pantanal. Quase oito anos depois e no Dia do Meio Ambiente, familiares e amigos do ambientalista Ancelmo de Barros, o Francelmo, voltaram, na manhã de hoje, ao local onde ocorreu o fato para prestar homenagem ao homem que se matou por um ideal, mas que acabou caindo no esquecimento da população campo-grandense.

Foi um sábado, dia 12 de novembro de 2005, no famoso Calçadão da Barão, no centro da Capital Morena. Quem presenciou a cena do corpo em chamas não se esquece de Francelmo. “Ele chegou em uma Kombi, jogou dois colchões na calçada, encharcados de gasolina, e simplesmente ateou fogo com ele junto”, recorda o comerciante Márcio Okama, de 47 anos. O ambientalista se matou bem em frente ao bar dele.

Há 16 anos no ponto de táxi em frente ao Hotel Jandaia, bem próximo de onde Francelmo se matou, o taxista Pedro Gonçalves da Silva, de 57 anos, lembra em detalhes de como tudo aconteceu. “Teve até um colega nosso que chutou o homem de cima do colchão para tentar salvá-lo, mas não conseguiu”, conta.

Mas por que Francelmo fez tudo isso? Quem se lembra?

“Eu me lembro porque estava aqui, repercutiu muito na imprensa, mas não acredito que a população se recorde”, opina Márcio.

“Eu sei que ele era ambientalista e estava protestando contra alguma coisa a respeito do meio ambiente, mas não lembro o que exatamente”, comenta o taxista.

“Eu lembro que um homem ateou fogo no próprio corpo aqui há um tempo e que colocaram essa placa em memória dele, mas o motivo de ele ter feito o que fez, não sei”, confessa o oficce boy Luan Michel da Silva, de 23 anos.

As flores que a família e os amigos de Francelmo deixaram em cima da placa que homenageia o ambientalista, cravada no Calçadão da Barão, recorda a luta dele, que para uns pode até ter caído no esquecimento, mas outros será eterna.

O taxista Pedro se lembra em detalhes como tudo aconteceu (Foto: Pedro Peralta)
O taxista Pedro se lembra em detalhes como tudo aconteceu (Foto: Pedro Peralta)

Outros eventos - Ainda na manhã de hoje, o TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado), em parceria com a Assomasul (Associação dos Municípios do Mato Grosso do Sul) e a Assembleia Legislativa, promove uma palestra sobre Gestão de Resíduos Sólidos nas Cidades, como parte dos eventos que integram a Semana do Meio Ambiente. As palestras são destinadas aos gestores públicos municipais e conta com a participação de prefeitos e secretários de Meio Ambiente, Desenvolvimento e Educação.

Também nesta quarta-feira (5), serão distribuídas 500 mudas de árvores nativas, como acácia amarela, ipê roxo, cajá mirim, tamarindo e moringa, no Parque Ecológico do Sóter. O plantio das mudas doadas pela Águas Guariroba faz parte do plano de recuperação das nascentes do córrego Sóter.

Na ocasião, 80 alunos das escolas municipais Elpídio Reis e Professor Virgílio Alves de Campos participam do plantio das 100 primeiras mudas. As espécies que serão plantadas foram cultivadas no viveiro mantido pela Águas Guariroba na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Los Angeles.

Na Câmara Municipal de Campo Grande será realizada, a partir das 14h de hoje, uma audiência pública para discutir problemas ambientais, de saúde pública e sócio-econômico provocados pelas queimadas urbanas.

De acordo com o presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara, vereador Eduardo Romero (PT do B), serão discutidos pontos como conscientização da população, ações do poder público, fiscalização e punição, brigadistas, queima de lixo doméstico e limpeza de terrenos, impacto ambiental e saúde coletiva.

Durante a semana - Na programação do dia 6 de junho, às 14h, ocorre audiência pública sobre atividades industriais em Campo Grande, também na Câmara Municipal. Assuntos como o tratamento de resíduos industriais, controle e redução da emissão de gases, compensação ambiental, impacto social, ocupação do solo serão abordados na audiência.

Na sexta-feira (7), ocorre seminário Meio Ambiente – Soluções Urbanas. O palestrante será Mário Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica e também Helena Clara Kaplan, da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MS. O evento será às 9h, em uma universidade.

No dia 7 tem ainda solenidade de lançamento da Frente Parlamentar Ambiental de Mato Grosso do Sul, às15h, no Plenarinho da Câmara Municipal. Estão confirmadas as presenças de vereadores ligados às questões ambientais e membros de Comissões de Meio Ambiente do Estado.

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