Presidente diz que TJ "limpou" mata, mesmo sem definir qual será a obra
O desembargador Paschoal Carmello Leandro informa que não há nem dinheiro para obra em terreno
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul defendeu hoje a obra que exige desmatamento de mais uma área no Parque dos Poderes. O desembargador Paschoal Carmello Leandro admitiu que a primeira etapa é “limpar” o terreno, mesmo sem projeto elaborado para o local. “Só limpamos a área para ver se é suficiente, se temos condições de fazer ali as obras que precisamos”, justificou na manhã de hoje, durante solenidade de entrega de homenagens na Câmara Municipal.
A mata caiu, mesmo antes de estar definido o destino dos 4.882,81 metros quadrados de vegetação da reserva ecológica, criada por decreto há 37 anos. Segundo o presidente do TJ, nem os recursos estão certo. “Estamos passando por uma recessão, mas deve entrar no orçamento de 2020 ou 2021”, comenta.
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Ao contrário do que foi cogitado até agora, além de estacionamento maior, há duas possibilidades de uso da área: para a ampliação do plenário ou da parte administrativa. “Eu prefiro fazer o plenário, outros preferem outras coisas, então ainda não sabemos”.
Mas independente da decisão, o projeto deve respeitar a mesma lógica arquitetônica do TJ, com estacionamento no subsolo e novo prédio no térreo.
O presidente do Tribunal diz que desmatamento é necessário porque TJ ficou pequeno “Hoje, o Tribunal tem 35 desembargadores, se aumentar o número, não tem onde colocar”, argumenta.
A clareira aberta na mata é suficiente para criar 186 vagas de estacionamento. O TJMS começou a abrir a picada para o desmate na região ainda em 2017, quando contratou empresa para elaborar o projeto de licenciamento ambiental e de drenagem de águas pluviais, voltados à construção do estacionamento.