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Meio Ambiente

Nos últimos minutos do inverno, pedido é que primavera traga refresco com chuva

Estação mudou exatamente agora, às 15h21, mas prognóstico é que tempo siga mais seco que o normal

Ângela Kempfer e Ana Beatriz Rodrigues | 22/09/2021 15:21
No ano passado, primavera começou em 22 de setembro, e com chuva. (Foto: Arquivo)
No ano passado, primavera começou em 22 de setembro, e com chuva. (Foto: Arquivo)

A primavera começa oficialmente agora: às 15h21 desta quarta-feira (22). É o fim de um inverno seco e com temperaturas que, por pouco, não atingiram 50ºC em Mato Grosso do Sul. Para quem não aguenta suor e fumaça no cenário, a nova estação chega com esperança de chuva.

No ano passado, a primavera começou no dia 22 de setembro, com água na Capital. Hoje, nem uma gota caiu em Campo Grande, para desespero de quem enfrenta o sol quente para trabalhar.

O caminhoneiro Adilson Firmino de Lima, de 50 anos, olha o celular animado nesta tarde. "Tô vendo aqui que a previsão é de chuva no domingo", comemora. Com garrafa térmica ao lado, tem na rotina 5 litros de água gelada por dia e divide com o colega Valdenir da Silva, de 57 anos, que na lida de fretes por Campo Grande, sofre. "É difícil até de trabalhar. O jeito é ficar aqui sentado na sombra, com água fresca".

Osni mostra o caminhão lotado de melancias, mas diz que vende 150 por dia no calor. (Foto: Paulo Francis)
Osni mostra o caminhão lotado de melancias, mas diz que vende 150 por dia no calor. (Foto: Paulo Francis)

No Jardim Tijuca, o vendedor de frutas, Osni dos Santos está do outro lado da torcida nesta primavera: quer mesmo é continuar com lucro recorde que teve no calorão inverno. "Vendo umas 150 melancias por dia. Espero é que fique mais calor".

Os últimos dias não têm sido fáceis. Em Mato Grosso do Sul, Aquidauana registrou ontem, sensação térmica de 49ºC. E a população do Estado ainda sofre com umidade relativa do ar, que em Água Clara, caiu para 9% hoje, mais árido que em muitas regiões de deserto. No Saara, por exemplo, a umidade costuma variar entre 14% e 20%.

Esperando por mais um frete, colegas matam o calor com tereré.  (Foto: Paulo Francis)
Esperando por mais um frete, colegas matam o calor com tereré.  (Foto: Paulo Francis)

Prognóstico - A Astrometria consegue determinar o exato momento de troca da estação, levando em conta o movimento da Terra. Então, comece a torcer, porque a partir de agora, segundo os meteorologistas, a previsão é de primavera impactada pelo La Niña, fenômeno que resfria as águas do Oceano Pacífico, mas pode reduzir a média histórica de chuvas.

Em cada região, o La Niña produz efeito bem diferente. O Norte e o Nordeste apresentam aumento de chuva. O Sul sofre com a seca e com o aumento das temperaturas, enquanto o clima nas regiões Sudeste e Centro-Oeste fica imprevisível, podendo ocorrer secas, mas também tempestades.

Mas mesmo que venha o refresco da água, as temperaturas tendem continuar altas, principalmente, em Mato Grosso do Sul, com mais de 41ºC, especialmente, na região Pantaneira.

Segundo o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão Filho, "as chuvas serão irregulares, mal distribuídas e, mesmo que poucas, poderão causar transtornos. As pancadas de chuva serão rápidas com trovoadas, raios e rajadas de ventos intensos, que devem ocorrer no período da tarde e início da noite, favorecendo os alagamentos. É normal a presença, algumas vezes, de granizo associado a essas trovoadas. A primavera é o período de transição entre o irregular, quente e seco".

O que já dá para saber é previsão para os próximos dias. Ao contrário do que o celular do caminhoneiro Adilson mostra, segundo o Inmet, em Campo Grande deve chover na sexta-feira (24).

O pior já passou? - Na cidade dos ipês, a florada da árvore símbolo de Campo Grande já passou, mas a estação será das bromélias, de algumas orquídeas, dos jasmins e dos girassóis. No mês que vem, as imagens devem começar a mudar em campos devastados pelas queimadas.

De acordo com o Inpe, em outubro do ano passado, o Pantanal registrou 2.856 focos de incêndio, o maior número já visto no mês. Mas neste ano, dados do Corpo de Bombeiros apontam para uma situação um pouco melhor, com uma primavera com menos chamas.

De janeiro a setembro, 778 mil hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo. Apesar de alarmante, o número é menor do que o registrado nos últimos 2 anos.

A estação das flores se despede às 11h59 do dia 21 de dezembro, para dar lugar ao verão.

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