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Meio Ambiente

Pesquisadores descobrem no Pantanal de MS vírus semelhante ao da dengue

Amostras de sangue de 168 cavalos e 30 jacarés no Pantanal sul-mato-grossense detectou a presença do vírus da Febre do Nilo Ocidental

Ângela Kempfer | 09/08/2011 08:49

Pesquisa feita com 168 cavalos e 30 jacarés no Pantanal sul-mato-grossense detectou a presença de um novo vírus no Brasil, semelhante ao que provoca a dengue.

Os animais tinham anticorpos para o vírus da febre do Nilo Ocidental, o que comprova o contato com a doença que compromete o sistema nervoso central, mas até agora não há registro em humanos no País, relata matéria do jornal o Estado de São Paulo.

O estudo feito pelo Instituto Oswaldo Cruz, em parceria com a USP, na região da Nhecolândia, identificou o vírus pela primeira vez no Brasil

Há registros na América desde 1999, com mortes nos Estados Unidos.

Além de analisar os répteis e eqüinos, que estão mais susceptíveis a febre do Nilo, os pesquisadores capturaram 1.204 mosquitos de 10 espécies diferentes.

Cinco cavalos tiveram resultado positivo, mas a presença dos anticorpos não foi detectada em nenhum dos jacarés avaliados e também nada foi verificado nos mosquitos.

Em entrevista ao Estadão, o veterinário Alex Pauvolid Corrêa, principal autor do estudo, lembrou que ainda não é possível saber ainda quais espécies de insetos poderiam servir como vetores eficazes da doença no País.

Estudo semelhante foi feito em Nova Brasilândia (MT), com 4 cavalos apresentaram anticorpos contra o vírus, mas os resultados ainda não foram publicados. Por isso os casos no Pantanal são os primeiros oficialmente registrados no Brasil.

Como os animais são nativos da região, não há possibilidade dos casos serem importados.

Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, o vírus já havia sido detectado em outros países da América Latina. Inédito em solo nacional, a ameaça costuma ser transmitida por insetos a humanos. Antes disso, os invertebrados precisam entrar em contato com animais como cavalos e aves.

Em 1996, o vírus provocou uma epidemia na Romênia, quando 352 pessoas apresentaram inflamação do cérebro e 10% morreram. O vírus foi isolado em 1937, em Uganda.

É descrito que entre 70% e 80% das pessoas infectadas são assintomáticas. Aproximadamente 20% a 30% desenvolvem um quadro febril e, entre um a cada 150 e um a cada 200 pacientes, apresentam envolvimento do sistema nervoso central.

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